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Abrantes: Contrato assinado confirma datacenter «EDC Port 1» como empresa de interesse municipal (c/áudio)

26/09/2025 às 12:26

A EDC One, empresa promotora do primeiro datacenter a instalar em Abrantes, nos terrenos onde começou a ser construída a RPP Solar, já assinou o contrato de Projeto Empresarial de Importância Municipal (PEIM) com o Município de Abrantes.

A aprovação, por unanimidade, a 2 de setembro deste estatuto permite à empresa ter isenções financeiras de 16,2 milhões de euros em IMI, IMT e um bolo maior em imposto de Derrama, durante cinco anos.

José Meneses é o empresário que avança com a sua empresa EDC Port 1, Lda., para este projeto gigante. E repetiu esta quinta-feira, dia 25 de setembro, que tem um conjunto de parceiros nacionais e internacionais que serão divulgados na altura certa.

O empresário, em declarações à Antena Livre confirmou que este datacenter representa um investimento de 7 mil milhões de euros, explicou a razão da escolha de Abrantes. “Tivemos um apoio extraordinário da Câmara na pessoa do presidente e vice-presidente. Foi o local que nos apresentou as melhores condições, tanto no espaço (terreno) para o projeto como nos apoios municipais.”

Em comunicado a empresa revela que “a escolha de Abrantes assenta no dinamismo crescente do mercado tecnológico, nas condições únicas proporcionadas pela Zona Livre Tecnológica e pela proximidade à Central Termoelétrica do Pego. A região de Abrantes distingue-se pelas suas infraestruturas e potencial territorial, reunindo os fatores ideais para acolher um projeto desta dimensão.”

Imagem Google Maps do local de implantação

José Meneses diz que não tem duas empresas interessadas no projeto, mas que “temos várias empresas interessadas em participar. Neste momento o projeto é meu, sou eu que estou a promovê-lo e espero levá-lo até ao final.” Mas acrescentou estar aberto a participações externas porque o investimento é muito grande e vai ser necessário, mas não “tenho definido quem vão ser os parceiros.”

Havendo já um valor de isenção de Derrama haverá um plano de negócio para a EDC Port 1 que José Meneses diz existir e será tornado público oportunamente.

Ainda segundo a empresa, “mais do que um contrato, este projeto simboliza um compromisso partilhado de promover o crescimento sustentável, melhorar a qualidade de vida da população e afirmar Abrantes como território de oportunidades. Acreditamos que, com a colaboração entre entidades públicas e privadas, serão alcançados resultados duradouros e benéficos para toda a comunidade.”

Quando à passagem do papel para o terreno, o empresário diz que, neste momento, “vamos começar a trabalhar seriamente no projeto para avançar com ele o mais rapidamente possível. Não temos tempo a perder.”

José Meneses, administrador EDC Port 1, Lda 

A EDC Port 1 revela ainda neste comunicado enviado às redações que se “orgulha de integrar esta transformação e reafirma o seu compromisso em executar o projeto com os mais elevados padrões de qualidade, ética e responsabilidade social, em estreita colaboração com a Câmara Municipal e o governo, assegurando transparência e eficiência em todas as etapas.”

José Meneses garantiu ainda que a escolha do local de instalação tem a ver também, com a proximidade do Ponto de Injeção na Rede ou Posto de Corte do Pego. A empresa precisa de potências elétricas muito elevadas para funcionar e o facto de ali ir desembocar toda a produção renovável da Endesa (cinco parques fotovoltaicos e três eólicos com um total 224 MVA) também foi tido em linha de conta. Ainda para mais, pode ser um datacenter a funcionar totalmente com recurso a renováveis.

Recorde-se ainda que a Direção-Geral de Energia e Geologia vai lançar, ainda este ano, o leilão para mais 300 MVA, valor remanescente disponível depois do encerramento da central a carvão.

Apesar de todas as controvérsias sobre a empresa e a sua dimensão José Meneses garantiu que o processo vai avançar. E ao jornal económico Eco já tinha confirmado que não pediu selo PIN (Potencial Interesse Nacional) à AICEP, entidade que analisa e atribui este selo. Isso mesmo foi confirmado à Antena Livre pelo Ministério da Economia

A Antena Livre sabe que todo este processo terá começado em 2022 e 2023. A empresa adquiriu os terrenos onde vai ser implementada toda a estrutura do datacenter e que 2028 é o ano apontado, segundo os promotores, para a entra em funcionamento da primeira fase, sendo que estão previstas mais duas até 2031.

À margem deste projeto soube-se esta semana que a REN (Redes Energéticas Nacionais) tem em Estudo de Impacte Ambiental o “Novo Posto de Corte de Abrantes e Modificação das Linhas Associadas.”

Ou seja, o Posto de Corte, ou Ponto de Injeção na Rede, do Pego foi construído em 1992 e tem tecnologias antigas. Desse modo a REN vai construir um novo, com a mesma capacidade, mas com possibilidade de ampliação, a cerca de 500 metros do local do existente. Ainda de acordo com o Estudo de Impacte Ambiental, em consulta pública até 3 de novembro deste ano.

Para além do Posto de Corte de Abrantes, a 400 kV, este projeto aponta ainda a entrada de diversas linhas, que deverão, ao que tudo indica, ter já as ligações para os parques solares e eólicos que a Endesa vai começar a construir em 2026.

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