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Plataforma mobiliza portugueses para manifestação pelo fecho da central de Almaraz

29/05/2016 às 00:00

A plataforma de associações que está a organizar a participação portuguesa na manifestação ibérica que, no dia 11 de junho, vai reclamar em Cáceres o encerramento da central nuclear de Almaraz, espera conseguir a maior mobilização de sempre.

Nuno Sequeira, da Quercus, uma das organizações que integra a plataforma, disse hoje, numa sessão de divulgação da iniciativa realizada em Vila Nova da Barquinha, no distrito de Santarém, que está a ser organizada uma rede de transportes que vai cobrir todo o país, estando já confirmada a participação de mais de 200 pessoas.

“Esta é uma causa que importa abraçar. Temos de mostrar que Portugal está unido na exigência de que a central encerre no mais curto espaço de tempo”, afirmou.

Na sessão “Fechar Almaraz! Que descanse em paz!” foram reafirmados os argumentos para que as populações se manifestem, contrapondo a sua pressão à das “grandes empresas” que estão “a lucrar anualmente milhões de euros” com uma central que deveria ter encerrado em 2010, mas cujo funcionamento foi prolongado até 2020 e se especula haver intenção de o estender até 2030.

Paulo Constantino, do movimento ProTejo, relatou os “pequenos incidentes” (54 desde a entrada em funcionamento no início da década de 1980), o chumbo nos testes de resistência feitos pela Greenpeace e os “sérios riscos de segurança” apontados no início deste ano por inspetores do Conselho de Segurança Nuclear espanhol, como algumas das preocupações na base da exigência do encerramento imediato da central nuclear de Almaraz.

Situada junto à fronteira com Portugal, um acidente grave em Almaraz obrigaria à retirada das populações dos distritos de Castelo Branco e Portalegre e teria “implicações profundas” numa área considerável do território, além da contaminação das águas do Tejo, usadas na refrigeração dos reatores da central, referiu.

A sessão de hoje contou com participações de dirigentes da ProTejo, da Quercus, da ZERO, Associação Sistema Terrestre Sustentável, da AZU, Associação Ambiente em Zonas Uraníferas, e do deputado do Bloco de Esquerda Carlos Matias e do presidente da distrital do CDS-PP, José Matafome.

Do encontro saíram propostas como a realização de um abaixo-assinado exigindo ao Governo português que tome uma posição firme junto das autoridades espanholas na exigência do encerramento da central e o pedido às Assembleia Municipais dos municípios ribeirinhos para que aprovem moções no mesmo sentido.

Para 05 de junho, Dia Mundial do Ambiente, está programada outra iniciativa inserida no esforço de mobilização das populações, uma caminhada, intitulada “o que fazer por este rio”, junto às Portas de Ródão, local que, segundo a ProTejo, seria o mais afetado no caso de haver um problema nuclear.

A manifestação que juntará portugueses e espanhóis, agendada para Cáceres, será mais um momento de mobilização na exigência do encerramento da central, disse Paulo Constantino.

 AGÊNCIA LUSA

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