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Seca: Abrantes reforça medidas de gestão, poupança e uso público de água (C/ áudio)

10/08/2022 às 09:21

A Câmara de Abrantes anunciou hoje um conjunto de medidas para reforçar a poupança do uso da água da rede pública e a otimização dos recursos hídricos em contexto de seca, embora não existam problemas de abastecimento no concelho.

“A fiabilidade dos sistemas ainda garante em condições normais o abastecimento a toda a população do concelho, mas, perante o novo contexto nacional de seca, urge a necessidade de implementar medidas extraordinárias e preventivas”, afirmou o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, na reunião do executivo.

Reforçar a redução dos tempos de rega em espaços verdes, avançar com um projeto global de captação de água de origens alternativas, promover o recurso à implementação de contadores inteligentes e à generalização de temporizadores e intensificar a fiscalização dos usos da água dos fontanários públicos são algumas das medidas preventivas hoje anunciadas pela autarquia de Abrantes, município que registou perdas de água no sistema na ordem dos 20%, em 2021, a maioria das quais relacionada com ruturas em condutas.

Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes

“Queremos instalar rapidamente, ou o mais breve possível, contadores inteligentes, por forma a que, sempre que haja ruturas, esses contadores possam logo dar uma mensagem ao sistema para termos a informação que estamos perante ruturas”, disse à agência Lusa o autarca socialista.

Este projeto-piloto foi iniciado há dois anos, com contadores instalados na localidade de Esteveira, que “permitem a leitura automática do consumo da água, mas, fundamentalmente, possibilitam a identificação de fugas existentes bem como o controlo do consumo, evitando assim o desperdício de água”.

A intenção do município é alargar agora o sistema a outras localidades com maior consumo.

Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes

Por outro lado, Manuel Jorge Valamatos destacou a importância da “telegestão nas redes em baixa, nas redes de água domiciliária”, com “programas e instrumentos capazes de sinalizar quando há perdas”, prometendo um “investimento contínuo” num conjunto de “projetos de reabilitação das redes em baixa para valorizar o sistema e para que haja um menor número de perdas possível”.

Segundo lembrou o autarca de Abrantes, no distrito de Santarém, este é um projeto de “trabalho continuado que arrancou no início do século XXI”, quando o município e os Serviços Municipalizados de Abrantes (SMA) repensaram a rede de abastecimento de água do concelho, tendo então decidido avançar com a "opção estratégica de realizar o abastecimento de água a partir da albufeira" de Castelo do Bode.

“Esta política estratégica de longo prazo foi delineada através de uma visão global em defesa da eficiência hídrica e da antecipação de períodos de seca, como o que atualmente vivemos, aumentando a disponibilidade e qualidade de água em todo o concelho”, salientou.

Além disso, acrescentou, paralelamente, “todos os dias são efetuados investimentos na remodelação das redes em baixa mais antigas e com maior percentagem de perdas”.

Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes

Relativamente às medidas agora anunciadas, já a partir de hoje o município de Abrantes vai “reforçar a redução dos tempos de rega em espaços verdes para o tempo estritamente necessário à sobrevivência das plantas”, embora os de maior dimensão já sejam regados a partir de “furos de captação” e sistemas de rega automática, com programadores para aproveitar as horas de menor consumo (noite) e de menor evapotranspiração.

Para além de “continuar a redesenhar áreas verdes, agrupando as espécies segundo as suas necessidades hídricas”, o município vai também desenvolver um projeto global de captação de água de origens alternativas para usos “menos nobres” do que a água tratada, nomeadamente para rega de espaços verdes e, em alguns casos, para lavagens e abastecimento de veículos de combate a incêndios, “evitando assim o desperdício de água tratada para consumo humano”.

Outras da medidas hoje anunciadas passam pela desativação total ou parcial de lagos e chafarizes ornamentais que não possuam ainda sistemas de recirculação, a intensificação da fiscalização dos usos da água dos fontanários públicos e generalização de temporizadores nos sistemas de torneiras e chuveiros de edifícios sob gestão municipal, bem como nos fontenários públicos.

Está igualmente prevista a proibição do enchimento de piscinas particulares através dos bombeiros com água fornecida pelos SMA e o reforço das campanhas de sensibilização junto da população para o uso racional da água e da energia.

C/ Lusa

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