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OPINIÃO: «Compreender as emoções», por Luís Barbosa

13/07/2021 às 13:00

SALPICOS DE CULTURA….

 

 “Compreender as emoções”

Vivemos períodos particulares. É um facto. Desde as mudanças de conhecimento até às questões da atual pandemia, são muitas as problemáticas que chamam a nossa atenção. Delas a comunicação social vai dando conta, e as notícias que nos entram pela porta dentro são muitas e variadas.

Porém, sendo dos que procuram não ficar demasiado pregados às tensões que tais notícias transmitem, facto é que, feito o balanço do que ouço e vejo, fico não raro a pensar que os chamados médias exploram em demasia as emoções com que se fica, depois de se ouvir ou ver as notícias que transmitem. Aceito que a dificuldade seja minha. Contudo vou criando a convicção que a carga emocional com que hoje se vive o dia a dia é excessiva.

Claro que reconheço que a humanidade não se construiu só com beijos e abraços, mas sou dos que pensam que era já tempo de o homem aligeirar as desmedidas formas agressivas de ir vivendo. A esperança de que tal aconteça é grande, mas é bom que se aceite que para que tal venha a acontecer ainda há que fazer muitos e grandes esforços.

São muitas as exigências que tais vicissitudes transportam, e as mudanças nas formas de nos relacionarmos propõem grandes e inevitáveis transformações. O facto é que para que tal aconteça exige-se novas e diferentes formas de entender aquilo que o homem é.

Contudo aceite-se também que já são grandes e significativos os esforços que se vêm fazendo para que os tais novos e diferentes entendimentos sobre os humanos tenham lugar, e no que toca ao conhecimento científico ocorrem esforços significativos.

Keith Oatley e Jenniffer M. Jenkins são dois estudiosos que têm dedicado muito do seu tempo procurando contribuir para a mudança anterior. Ligados aos estudos das emoções vêm procurando não só compreender como as mesmas se organizam dentro dos seres humanos, mas também como desse entendimento se deve dar conhecimento alargado para que a sociedade vá entendendo melhor como o “estar emocionado” determina muitas das nossas formas de estar.   

Em obra titulada “Compreender As Emoções”, publicada pelo Instituto Piaget, em 2002, na coleção Epigénese Desenvolvimento e Psicologia, os autores procuram dar conta de como entendem que as emoções estão na base daquilo a que normalmente chamamos “estabelecer prioridades” nas nossas preocupações, dizendo como pensam que são elas que ajudam a que saibamos organizar a nossa rede de relações sociais. Deixando na obra estudo aprofundado sobre a temática, referem até como são as emoções que determinam as dimensões afetivas na infância, também como as mesmas determinam o chamado “calor da vida familiar” e das amizades que se estabelecem, e sobrepondo o interesse da divulgação do conhecimento científico ao do enclausuramento humano provocado por tabus, deixam mesmo escrito como pensam que as emoções determinam muito dos comportamentos sexuais.

Por mim tenho que a obra é livro recomendado, já que embora trate de questões que podem parecer densas e de difícil compreensão, é escrita numa linguagem acessível e de fácil entendimento.

Despeço-me com amizade,

Luís Barbosa*

*Investigador em psicologia e ciências da educação
SALPICOS DE CULTURA, uma parceria com a Associação Internacional de Estudos Sobre a Mente e o Pensamento (AIEMP)

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