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Abrantes: Projeto da Católica do Porto vence Food Fab Lab 2025 (c/áudio e fotos)

16/12/2025 às 10:03

Já são conhecidos os premiados da 7.ª edição do Prémio Food Fab Lab, uma iniciativa do Tagusvalley desenvolvido pelo Inov.Linea.

Trata-se de um concurso que já há uns 10 anos, depois parou no período do Covid, para regressar com a mesma intenção, desenvolver novos produtos e a inovação na área alimentar.

Este prémio é, segundo Pedro Saraiva, Diretor Executivo da Tagusvalley, “muito orientado para o tema da inovação, embora se distribua entre a inovação, o seu potencial de mercado e as características sensoriais dos produtos.” Ou seja, são os três prémios e depois o principal acaba por ser o somatório das três categorias, ou seja, o grande prémio Food Fab Lab.

Este ano foram 13 concorrentes de norte a sul do país, desde Bragança ao Algarve, e “a grande maioria dos concorrentes são de fora do concelho”, indicou o responsável. Mesmo assim há dois concorrentes da região, sendo que um até conquistou uma das categorias.

Com esta iniciativa anual, Pedro Saraiva acrescentou ainda que se consegue chegar junto de unidades de investigação, a pessoas que estão no mercado e que reconhecem também a validade deste prémio.

 

 Pedro Saraiva

Este concurso tem, uma procura interessante, muito pelo júri que Pedro Saraiva considera “de excelência. Temos connosco os principais ou dois dos principais ‘players’ do setor alimentar na avaliação dos produtos de concurso.”

O júri é composto por nove instituições: Teresa Mariano (APN – Associação Portuguesa de Nutrição), Marlos Silva (MC Sonae), Helena Mira (Escola Superior Agrária de Santarém – Instituto Politécnico de Santarém), Deolinda Silva (PortugalFoods), Conceição Pereira (TAGUS Ribatejo Interior), Rui Ferreira (Casa Mendes Gonçalves), Nelson Félix (Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril) e Miguel Teixeira (Colab4Food).

 

 Pedro Saraiva

Os prémios, apesar de terem valor monetário, têm valor em serviços para usufruir dos serviços e acesso à equipa do Inov.Linea, aqui em particular, de consultoria, de suporte técnico, “mas também para quem queira, e esteja já nessa fase, utilizar as nossas instalações porque elas têm licenciamento industrial, portanto, acabam por poder fazer, se for o caso, desenvolvimento de produtos”, esclareceu Pedro Saraiva.

O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, agradeceu a participação de todos e deixou a nota que Abrantes está num tempo de grande empenho no Parque de Ciência e Tecnologia e, em simultâneo, de grande definição. Aludiu ao investimento de cinco Milhões de Euros em aceleradores, em incubadores de empresas. “Isto corresponde a dizer que estamos recetivos a receber mais projetos, mais gente com este sentido de inovação, de transformação daquilo que é os mercados e os produtos”, fez questão de sublinhar, referindo, por outro lado, o investimento que já está a ser feito na nova Escola Superior de Tecnologia, um investimento da ordem dos 8 Milhões de Euros.

Manuel Jorge Valamatos apontou os desafios da descarbonização, do encerramento da central a carvão e dos desafios das novas empresas, a olhar o futuro. E fez a ligação à apresentação destes produtos de inovação alimentar. “Isto que aqui apresentam, a quem eu felicito muito, é pôr os olhos no futuro. A tecnologia, ao serviço das pessoas, novos produtos, nova economia.”

 

Manuel Jorge Valamatos

Depois da cerimónia de entrega de diplomas seguiu-se a apresentação dos produtos e respetiva degustação.


Os prémios Food Fab Lab

Inovação

Kriselle Deamici apresentou a cerveja artesanal AlgaeBeer, produzida pelo Greencolab, um laboratório colaborativo que está situado em Faro, na Algarve, que trabalha “no campo das microalgas e macro algas.”

A responsável explicou que este laboratório faz a ponte entre a academia e a indústria na valorização de toda a cadeia de produção e aplicação de micro e macro algas. “Dentro do Greencolab, desenvolvemos diversos produtos e aplicamos em diversas componentes as algas e um dos grupos é dedicado ao desenvolvimento de novos produtos alimentares. Eu lidero esse grupo, juntamente com a Marta [também presente], representando o Food Nutrition Working Group, onde desenvolvemos produtos inovadores com aplicação de micro, macro algas e extratos também dessas algas.”

