O Parque Urbano de S. Lourenço acolheu, no dia 13 de setembro, a sessão pública de apresentação dos candidatos da CDU aos órgãos autárquicos do concelho de Abrantes.
Graça Alves é a cabeça de lista à União de Freguesias de Abrantes (São Vicente e São João) e Alferrarede. “Um nome comprido para uma ideia simples: não basta querer mais, é preciso querer melhor. Mais do mesmo não serve. O que precisamos é de uma mudança que faça a diferença na vida de quem cá vive”, começou por dizer a candidata.
Graça Alves enumerou algumas medidas que considera urgentes para o território e começou pela saúde, dizendo querer “garantir que todos têm médico de família, um direito básico que hoje não está assegurado” e que “a CDU estará ao lado da população para exigir este direito, junto do Governo, e não criar ilusões e falsas soluções como o PS tem feito com a população”.
“Melhorar a segurança junto às escolas. Quem passa pelos centros escolares e escolas secundárias, nos horários de entrada e saída, conhece o caos que ali se vive. A segurança das nossas crianças e famílias tem de ser uma prioridade e há formas de criar estacionamentos rápidos e há bons exemplos pelo país. Falemos ainda das crianças e dos parques infantis. Muitos estão degradados, com equipamentos estragados e pisos inseguros. Um parque infantil não é um luxo. É um espaço essencial para o bem-estar das crianças e das famílias. A CDU exige manutenção regular, equipamentos seguros e zonas de sombra e defende novos parques onde eles faltam”, apontou. A candidata à União de Freguesias da cidade lembrou ainda que “Abrantes não é só o centro da cidade” e afirmou que “cada aldeia e cada lugar importa. Contudo, também é verdade que o centro histórico tem sido cada vez mais abandonado e está cada vez mais vazio. A Câmara Municipal tem vários edifícios fechados no centro histórico. Transformem-nos em Habitação Social”, defendeu.
“Outro ponto essencial é o alargamento dos transportes públicos a toda a freguesia. Há aldeias e lugares completamente isolados, onde os horários são raros ou inexistentes. (...) Nenhum lugar pode ficar para trás”, afirmou.
Graça Alves defendeu também a desagregação das freguesias. “Há uma batalha política que não podemos esquecer. A desagregação de freguesias. Alferrarede tem história, identidade própria, vida cultural e dinâmica da sua população. Foi-lhe retirada a autonomia e a sua capacidade financeira com a agregação forçada”. A candidata garantiu que “a CDU vai continuar a dar voz e lutar para devolver a Alferrarede a sua freguesia e a sua dignidade”.
Paula Cruz já é rosto conhecido na Assembleia Municipal de Abrantes. A eleita recandidata-se a novo mandato para dar “continuidade ao trabalho realizado no atual mandato”. A candidata fez um pequeno balanço do trabalho da CDU no órgão fiscalizador do Município, lembrando “a falta de segurança na Nacional 118, em Alvega, onde se arriscam vidas todos os dias” e “a falta de manutenção da ponte entre Mouriscas e Alvega, essencial para a mobilidade e segurança. Exigimos respostas claras sobre as obras do Teatro de São Pedro, espaço de cultura que faz falta a Abrantes. Alertámos para a situação do mercado diário, questionando vendedores, clientes e custos de uma infraestrutura que não cumpre o seu propósito. Denunciámos o respeito ambiental na Ribeira de Rio de Moinhos, o corte de água aos canais de rega que afeta diretamente agricultores e populações. Contestámos os enormes custos do projeto de residência de estudantes junto à Escola Dr. Manuel Fernandes, defendendo uma gestão mais equilibrada dos recursos. Continuamos a exigir a expansão da rede de saneamento básico, direito fundamental que ainda falta em várias localidades do nosso concelho. Questionámos a rentabilidade e os custos do novo pavilhão multiusos, para que não seja mais uma infraestrutura subaproveitada. Relembrámos a importância da recuperação da antiga escola de Mouriscas, defendendo a preservação do património e a sua utilização para a comunidade. Denunciámos a ausência de uma casa mortuária, digna, um problema que fere a sensibilidade e o respeito pelas famílias abrantinas. Exigimos a requalificação da rua e da zona de estacionamento da Estação Ferroviária do Rossio ao Sul do Tejo. Porta de entrada e saída do concelho. Criticámos a forma como a Câmara mantém as juntas de freguesia sobre dependência dos contratos interadministrativos, limitando a sua autonomia e capacidade de resposta. Estivemos na linha da frente pela desagregação das freguesias de São Facundo e Vale das Mós, respeitando a vontade popular e valorizando o poder local”.
