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Abrantes: Santa Casa inaugura obras de restauro da Igreja Misericórdia e do Definitório em dia de festa

3/10/2018 às 00:00

A Santa Casa da Misericórdia de Abrantes inaugurou no domingo de manhã, dia 30 de setembro, as obras de restauro da Igreja Misericórdia e do Definitório, celebrando igualmente a Festa da Irmandade.

No domingo, foram vários os irmãos e personalidades que assistiram à inauguração das obras que representaram um investimento global de 200 mil euros. Os apoios foram diversos e surgiram na sua maioria pelo Fundo Rainha Dona Leonor, da responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, como também da Câmara Municipal de Abrantes com cerca de 30 mil euros e por alguns irmãos benfeitores daquela entidade que presta respostas sociais à comunidade abrantina.

Para além dos trabalhos de recuperação dos espaços emblemáticos, sublinha-se a relocalização dos 6 quadros que formavam o antigo retábulo quinhentista - representando em pintura diferentes episódios da vida da Virgem e de Cristo -, atribuídos ao denominado Mestre de Abrantes, dispersas nas paredes da nave e que agora podem ser observados, em conjunto, na parede do lado direito da entrada principal. Todo o altar-mor da igreja também foi intervencionado bem como a sala do Definitório que hoje se apresenta pronta a receber os visitantes.

Sala do Definitório

Em declarações à Antena Livre, Alberto Margarido, provedor da Santa Casa da Misericórdia, falou de uma “intervenção global” uma vez que o património estava “muito degradado”, nomeadamente “o altar-mor e os retábulos laterais, um deles até estava partido. Foi uma intervenção global desde o telhado, os tetos, as caleiras, etc. Foi uma quantidade enorme de coisas intervencionadas”, salientou.

O provedor adiantou que esta semana a Santa Casa da Misericórdia vai estabelecer um protocolo com a Câmara Municipal que prevê a visitação organizada de todos os espaços intervencionados.

Alberto Margarido, provedor da Santa Casa da Misericórdia

“Esta aposta no património é muito importante porque é um elemento muito agregador com os nossos utentes pois são pessoas idosas e que tiveram uma educação sempre ligada à religião católica, muito aqui na igreja, tal como se pode ver hoje com a quantidade de pessoas que estão presentes”, fez notar.

No seu discurso, Inês Dentinho, do Fundo Rainha Dona Leonor, referiu que foi “muito fácil chegar a este resultado porque, em primeiro lugar, a igreja é uma beleza e o património por si só fala. Em segundo lugar, porque lidámos com pessoas com uma determinação extraordinária e com um amor à casa muito grande o que levou a que fossem ultrapassadas todas as dificuldades”.

A responsável destacou o trabalho “notável” assumido pela empresa de restauro que “facilitou qualquer coisa que nós desejávamos”.

Por último, Inês Dentinho destacou a reunião dos retábulos, que estavam distribuídos e onde foi realizada uma pesquisa junto de “várias pessoas do Museu da Arte Antiga sobre a ordem que o retábulo deveria de ter, que foi confirmada e o resultado está magnífico”.

“O senhor provedor fez história ao voltar a reunir as tábuas 200 anos depois (…) Se não fosse isso, não estávamos aqui agora perante este espetáculo e estávamos perante uns “arranjinhos” e não era isso que se pretendia”, vincou.

Presente na cerimónia, o vereador Manuel Valamatos sublinhou a grande relevância cultural, patrimonial e histórica do património existente para o concelho de Abrantes, investimento privado em linha com a visão integradora da estratégica municipal de criação de uma nova rede polinuclear de equipamentos culturais, associada à valorização do edificado, do turismo cultural e de reabilitação do património religioso.

Manuel Valamatos, vereador da CMA

A cerimónia foi ainda marcada pela contextualização histórica da igreja da Misericórdia por Marta Sampaio, da Câmara Municipal, como também com o discurso de Carla Pereira, em representação da União das Misericórdias, que destacou as respostas sociais das 400 misericórdias existentes no país.

Após os discursos, a cerimónia contou com uma eucaristia celebrada pelo Bispo D. Antonino Dias, que foi acompanhada pelo Orfeão de Abrantes.

De seguida, procedeu-se ao descerramento de uma fotografia de uma irmã benfeitora Delfina Rebeca de São Miguel do Rio Torto e à entrega das lembranças aos irmãos que celebraram 25 anos na Irmandade. O almoço de confraternização decorreu num restaurante na cidade tendo reunido todos os presentes.

Altar-mor da Igreja da Misericórdia

 

 

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