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Intervenções de arte pública de Vhils e outros artistas chegam a Vila Nova da Barquinha - COM SOM

19/02/2018 às 00:00
Apresentação dos projetos este sábado

Dez intervenções de arte pública desenvolvidas por Alexandre Farto (aka Vhils), Manuel João Vieira, Violant e Carlos Vicente, no âmbito do projeto ARTEJO, foram hoje reveladas e aprovadas pela população de Vila Nova da Barquinha.

Os artistas voltaram a encontrar-se com a população no Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha, município do distrito de Santarém, depois das assembleias comunitárias realizadas desde janeiro do ano passado, e ao longo de todo o ano, tendo no sábado sido apresentadas as ideias iniciais para as dez intervenções que vão ser feitas entre março e maio nas quatro freguesias - Atalaia, Praia do Ribatejo, Tancos e Vila Nova da Barquinha.

"O objetivo é instalar este ano 10 obras destes artistas na sede de concelho e nas freguesias mais rurais”, disse à Lusa Sandra Santos, coordenadora do projeto Arte Pública Fundação EDP, orientado para territórios de baixa densidade a nível nacional, realçando que ouvir a população é fundamental para o sucesso da intervenção artística".

"Em alguns locais do país, onde houve resistências ou dúvidas por parte das comunidades, os artistas tiveram de mudar as suas propostas de intervenção mas aqui houve entendimento total, fruto também do diálogo entre os artistas e as populações onde vão ser instaladas as obras", observou.

Entre as intervenções artísticas previstas, dos quatro artistas convidados e alunos do Centro de Estudos de Arte Contemporânea (CEAC) e da Escola D. Maria II, encontra-se uma pintura mural de Carlos Vicente e Violant inspirada na lenda do barqueiro, do lobo, do cabrito e da couve acrescida de outros elementos, como um pássaro e o mito do crocodilo que apareceu na Barragem do Castelo do Bode.

O ponto inicial do roteiro será da autoria de Carlos Vicente, artista local, num depósito de água junto ao rio Tejo, com a criação de um personagem inspirado nas tradições rurais e marítimas.

Violant vai instalar quatro trabalhos de pintura mural em fachadas de grandes dimensões, um deles "inspirado" no Tejo e na poluição do rio, num trabalho de "intervenção social" que caracteriza as suas obras.

Vihls, ausente nos Estados Unidos, não esteve hoje em Vila Nova da Barquinha, mas Sandra Santos referiu à Lusa que a sua obra incidirá na sua técnica de criação de rostos, que "não está definido" mas poderá ser de pessoas locais ou inspirado na rota dos peregrinos.

Uma infraestrutura da EDP no Alto da Fonte, receberá a arte de Manuel João Vieira, numa narrativa gráfica forrada a azulejo que quer "construir com a população" entre os meses de março e maio.

A inspiração dos azulejos decorreu das múltiplas viagens de Manuel João Vieira e da azulejaria encontrada nas estações de comboio nacionais, referiu o artista.

Depois das fases de apresentação de artistas e a apresentação de propostas dos mesmos, a terceira fase do projeto será a das intervenções artísticas, propriamente ditas, entre os meses de março e maio, com os autores em residência artística, e a quarta de visitas guiadas às 10 obras que serão instaladas no território rural.

As propostas finais foram no sábado apresentadas ao público na presença do curador do Programa Arte Pública da Fundação EDP, João Pinharanda, que revelou a ambição de estender o projeto "a todos os municípios do país", num projeto que pretende "democratizar o acesso à arte e permitir o envolvimento da população em novas experiências culturais", bem como estimular o desenvolvimento local através da realização de intervenções artísticas em espaço público.

Desde 2015, o programa instalou-se em 40 localidades, através de trabalhos de 35 artistas, e está já presente em 5 regiões: Algarve (projeto WATT?), Alto Alentejo (projeto Mayor.Art), Ribatejo (projeto UniArt), Médio Tejo (projeto ARTEJO) e Trás-os- Montes (projeto Voltagem).

Em cada uma destas regiões, o trabalho dos artistas e comunidades dá forma a um roteiro de arte pública, que no caso de Vila Nova da Barquinha integrará as 11 esculturas do Parque de Escultura Contemporânea Almourol, desenvolvido também em parceria com a Fundação EDP e com curadoria de João Pinharanda.

Em declarações à Lusa, o presidente da autarquia, Fernando Freire (na foto), destacou a aposta do projeto na "promoção da arte contemporânea nas comunidades das freguesias mais rurais, na inclusão social e também no desenvolvimento turístico e económico do concelho e da região."

A ARTEJO é um projeto artístico com a comunidade, promovido em parceria com a Fundação EDP e a Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, e surge integrado no ARTE PÚBLICA Fundação EDP, um programa com âmbito nacional e orientação para territórios de baixa densidade, como instrumento de inclusão social.

Lusa

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