Paula Cruz terminou a afirmar que “estes não são apenas apontamentos de reuniões, são problemas concretos, sentidos no dia-a-dia das pessoas e que não podem ser ignorados”. A candidata anunciou que “a CDU vai às reuniões da Assembleia Municipal não para fazer figura de presença, vai para dar voz a quem não a tem, para dizer o que muitos calam, para enfrentar a diferença e a inércia”.
O cabeça de lista à câmara Municipal de Abrantes é João Chaleira Damas. O engenheiro mecânico, já reformado e com 74 anos, começou por dizer que “as listas da CDU são constituídas por cerca de 190 pessoas, mulheres e homens, respeitando a paridade de género, sendo uns militantes dos partidos da coligação e outros independentes, de profissões diversas e de todas as idades. É com orgulho que integro esta equipa, onde todos fazem o que sabem e podem, onde todos contribuem para valorizar e engrandecer o nosso projeto autárquico”.
Chaleira Damas fez um diagnóstico do concelho e informou que “uma vez eleitos na autarquia de Abrantes, a CDU assegurará relações de confiança e diálogo com os trabalhadores do município, de todos os níveis e funções, pois são eles que conhecem os problemas, são eles que têm a opinião do que pode e deve mudar para melhorar e servir a população e as empresas. São ainda eles os titulares do conhecimento, da força, da inteligência que leva a mudar. Não são os eleitos que vão fazer as coisas, são os trabalhadores da Câmara que vão fazer as coisas e esses trabalhadores têm na CDU uma voz que confia neles e que com eles fará melhor e diferente”. E acrescentou que “uma vez em funções, a CDU saberá ouvir a população e os trabalhadores, suscitar críticas, ideias e contributos que ajudem a formular as boas propostas, enquadrar financiamentos, escolher as empresas melhores executantes dos vários projetos, realizar as obras e depois, o que é muito importante, fazer o balanço”. O candidato à Câmara declarou que “para isso, é necessário dispor de planeamento estratégico, robusto, que contrarie”, e apontou falhas da governação socialista que disser ser “feita à vista, ao sabor dos fundos comunitários disponíveis e dos interesses, como tem sido apanágio da gestão do Partido Socialista na Câmara Municipal de Abrantes”.
Apontou projetos que serão “objeto de análise crítica” e mencionou “o campo de basebol, o mercado diário dito municipal, o açude Aquapolis, a ribeira de Rio de Moinhos, o centro escolar de Abrantes e o seu acesso, o multiusos, os museus, sem esquecer o terreno da RPP Solar que foi falado na última semana”.
Para que não dissessem que a CDU “diz mal de tudo”, elogiou o espaço onde estava, o Parque Urbano de S. Lourenço. “Não dizemos mal deste espaço, como não dizemos mal de muitas outras coisas. Mas não podemos ignorar aquilo que foi feito em Abrantes, com milhões e milhões de euros. Estamos a falar em mais de 20 milhões de euros. É muito dinheiro. O orçamento da Câmara, para quem acompanha, este ano está orçado em 62 milhões de euros. 20 milhões é um terço do orçamento”.
Chaleira Damas apontou que “a Câmara gastou dezenas de milhões de euros, quase sem préstimos para os cidadãos e para a economia. E mais, não tem solução para resolver o problema. Com a ajuda de todos, encontraremos solução adequada e possível para estes investimentos falhados. Essa solução pode ser social, pode ser cultural, pode ser económica. O que não pode ser é aquilo ser permanentemente um custo para o município, sem dali se tirar nenhum proveito. Ninguém tira proveito daquilo. Mais ainda, é preciso evitar novos elefantes brancos. Estas obras que eu referi são classificadas por nós de elefantes brancos”.
Chaleira Damas disse depois o que defende a CDU e indicou algumas medidas que considera urgentes implementar no território. “Criaremos a rede de museus municipais e de polos de freguesia. Há vários polos museológicos nas freguesias aqui do nosso concelho, que normalmente estão fechados. O Castelo de Abrantes para a CDU é o ex-libris da cidade e do concelho. É necessário constituir um grupo de trabalho pluridisciplinar que aponte soluções, que integrem. Estas soluções têm que integrar aquele Castelo, não só o edifício em si, mas o jardim do Castelo, os museus, as igrejas, o centro histórico, o comércio, a restauração, dormidas e acessos. Isto é fundamental”.
Disse ser “inadmissível que sete freguesias e 40 localidades e casais não estejam servidas de saneamento básico. Hoje, 2025, 40 localidades não têm saneamento básico neste concelho. Mas o grave é que o próprio presidente da Câmara é o primeiro a desmotivar a instalação da rede de esgotos nestas localidades. A solução existe. Compete à Câmara promover as dinâmicas necessárias junto da população e do Governo para encontrar meios que permitam suprir tamanha falta de gestão ambiental, garantir a saúde de pessoas e de animais e salvaguardar recursos hídricos e ambientais”.
