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Constância: Empresa pretende instalar-se em Montalvo mas levanta dúvidas à oposição

22/07/2020 às 00:00

Uma empresa de construção de equipamento sanitário pretende adquirir quatro lotes de terreno para se instalar na zona industrial de Montalvo, no concelho de Constância. São 16.500 metros quadrados, num valor de 16.500 euros.

A proposta, apresentada em reunião de câmara pelo presidente da autarquia, mereceu, no entanto, “muitas dúvidas” e reservas por parte das vereadoras da oposição.

Júlia Amorim, vereadora da CDU, começou por esclarecer que “naturalmente não vamos votar contra um investimento que queiram fazer no concelho mas colocamos muitas reservas, tanto que nos vamos abster”.

“Procurei na internet o histórico desta empresa e não encontro”, avançou a vereadora que, mediante a informação recebida, explicou que “a empresa foi constituída a 3 de março de 2020, tem sede em Torres Vedras com intenção de mudar para Constância, menos mal, tem um capital social de 50 mil euros e daqui deduzo que os quatro sócios gerentes, residentes em Marrocos, tenham aproveitado o território de baixa densidade para beneficiar de fundos comunitários para o investimento”.

Júlia Amorim referiu o facto de a empresa prever um investimento de 800 mil euros, “por fases, e que terminarão no fim de cinco anos”. Portanto, conclui a vereadora, “os 10 postos de trabalho para quatro lotes da zona industrial, demorarão cinco anos. São 10 postos de trabalho, sendo que dois já existem e com a previsão de criar só dois até final do ano, cria-me algumas reservas inclusivamente se isto vai ter pernas para andar”.

O Regulamento prevê que a Câmara Municipal possa reverter os lotes “mas também sabemos, por experiência, que nem sempre as coisas correm bem”. Júlia Amorim ainda acrescentou que “o facto de aceitarmos já o prazo de cinco anos para concluir este projeto, é assumir que vamos prorrogar o prazo, porque o nosso Regulamento prevê que o loteamento e as obras têm de estar concluídas em dois anos”.

A vereadora comunista acrescentou ainda que “não me revejo muito nisto (…) sendo que o volume de negócio que preveem alcançar é um máximo de 1 milhão de euros ao fim desses anos todos” e que parece que o Executivo “está a atirar a toalha ao chão e não vamos à procura de outros investidores”.

Sérgio Oliveira, presidente da Câmara de Constância, explicou depois aos jornalistas que, “enquanto presidente de Câmara, a mim não me compete desconfiar dos investimentos. Há um empresário interessado em localizar-se ali, adquirir os quatro lotes, apresentou proposta, reune os requisitos para a aquisição dos quatro lotes e a Câmara Municipal tudo fará para que a empresa tenha sucesso. São importantes os 10 postos de trabalho para um concelho com quatro mil habitantes e que também vai criar riqueza indireta”.

Relativamente às reservas das vereadoras da oposição, o autarca lembrou que “se porventura – e eu acho que isto é pôr a carroça à frente dos bois - o investimento não correr bem, a Câmara Municipal tem um Regulamento que permite a reversão dos lotes”. Acrescentou ainda que “um decisor político, quando lhe bate à porta um investidor, não deve fazer esse tipo de apreciações” e que “prefiro tomar uma má decisão do que não tomar decisão nenhuma”.

Sérgio Oliveira ironizou, dizendo que Constância não é “Sintra, nem Cascais, nem Oeiras, que se podem dar ao luxo de escolher o tipo de investimento que querem lá”. Dizendo preferir “um investimento sólido e de qualidade”, Sérgio Oliveira admitiu que a Câmara de Constância “não está em condições de recusar investimentos”

Outra das questões levantadas pela vereadora Júlia Amorim foi a capacidade da Zona Industrial de Montalvo que está a ficar sem capacidade.

Sérgio Oliveira falou da intenção da autarquia de expandir a zona industrial que, neste momento, estará com cerca de 85% da sua capacidade mas, atualmente, para fazer esse projeto “precisamos de um Plano de Pormenor que levará quatro a cinco anos até estar concluído”. No entanto, “temos algumas situações de empresas que adquiriram lotes há uns anos e que não deram início à construção e, numa situação de necessidade, a Câmara Municipal acionará o mecanismo”.

O alargamento da Zona Industrial de Montalvo está previsto para sul, “junto ao Campo de Futebol”.

A atratividade da Zona Industrial de Montalvo prende-se com o preço de um euro o metro quadrado, “com o facto de termos criado um Regulamento de Apoio ao Investimento que é um incentivo para os empresários mas, o mais importante é o acompanhamento que têm dentro da Câmara e a localização da Zona Industrial, num nó da A23, numa zona central, a uma hora de Lisboa, a uma hora de Coimbra, a duas horas do Porto e é o conjunto destes fatores que fazem a atratividade da Zona Industrial que hoje conhece uma dinâmica que não tinha há uns tempos atrás”.

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