O Enoturismo é uma aposta da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, que acrescenta valor à região e pretende aumentar o leque de ofertas a quem já visita o território.
É neste sentido que a Comunidade Intermunicipal está a desenvolver um programa em rede com localidades espanholas, francesas e outra do norte de Portugal para desenvolver o turismo sustentável.
Trata-se de um programa financiado ao abrigo do Interreg Sudoe, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) que pretende reforçar o papel da cultura e turismo sustentável no desenvolvimento económico, inclusão e inovação social e decorrerá até final de 2026.
E uma das atividades promocionais é nas adegas da região do Médio Tejo, ação que evolve duas regiões de turismo e os vinhos do Vale do Tejo.
Mais do que simples visitas ou provas de vinho, cada sessão convida os participantes a mergulharem nas histórias, paisagens e sabores que definem este território. Ao som da música e em ambiente descontraído, os participantes terão a oportunidade de conhecer os produtores, ouvir as histórias das quintas e saborear os vinhos que são expressivos no território.
A ação “Quintas do Médio Tejo: Visit, Taste and Lounge” conta ainda com com a colaboração dos três Grupos de Ação Local da região: ADIRN, Pinhal Maior e TAGUS.
Se a primeira aconteceu na Quinta do Montalto, em Ourém a 5 de julho, no último sábado, 12 de julho, a adega Casal da Coelheira, em Tramagal, recebeu meia centena de visitantes.
No Tramagal, Nuno Falcão Rodrigues, enólogo e um dos responsáveis do Casal da Coelheira, recebeu os visitantes com uma breve apresentação da empresa agrícola familiar. Explicou o início da empresa, a aposta nos vinhos e depois passou à degustação, apresentando, em modo descontraído, os vinhos, brancos e tintos, escolhidos para esta ação promocional que considerou importante para “dar visibilidade” e que o consumidor e o agente hoteleiro possa conhecer “a casa”. E não são apenas os vinhos, já que o Casal da Coelheira apresentou outros produtos locais para degustação, com incidência nos enchidos e queijos, que acompanham bem as provas de vinhos.
“É uma iniciativa a valorizar e repetir”, afirmou Nuno Falcão Rodrigues. “Sentimos que o consumidor está cada vez mais educado e tem interesse nas casas onde os vinhos são feitos e o que está por trás.”
Nuno Falcão Rodrigues, enólogo
Jorge Simões, segundo secretário Executivo da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, começou por explicar que este trabalho do Enoturismo foi a área escolhida pela estrutura territorial no âmbito de um programa europeu de turismo sustentável. Esta é uma aposta num produto próprio da região e em que as várias adegas já têm trabalho nesta área de promoção, mas de forma isolada. “O que pensámos foi olhar para o território e perceber o que temos disponíveis. Ou seja, os turistas vêm para o Médio Tejo por Fátima, Templários, Castelo de Bode, ou seja pelo que for, mas têm mais um motivo com esta oferta no enoturismo podem ter oportunidade para uma estadia mais longa, mais prolongada”, indicou Jorge Simões.
"Neste caso temos aqui uma parceria com os três GAL (Grupos de Ação Local), ou seja, Tagus, ADIRN e Pinhal Maior", e com as quintas que já tinham as portas abertas ao enoturismo ou a experiências deste género. “Falámos com todas, mas avançamos com estas. Para o ano, se repetirmos poderemos ir para outras. É preciso referir que esta é um projeto-piloto”, concluiu Jorge Simões.
Jorge Simões, CIMT
Já foram visitadas duas adegas do Médio Tejo. A 19 de julho a visita será à Herdade dos Templários (Tomar), dia 26 de às Terras da Gama (Mação), dia 2 de agosto a prova será na Quinta de São João Batista (Torres Novas) e a fechar, a 9 de agosto, a ação ruma a Sardoal, à Quinta Vale do Armo.
Os parceiros deste programa são a Fundación San António, Fundación Valle Salado de Añana, Associación de desarollo de Campo Montiel y Campo de Calatrava Tierras de Libertad (Espanha), Aven Armand, Montpellier de Vieux, Syndicat mixte d’anénagement et de gestion du Parc Naturel Régional des Grabds Causses (França), Município de Montalegre e Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (Portugal).
Casal da Coelheira ainda em festa com mais 5 medalhas e galardão empresa excelência
Promovida pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo e a Confraria Enófila Nossa Senhora do Tejo, a edição deste ano da Gala Vinhos do Tejo teve lugar no sábado, dia 28 de junho de 2025, no recentemente inaugurado Imóvel de Valências Variadas (IVV), em Almeirim.
O Casal da Coelheira, obteve as quatro Grande Ouro com Casal da Coelheira Reserva branco 2024, Private Collection Alicante Bouschet 2022, Private Collection Blend 2022 e Mythos 2022. O Casal da Coelheira Private Collection Fernão Pires branco 2024 conquistou o Ouro.
Na Gala dos Vinhos do Tejo são anualmente eleitas a Empresa de Excelência, este ano entregue ao Casal da Coelheira, e a Empresa Dinamismo, com a Fiuza Wines a destacar-se. O Casal da Coelheira é um projeto que nasceu da paixão familiar, já em três gerações, nas margens do rio Tejo, numa propriedade com cerca de 250 hectares, "onde tradição e inovação andam de mãos dadas. Ali, cada fase da vinha ao copo é tratada com um cuidado artesanal e técnico resultado de um trabalho incansável que respira amor pela terra, pela região e pelas suas castas." Premiou-se a qualidade dos vinhos, mas também o legado de uma família, que faz do cuidar da vinha um ritual de amor.
Sobre este dia e os galardões arrecadados, o empresário e enólogo diz que não trabalham dia a dia para os prémios, ou para a distinção. O objetivo é que os produtos sejam reconhecidos pelo consumidor e pelos profissionais da restauração que “são os mercados onde nos queremos posicionar”. Mas os prémios, vêm “motivar-nos e mostrar que estamos a fazer um bom trabalho, mas aumentam a responsabilidade, porque nos dizem que não podemos baixar a fasquia.”
Nuno Falcão Rodrigues revela que estas cinco medalhas não podem tirar os pés do chão porque “não podemos pensar, no dia seguinte, que vamos repetir a proeza. Acho que foi, efetivamente, uma noite em cheio. Foi motivo de grande orgulho para toda a equipa do Casal da Coelheira.”
Este concurso teve cinco medalhas para outros tantos vinhos, mas teve a distinção Excelência para a empresa. “É o reconhecimento de todo o percurso do Casal da Coelheira de quase 40 anos dentro da nossa família.”
Nuno Falcão Rodrigues, enólogo
Sobre a campanha 2025 o enólogo diz que ainda é cedo para saber, mas corrige uma ideia que existe na sociedade que as vinhas precisam de muito calor e de sofrer. Nuno Falcão Rodrigues revela que é preciso calor, mas não em demasia. Estes dias de temperaturas acima dos 40º Centígrados na região provocaram dano nas vinhas, ainda não quantificado ou até qualificado.
Mas, nesta altura, o que não deseja mesmo é que venham tempestades com chuvas fortes ou granizo. Isso sim, seria prejudicial para o fruto.
Nuno Falcão Rodrigues, enólogo
O Casal da Coelheira é uma empresa familiar com quase 40 anos, numa propriedade agrícola muito mais antiga. As vinhas crescem nas margens do rio Tejo, em Tramagal, numa propriedade com cerca 250 hectares distribuídos entre vinhas e outro tipo de culturas.
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