Também o desporto jovem “merecerá a atenção da CDU, para complementar o escolar, para formar futuros atletas e campeões; no projeto integrado da Cidade Desportiva, aqui no Barro Vermelho, da Vila Desportiva no Tramagal. No Tramagal, quem conhece, tem uma excelente base para uma pista de atletismo, tem todas as condições ali à volta do campo de futebol do TSU para fazer ali uma piscina, tem clubes de ténis, tem tudo isso para fazer um núcleo desportivo que atraia os tramagalenses e mais, que atraia pessoas e jovens de outros pontos. Existem também neste projeto do desporto jovem os clubes, as associações e as ilhas desportivas de bairro. Nos bairros onde não há campos de futebol nem há nada disso, podem-se criar pequenas ilhas desportivas; Em Abrantes, falta o pavilhão gimnodesportivo, o que é inadmissível; A CDU dinamizará o desporto náutico no Rio Tejo, desde Alvega até à Amoreira. Na Albufeira do Castelo de Bode a mesma coisa, desde a freguesia das Fontes até à freguesia de Martinchel, promovendo ainda a indústria do lazer e do turismo, que crie emprego nestes locais, no concelho e na região; Algumas estradas do concelho são sinuosas, nomeadamente na zona Norte, Carvalhal, Fontes e mesmo Aldeia do Mato e Martinchel, são perigosas e são demoradas para percorrer”.
E ainda a ponte que liga Mouriscas a Alvega. “A Câmara Municipal é responsável pela manutenção” e Chaleira Damas afirmou, de forma convicta, “que a Câmara Municipal não tem competência para assegurar a estabilidade e as condições de segurança daquela ponte”. A solução, segundo o candidato da CDU à Câmara de Abrantes, é “chutar isto para as Infraestruturas de Portugal. Elas sim, têm técnicos e têm competências para gerir este património”.
Terminou a sessão o membro do Comité Central do PCP, Valter Cabral, que garantiu que a CDU é a única força política que defende os interesses da população no concelho. “A CDU é, sem dúvida, a grande força de esquerda no poder local. Com um projeto guiado pelo interesse público, é a força que, com ou sem eleições, nunca abandona o compromisso na defesa deste concelho”. E para sustentar o que disse, apontou algumas das batalhas da CDU em Abrantes. “Não há outra que tenha sido persistente na defesa do saneamento básico em várias localidades no concelho. Não há outra força que tenha combatido, de forma consistente, a falta de médicos de família, no Tramagal, no Pego e, infelizmente, em muitas outras freguesias. Que tenha exigido mais segurança rodoviária na Estrada Nacional 118. Não há outra força que insista tanto na necessidade de uma cidade mais limpa, com melhores acessos e um centro histórico mais vivo e mais cuidado”.
Valter Cabral criticou o atual Executivo Municipal, dizendo que “o PS e o PSD, que partilham responsabilidades na Câmara Municipal, são os mesmos que, quando estão no Governo, nada resolvem, só encobrem as dificuldades e chutam para as autarquias, que também não têm responsabilidade”. O membro do Comité Central do PCP acrescentou mesmo que “há décadas que a política em Abrantes tem funcionado como um polvo” e que “os tentáculos do PS sufocam o poder local e afastam as populações das suas freguesias e da Câmara”. Declarou que “as Juntas de Freguesia são tratadas como meras extensões da Câmara, sem autonomia e incapazes de responder às reais necessidades das pessoas. Enquanto isso, milhões ficam parados nos cofres da autarquia ou são entregues antecipadamente aos fornecedores, enquanto falta investimento nas freguesias. É urgente dar voz às populações, reforçar o poder local e pôr o dinheiro ao serviço de quem vive e trabalha em Abrantes”.
A CDU apresentou assim Chaleira Damas à Câmara e Ana Paula Cruz à Assembleia Municipal. A coligação vai ainda a eleições a 10 freguesias do concelho de Abrantes e é candidata à União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede, Graça Alves. Elsa Lopes concorre à UF Aldeia do Mato e Souto e Paulo Jacinto é o cabeça de lista a Alvega e Concavada. Fernando Moraes é o candidato em Bemposta, Carlos Bento em Mouriscas e Patrícia Amaro no Pego.
José Pedro Bioucas candidata-se a Rio de Moinhos, Leonel Francisco a São Facundo e Vale das Mós, José Pratas em São Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo e João Damas encabeça a lista à Junta de Tramagal.
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