Esta cerveja foi criada já em 2025, mas a base foi a ideia de trazer um produto “super inovador” para o mercado, uma cerveja com algas, que não existem muitas opções ainda no mercado. “Esta é uma APA (American Pale Ale), com adição de tetraselmis que é uma microalga marinha, que tem muitas características interessantes. Entre elas, ela é fonte de proteína, é rica em B12, sensorialmente ela também traz muito sabor do mar, porque lembra muito o sabor a marisco.”

Ainda segundo Kriselle Deamici “o conceito foi desenvolvido no GreenColab, em escala laboratorial, e atualmente já desenvolvemos uma escala piloto, junto com a cervejaria de Faro, Fearless Beer.”

 

Kriselle Deamici

Potencial de Mercado

Nesta categoria o projeto vencedor não pode estar representado. De qualquer forma foi explicado que a Joana Rosa, concorreu a título individual, com uns bombons de creatina.

 

Pedro Saraiva

Degustação

O prémio degustação vai para o Tramagal, para a queijaria Brejo da Gaia. Susana Carrolo apresentou o leite de cabra com cacau e stevia.

E na apresentação explicou que este prémio “é muito importante, porque é um abrir portas.” E depois explicou que na empresa “achamos que os benefícios que o leite de cabra tem, para a saúde de tantas crianças quanto dos adultos, não está a ser bem contabilizado e não está a ser ainda muito conhecido pela população em geral.”

Por isso “tentámos criar um produto que pudesse chamar a atenção das crianças, daí o cacau e a stevia, porque ao contrário do que muitas pessoas dizem, a stevia é boa para as crianças.”

Susana Carrolo acrescentou que tentaram criar um produto para chamar as crianças para começarem a consumir os produtos de leite de cabra porque, para a empresa, é mais uma porta que se abre para os produtores, para nós produtores e para outros produtores de leite de cabra do país.

 

Susana Carrolo

Menção Honrosa

Este ano o júri decidiu atribuir uma menção honrosa ao produto OleaSnacks, da empresa Ervas da Serra, de Bragança.

Ítala Marx apresentou estas “bolachinhas” com dois objetivos. O primeiro é a busca de snacks saudáveis, gluten free, adicionados com fontes de gordura boa e também fontes de fibra, fontes de proteína e o principal, fontes de compostos antioxidantes. O segundo objetivo é solucionar é o reaproveitamento, o upcycling de subprodutos da indústria, principalmente do azeite. “Nós temos aqui então um produto que é crackers à base de grão-de-bico adicionado de azeite. Nós temos semente de chia, semente de abóbora, flúor de sal, para dar uma característica sensorial mais interessante, mas também temos um ingrediente inovador que é a farinha de azeitona desengordurada, que é o que se obtém a partir do processo de extração de azeite”, explicou Ítala Marx.

 

Ítala Marx 

Prémio Food Fab Lab

O grande prémio teve como vencedor um projeto do Porto, da Universidade Católica, desenvolvido por três alunas de cursos diferentes, mas que se complementam. E do background da nutricionista (Inês Soares), da engenheira biomédica (Leonor de Castro) e da microbióloga (Rita Vedor) nasceu a ideia do “Snack a Tummy”.

“Em conversa de almoço, surge então o “Snack a Tummy” que é composto por um leite fermentado, que enriquecemos com pós-bióticos de lácteos de caseiro e acompanhamos com uns palitos de bagaço de maçã, de farinha de bagaço de maçã”, explicou Rita Vedor, acrescentando que “a ideia é ser um bocadinho aqueles snacks duos que vemos para as crianças, em que nós mergulhamos os palitos no leite fermentado e comemos tudo junto. Também um dos pontos focais que nós tivemos foi nós queríamos focar-nos num público-alvo e neste caso nós comemos as crianças. Portanto, o nosso produto caracteriza-se por ser rico em proteína e fibra e ainda ser uma fonte de cálcio, dando então vários benefícios para a saúde das crianças.”

Rita Vedor

O Prémio FOOD FAB LAB tem um valor de 1.500 euros em serviços do INOV.LINEA, enquanto que os restantes, Prémio Inovação, Prémio Potencial de Mercado e Prémio Degustação, cada um, conta com 500 euros, igualmente, em serviços do INOV.LINEA.

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