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Abrantes: 13 de novembro 2025 foi o dia com mais chuva (59,2 mm) desde o ano 2000 (c/áudio)

14/11/2025 às 11:47
Ribeira Casais Revelhos 11:00 | 13-11-2025

Esta quinta-feira a depressão Cláudia provocou inundações e cheias rápidas em dezenas de concelhos de Portugal. No Médio Tejo Abrantes, Sardoal e Ourém foram os territórios mais afetados. A Lezíria do Tejo teve igualmente vários concelhos com problemas, e mais para o interior, Vila de Rei, também teve várias situações, principalmente nas ribeiras.

Ao longo do dia 12, quarta-feira, vários meteorologistas e outros especialistas alteraram para os problemas que poderiam ocorrer com a depressão que iria afetar o continente entre quinta-feira e sábado, de 13 a 15 de novembro. Um rio atmosférico é uma “faixa longa e estreita de ar muito húmido que transporta enormes quantidades de vapor de água pela atmosfera, como se fosse um ‘rio no céu’”.

Previsão Windy 15:00 | dia 14-11-2025

E este “rio atmosférico” causou mais de um milhar de ocorrências em parte do território nacional.

Em Abrantes nunca num dia tinha chovido tanto, desde o ano 2000. A estação meteorológica Meteoabrantes, que tem os registos desde a entrada em funcionamento, contabilizou 59,2 mm, ou seja 59,2 litros por metro quadrado entre as 00:00 e as 23:59 de 13 de novembro de 2025.

E foram estes valores que causaram os problemas que se verificaram nos locais por onde a depressão Cláudia abriu as “torneiras.”

Ainda esta quinta-feira, o valor horário mais elevado foi de 21,6 mm, ou seja, numa hora choveu 21,6 litros por metro quadrado. Um valor registado durante a manhã.

Hélder Silvano destacou o facto de termos cada vez mais fenómenos deste tipo, mais intensos e de curta duração que provocam as cheias rápidas. Noutros tempos, do século passado, havia chuva intensa, mas em menor quantidade e durante períodos mais logos de tempo.

Hélder Silvano, Meteoabrantes 

Meteoabrantes 11:30 | 14-11-2025

A 19 de dezembro de 2019 uma outra depressão, de nome Elsa, provocou milhares de ocorrências em todo o país, com maior gravidade no norte. Na região do Médio Tejo, para além de inundações de ruas e estradas, verificaram-se dezenas de quedas de árvores em todo o distrito.

Segundo Hélder Silvano, responsável pelo site Meteoabrantes, este foi o dia em que se registou o valor mais alto de pluviosidade numa hora, 44,2 mm, ou seja, 44,2 litros por metro quadrado.

Qual a diferença entre o fenómeno de 2019 e a depressão Cláudia? Em 2019 verificou-se um fenómeno de pluviosidade convectiva. Um fenómeno de chuva intensa e de curto período de tempo. É ainda um fenómeno mais localizado.

A depressão Cláudia é uma superfície frontal. Trata-se de uma massa de ar muito húmido, o chamado rio atmosférico, que pode provocar chuva intensa durante vários dias e em várias vagas.

O responsável notou ainda a probabilidade de termos cada vez mais fenómenos que nascem no Atlântico e que em vez de rumarem ao continente americano poder vir para o lado de cá, da Europa.

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