Ensino Superior: Os colocados no Politécnico de Tomar e na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes

Este fim de semana foram conhecidas as listas de colocações no ensino superior. Nesta 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior para o ano letivo 2025/2026 o Politécnico de Tomar teve uma “já esperada diminuição” na taxa de ocupação das suas vagas.

Em comunicado a instituição de ensino superior explica que a diminuição que se reflete nas instituições de ensino superior público “é fruto das regras implementadas, este ano, para o acesso ao ensino superior com o aumento do peso das provas específicas e das provas de acesso.” Na mesma nota é referido que estas novas regras já tinham “sido objeto de reclamação por parte das instituições de ensino superior junto do ministério.”

O IPT realça que “as regras de acesso ao ensino superior em vigor até ao ano letivo passado foram definidas para não prejudicar os estudantes que frequentaram o ensino secundário durante o período da pandemia Covid 19 que foi marcado por interrupções no ensino presencial e por profundas alterações nos métodos de ensino e que, os estudantes que agora se candidatam ao ensino superior e estavam a frequentar os 7.º e 8.º anos de escolaridade também tiveram um percurso escolar afetado pela pandemia e marcado por alterações significativas ao nível de aprendizagem e adaptação devendo por isso beneficiar de condições semelhantes às atribuídas aos candidatos dos anos anteriores.”

Há ainda outro fator para esta redução de colocações, de acordo com o politécnico, que aponta a uma diminuição de 16,4% nos estudantes que se apresentaram a concurso, nesta fase e face ao ano anterior, assim como a diminuição de 21,1% do número de colocados em instituições localizadas em regiões demograficamente mais frágeis.

Para a presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Maria José Fernandes, os números das colocações são o reflexo de “uma litoralização do ensino superior, que além de acentuar as assimetrias regionais, coloca em causa a coesão territorial e o legítimo acesso de todos os jovens ao ensino superior”, lê-se no comunicado.

Maria José Fernandes alertou também para a previsibilidade destes resultados, sublinhando que os institutos politécnicos alertaram a tutela para o efeito do aumento do peso das provas específicas e do aumento das provas de acesso.

O Instituto Politécnico de Tomar indica que 60% dos candidatos que entraram na instituição nesta fase escolheram o IPT como 1.ª opção para prosseguirem os seus estudos e que alguns cursos (dois) preencheram por completo as vagas disponíveis.

Na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, em cinco cursos, foram preenchidas na 1.ª fase 16 vagas, com o curso de Computação e Logística a ter zero alunos selecionados.

Em Engenharia Mecânica, em 20 vagas disponíveis foram preenchidas duas. Já em Informática e Multimédia entrou um aluno para 26 vagas, enquanto que o curso de Computação e Logística não teve nenhum colocado.

Cinema e Média Digitais teve cinco alunos para 22 vagas e Comunicação Social contou com oito vagas preenchidas de um total de 38 que foram abertas para este ano letivo.                                                                                                                           

Código Instituição  | Nome Instituição | Curso | Vagas | Colocados

No global o IPT tem 17 cursos distribuídos pelas três escolas superiores, sendo que apenas dois cursos da Escola Superior de Tecnologia de Tomar têm preenchidas todas as vagas abertas: Conservação e Restauro (33 vagas preenchidas) e Tecnologia das Artes Gráficas (45 vagas preenchidas).

Engenharia Civil (Escola Superior de Tecnologia de Tomar) e Computação e Logística (Escola Superior de Tecnologia de Abrantes) foram os dois cursos que não tiveram nenhum aluno interessado. Informática e Tecnologias Multimédia (ESTA) e Gestão da Edificação e Obras (ESTT) tiveram apenas uma vaga preenchida.

Estes foram os resultados da 1.ª fase. A 2.ª fase vai acontecer em setembro. Podem concorrer os jovens que não se candidataram na 1.ª fase, os que foram colocados, mas não se matricularam ou os que pretendem melhorar a colocação.

A 3.ª fase de acesso ocorre final de setembro ou início de outubro e serve como última oportunidade de colocação nesse ano letivo.

Existem ainda outros regimes, especiais, para acesso ao ensino superior como os maiores de 23 anos; titulares de cursos médios/superiores; concursos para estudantes internacionais; ou regimes especiais.

Os mais de 43 mil alunos que ficaram colocados numa instituição de ensino superior pública têm a partir desta segunda-feira (25 agosto) e até quinta-feira para se matricularem na universidade.

Os alunos que entraram na 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior receberam um email com a informação sobre a faculdade e curso em que ficaram colocados e podem agora proceder à matrícula.

Os estudantes que vão para o primeiro ano do ensino superior ainda poderão voltar a candidatar-se à 2.º fase, cujas candidaturas também começam esta segunda-feira, 25 de agosto.

Além das 11.513 vagas que sobraram da 1.ª fase, na 2.º fase surgem novos lugares deixados por alunos que não concretizaram a matrícula e inscrição. Estas novas vagas dependentes de alunos que desistam do lugar serão divulgadas apenas em 2 de setembro no ‘site’ da Direção-Geral do Ensino Superior (http://www.dges.gov.pt), sendo ainda possível nessa altura alterar uma candidatura já feita.

As candidaturas para a 2.º fase terminam em 3 de setembro e os resultados serão divulgados em 14 de setembro.