O Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) tem uma zona de pinheiras, ao lado do edifício principal, que foi transformado num jardim sensorial e ginásio ao ar livre. Os dois espaços, que ficam lado a lado, foram inaugurados neste quinta-feira, num dia que a instituição recebeu outras, da região, para poderem experimentar estas duas novidades.
Foi numa cerimónia simples, mas com ma carga emocional muito grande quer para os profissionais da instituição, quer, principalmente, para os utentes que passam a dispor de espaços ao ar livre para atividades.
Vítor Moura, presidente da direção do CRIA destacou os apoios que a instituição teve para a criação do jardim, que contou ainda com o empenhamento dos alunos da formação profissional, em jardinagem, que preparou o terreno onde foram instaladas as estruturas.
Vítor Moura, presidente CRIA

O ginásio ao ar livre resulta da oferta de 12 máquinas de exercícios físicos oferecidos pela fisioterapeuta Ana Figueiredo que tem ali o seu irmão. Três equipamentos ficaram junto ao lar residencial e os restantes nove foram colocados no jardim. Vão permitir aos utentes com capacidade de mobilidade poderem fazer alguns exercícios acompanhados pelos professores da área.

Patrícia Mascate, fisioterapeuta do CRIA, explicou à Antena Livre o que é, afinal, um jardim sensorial. Destina-e aos utentes com problemas mais graves, que podem não se exprimir por voz, mas que reagem aos sentidos. E permite apurar a área mais emotiva na visão, no olfato, audição ou tato.
“É um espaço muito bonito e acolhedor. Destina-se às crianças [é a forma como se tratam todos os utentes do CRIA, independentemente da idade] mais sensoriais, que comunicam sem ser pela fala, através de um gesto ou de um toque. A partir de agora vão ter mais um espaço.”
A fisioterapeuta disse que há um espaço para o toque, outro para o cheirinho com muitas ervas aromáticas e há uma parte do som, onde podem ouvir a natureza. “É um espaço onde podem ouvir os passarinhos, um espaço mais calmo que eles precisam.”

Este é um espaço para ser utilizado pelos utentes e pelos professores de “ginástica” Diogo Rosado e Joana Teixeira, ou pela psicomotrista, Mariana Casimiro e outros profissionais. “É um refúgio para não estarem sempre em ambiente de sala.”
E pode mesmo haver outras utilizações. “Por exemplo, os familiares podem vir visitar os utentes e passear no jardim sensorial e até fazer um piquenique.”
Patrícia Mascate, fisioterapeuta

E se o espaço é grande, está bem tratado e a fisioterapeuta deixou mesmo o convite a qualquer cidadão para fazer uma visita e, se o entender, poder levar umas fores ou plantas para ajudar a compor ou a fazer crescer o jardim.
Após experimentarem as sensações e os equipamentos de ginástica utentes, funcionários e convidados fizeram uma caminhada a que se seguiu um pequeno convívio. E o tempo ajudou, num dia com pouco sol, mas sem chuva.
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