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Abrantes: Ultrapassado o prazo, PSD questiona sobre empresa Tectania

3/03/2020 às 00:00

O vereador do PSD questionou esta manhã o presidente da Câmara de Abrantes sobre “a suposta” instalação da empresa Tectania, uma vez “que está quase a terminar o prazo que nos foi pedido de mais um ano”. Rui Santos perguntou pelo ponto de situação porque, “com muita pena minha, tenho que voltar a dizer que andámos a encher chouriços".

O vereador recordou que foi feita “uma grande apresentação pública dessa empresa e afinal, nem sequer sabíamos quem eram os investidores. Aqui nas sessões de Câmara, já houve várias explicações, se calhar as melhores dadas pelo atual Executivo, mas continuamos sem saber exatamente o que é que vai acontecer”.

“Era um investimento bom para o concelho”, adiantou Rui Santos que acrescentou ser “verdade que a Autarquia não pode obrigar ninguém a investir mas também não pode prometer ao seus munícipes que vão ser criados x postos de trabalho e, passados cerca de dois anos, isto nada vai dar. Tal como eu disse há algum tempo nesta casa”.

Em resposta ao vereador social-democrata, o presidente da Câmara de Abrantes afirmou existirem “um conjunto de expetativas que são criadas em torno de determinadas ações empresariais e umas correm bem e outras correm mal”.

Manuel Jorge Valamatos explicou que foram percorridos os “procedimentos e processos adequados mas não temos como obrigar uma empresa a instalar-se”.

Segundo o autarca, “o que nos foi dito em determinado momento é que esta empresa, por via da disponibilização do dinheiro e da situação económica no Brasil, estavam à procura de outras estratégias de investimento. A última vez que falei com os empresários, a vontade de avançar é imensa. Estão com algumas dificuldades, é verdade, mas estão a tentar conseguir”.

De relembrar que a 5 de dezembro de 2019, o secretário de Estado do Planeamento lançou um ultimato de 30 dias para as empresas que tinham fundos comunitários parados regularizarem a situação. José Mendes garantia não existirem projetos em riscos de não serem cumpridos por falta de liquidez para cumprir com o cofinanciamento, mas estava a ser feita uma maior fiscalização à utilização dos fundos comunitários. Depois de feita a avaliação, o Governo deu 30 dias para as empresas regularizarem a situação, ou teriam de devolver o dinheiro.

E esse é o caso da Tectania mas Manuel Jorge Valamatos apenas disse que a Câmara acompanha “do ponto de vista processual aquilo que são as vontades dos diferentes investimentos e temos empresas a quererem instalar-se em Abrantes, temos empresas nossas e temos procurado valorizar muito as que já cá estão e dar as melhores respostas tendo em conta o seu desenvolvimento. E àquelas que procuram Abrantes para fazer investimentos, procuramos dar as melhores respostas, criar as melhores condições para que esses investimentos possam acontecer. É isso que temos feito ao longo dos anos e vamos continuar a fazer”.

Parque Industrial de Abrantes – zona sul, onde a Tectania pretende instalar-se

Questionado se alguma vez reuniu presencialmente com os empresários da Tectania, o presidente disse que sim, que o fez “online várias vezes” e que também já reuniram presencialmente “algumas vezes”.

“A Tectania, em particular, vai demonstrando algumas dificuldades de operacionalidade do seu investimento mas deixando sempre a esperança de que possa acontecer”, acrescentou o presidente.

Manuel Jorge Valamatos disse depois que há “muitas empresas já nossas a valorizarem-se e a crescer e isso deixa-nos muito satisfeitos (…) e simultaneamente outras empresas vão surgindo com vontade de se instalar. Mas não é a Câmara que faz o investimento”. Mas o presidente lá voltou ao tema Tectania e acrescentou depois que “do ponto de vista legal existem procedimentos que têm os seus timings e vamos agir em conformidade com isso”.

“Desejamos e era bom para todos que este investimento voltasse a estar na ordem do dia”, concluiu o presidente da Câmara Municipal de Abrantes.

A Tectania, Tecnologia Automóvel, Lda, prevê um investimento de 44 ME e a criação direta de cerca de 251 postos de trabalho, como foi anunciada em reunião de Câmara a 15 de maio de 2018. Na altura, foi aprovada por unanimidade a alienação do terreno, localizado no Parque Industrial de Abrantes – zona sul, e os incentivos fiscais e tributários que rondam cerca de meio milhão de euros.

Patrícia Seixas

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