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Constância: Fernando Correia apresentou livro E se eu fosse Deus?. “Porque alguém tem que contar a verdade”

16/01/2018 às 00:00

E Se Eu Fosse Deus? Foi esta simples pergunta que despoletou todos os acontecimentos que levaram à edição do 36º livro de Fernando Correia.

Fernando Correia, autor, jornalista e comentador da TVI, esteve este sábado em Constância, na Casa-Memória de Camões que contou com um auditório cheio, para apresentar o seu livro E Se Eu Fosse Deus?.

“A prostituição, a droga, a dor, a loucura, a violência, mesmo o suicídio, fazem parte deste submundo, que a maioria de nós tende a ignorar. E se Deus estivesse, como um sopro, em cada um destes rostos de sofrimento? E se a beleza se esconder onde menos esperamos? Por vezes, o duro dia-a-dia supera qualquer ficção. A casa de Henrique é a Natureza. Henrique é um sem-abrigo de corpo, mas a sua alma guarda a única realidade que aceita e lhe chega através de uma entidade superior. «E se eu fosse Deus?», pergunta, num livro que prova que Fernando Correia é mais que um mero cronista radiofónico”.

Na sessão de apresentação do livro, o conhecido jornalista assumiu-se como “uma pessoa ligada a causas sociais”. E foi por isso que a história de Henrique o levou a conhecer o submundo da cidade de Lisboa. E expressões como “o ser humano não anda a fazer nada nesta terra se não for solidário” saíram-lhe algumas vezes com a voz do coração.  “A vida não se pode fazer sem amor. E eu percebi isto, definitivamente”, assumiu.

Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Constância também abordou a temática dos sem-abrigo. Disse não os ter no seu Concelho mas deu conta de um caso que tinha sido resolvido nessa mesma semana no Município vizinho de Vila Nova da Barquinha e assumiu a “responsabilidade política” perante estas situações sociais.

A sessão de apresentação contou também com a presença da jornalista da TVI, Patrícia Matos, que falou da sua própria experiência, vivida junto dos sem-abrigo em Lisboa, no apoio a uma Associação. “É angustiante! Perante o cenário, uma pessoa sente-se tão inútil. Sentir a impotência de não conseguir fazer nada. Mas podemos fazer muito”, disse a jornalista. Patrícia Matos afirmou ainda que “o que damos aos outros não nos faz falta nenhuma”.

«Ele bem que podia ter recolhido testemunhos curiosos, mais ou menos jornalísticos, sentado à mesa do seu computador. Mas não, ele fez-se ao caminho, ele partiu ao encontro das “periferias”, ele, enfim, foi ao tropeço com o flagrante da dor e dos olhares vazios de sonhos. Ele fez o seu Natal no encontro com os pobres da manjedoura lisboeta», destaca o Professor Antunes de Sousa no prefácio: «Desprende-se deste relato em chamas uma urgência que a todos convoca e interpela».

Fernando Correia percorreu as ruas de Lisboa com Henrique, um sem-abrigo que lhe mostra as histórias de outros sem-abrigo e um submundo per­turbante. E Se Eu Fosse Deus? é o novo romance de Fernando Correia, baseado em testemunhos e facto reais.

Na calha está já outro livro que promete agitar consciências. “É sobre violência doméstica. Porque alguém tem que contar a verdade”. 

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