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Incêndios: Ministra destaca reforço e maior coordenação de meios no DECIR 2025 (c/áudio)

28/05/2025 às 20:46

A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, destacou hoje em Sardoal, no âmbito da apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para 2025, “o reforço” operacional e uma “maior coordenação nos meios” a nível nacional.

Margarida Blasco salientou também o reforço de cinco milhões de euros no financiamento aos bombeiros e a importância do trabalho de proximidade desenvolvido pelos autarcas, tendo deixado apelos à população no âmbito da proteção, prevenção e segurança.

“Eu queria deixar esta mensagem aos portugueses. Nós estamos a ter uma semana com temperaturas muito elevadas, que elevou o grau de risco de incêndio rural. E aquilo que eu pedi aos portugueses é que, como a Proteção Civil comunicou ontem, que procedessem de acordo com todas as indicações de prevenção e de adequação a este tempo de elevadas temperaturas”, apelou, tendo assegurado o “estado de prontidão” da proteção civil.

 

Margarida Blasco, ministra Administração Interna 

“Neste momento, a ANEPC tem cerca de 8.900 operacionais no terreno, em estado de prontidão, acompanhados de cerca de 3.000 viaturas e de 33 meios aéreos”, afirmou a governante.

Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), os operacionais envolvidos no combate aos incêndios rurais vão aumentar no total ligeiramente este ano, estando previstos para os meses considerados mais críticos 15.024 elementos (contra 14.155 em 2024), com o dispositivo a contar com mais quatro meios aéreos, num total de 76, contra os 72 meios aéreos do DECIR do ano passado.

“Há, efetivamente, mais meios. Mas, se esses meios não estiverem coordenados e se não houver um planeamento ao segundo, não importa que os haja”, observou a ministra, destacando um “programa com mais coordenação e, sobretudo, com um comando e com uma definição muito mais (...) fácil de transmissão das situações no terreno”.

 

Margarida Blasco, ministra Administração Interna 

Por sua vez, o presidente da ANEPC afirmou que o DECIR é “estável, robusto e está consolidado em 20 anos de trabalho” da Proteção Civil.

“Há aqui um aumento marginal de meios, nomeadamente na questão dos meios aéreos e nos meios terrestres. Importa dizer que, de facto, a Diretiva Operacional Nacional não é valorizada por termos marginalmente mais um meio, seja um meio terrestre ou mais um bombeiro ou mais um operacional. O que interessa, de facto, é a forma como ela está concertada no seu todo e a forma como consegue envolver todos os agentes da Proteção Civil. Esse é o nosso grande objetivo”, afirmou José Manuel Moura.

Questionado sobre os números envolvidos no dispositivo, José Manuel Moura disse que na fase mais crítica do sistema “são óbvios os reforços”.

 

José Manuel Moura, presidente ANEPC

O dispositivo assenta num conceito e premissas que se vão manter, como "o pré-posicionamento e mobilização preventiva de meios", a "monitorização permanente", uma "deteção precoce", o "despacho imediato e musculado de meios" e a “avaliação contínua”.

Na apresentação do DECIR, o comandante operacional nacional, Mário Silvestre, apontou ainda “melhorias” no dispositivo relativamente a 2024, como a “revisão conceptual das ações de treino operacional para as equipas de posto de comando” e da “estrutura operacional da ANPEC”, a “formação especializada em operações com máquina de rasto”, a “proximidade e reforço de sinergias com o patamar municipal”, a “utilização de caldas retardantes em meios aéreos”, a “otimização de recolha de dados aéreos através de imagens multiespectrais” e a “digitalização dos processos associados ao Posto de Comando Operacional”, entre outras.

 

Mário Silvestre, Comandante Nacional Proteção Civil

Na sessão, Miguel Borges, o autarca anfitrião, de saída do cargo pela limitação de mandatos, não se coibiu de repetir a mensagem que sempre transmitiu sobre Proteção Civil. “Muito disse e escrevi sobre proteção civil. A nossa estrutura tem feito o caminho que tem de ser feito. Disse em 2016 que a Proteção Civil estava assente em pés de barro. Não queria ter razão e tive. Mas aprendemos com os erros.”

O autarca de Sardoal disse que na floresta já se sabe o caminho que tem de ser trilhado e que precisa de ser feito. Mas “na Proteção Civil está a ser feito caminho, mas de forma muito mais lenta.”

E depois destacou o que Manuel Jorge Valamatos, presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, já tinha dito no dia anterior na apresentação do DECIR 2025 da sub-região: “Na CIMT os 11 autarcas estão afinados com a Proteção Civil” e com o trabalho de parceria com o comando sub-regional.

Miguel Borges, presidente CM Sardoal

 

De acordo com o plano de meios de 2025 o nível Delta, entre 01 de julho e 30 de setembro, contará “em permanência” com 11.161 operacionais de 2.293 equipas e 2.417 viaturas, número que poderá aumentar em 24 horas para 15.024 operacionais de 2.567 equipas e 3.411 viaturas. Já os meios aéreos serão 79, havendo 76 do estado e três da AFOCELCA, que trabalham no dispositivo e não apenas nas propriedades florestais das celuloses.

Caso haja necessidade o dispositivo prevê ainda a mobilização de meios adicionais para responder a situações mais graves.

C/Lusa

 

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