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A Depressão Cláudia tem estado a afetar Portugal com dezenas de ocorrências nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém.
A região de Abrantes tem sido a mais fustigada do Médio Tejo que também está com muitas ocorrências, principalmente inundações e quedas de árvores.
A chuva muito intensa, provocada pelo rio atmosférico da Depressão Cláudia, voltou a causar problemas nos locais onde habitualmente é difícil o escoamento, mas desta vez há muitas situações de casas e garagens inundadas.
Às 12 horas a Antena Livre sabia de sete desalojados, de situações provocadas por inundações das suas habitações. Há casos em Tramagal, Tapadão e Chainça. Os serviços de Ação Social do Município de Abrantes ativaram instalações nos Bombeiros de Abrantes, uma camarata com capacidade para alojamento temporário de 12 cidadãos.
A Avenida António Farinha Pereira, a Nacional 2, em Alferrarede, voltou a criar um lago enorme onde ficaram parados dois automóveis, um dos quais com o condutor dentro. Mais de meia hora depois de os carros estarem parados no meio de uma rua onde apenas passavam veículos pesados, acabou por ser um cidadão com um jipe todo-o-terreno, de competição, que os rebocou para zona seca.
O condutor foi retirado com apoio de um operacional dos Bombeiros de Abrantes que ali estava a tentar reportar as situações.
Mesmo com um sinal de estrada submersa há sempre quem arrisque, e logo após terem sido retirados estes dois veículos, um outro automobilista tentou a sorte e ficou no meio da água. Teve de ser o jipe a entrar novamente em ação.
Esta é uma situação recorrente e cada vez pior face aquilo que são as chuvas cada vez mais intensas.
Na rua António Correia Pires, uma transversal à Nacional 2 que foi pavimentada no início de outubro, a água era tanta que entrou nos quintais dos habitantes. Uma das moradoras queixou-se de que as obras é que provocaram esta situação, porque com a colocação do alcatrão, a estrada ficou quase ao mesmo nível dos passeios. Rosinda Santos contou a situação, enquanto familiares tentavam “empurrar” a água da entrada do quintal para a rua.
Rosinda Santos, moradora na rua António Correia Pires
O Médio Tejo tem sido uma das sub-regiões mais afetadas. Até às 11:30 havia um registo de 64 ocorrências, sendo o concelho de Abrantes o mais afetado, com 26 ocorrências, principalmente inundações.
David Lobato, comandante ANEPC Médio Tejo
Já em Abrantes, às 11:45 havia um registo nos Bombeiros Voluntários de Abrantes de mais de 30 pedidos de apoio, principalmente para inundações.
O comandante, António Manuel de Jesus, dava conta de sete desalojados. Foram situações em que as casas ficaram inundadas com água, sendo estas pessoas encaminhadas para o serviço de Ação Social do Município.
Depois foram quatro cidadãos retirados de automóveis que ficaram presos nos lençóis de água ou nas correntes das ribeiras.
António Manuel Jesus, comandante Bombeiros de Abrantes
Houve nesta manhã várias ribeiras que saíram do leito, como em Rio de Moinhos ou em Casais de Revelhos. Aliás, a ligação de Casais de Revelhos à A23 e a Alferrarede ficou mesmo cortada, tanta era a água que corria na ribeira.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e a Proteção Civil tinham feito os avisos, mas mesmo assim há sempre quem arrisque a sorte, principalmente a atravessar lençóis de água nas estradas.
Esta quinta-feira tem chovido muito e pode vir a ser o dia que mais choveu em Abrantes desde o ano 2000. É um valor que Hélder Silvano, responsável pela estação Meteoabrantes, quer confirmar.
Desde as 00 horas até às 11:30 a Meteoabrantes registou 57 mm de chuva, ou seja, 57 litros por metro quadrado. Hélder Silvano disse mesmo para se pensar em valores muito elevados, ou seja, 11 garrafões de cinco litros por metro quadrado. E numa hora, esta manhã, registou-se um valor de 21,6 mm, ou seja, 21 litros por metro quadrado numa hora.
Hélder Silvano, Meteoabrantes
O Tempo vai continuar instável, pelo menos até sábado, e o distrito de Santarém continua com aviso laranja ativado até, pelo menos, às 18 horas.
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 12:50
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