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A Câmara de Abrantes e a Paróquia de Mouriscas assinaram esta segunda-feira, dia 30 de junho, o protocolo de cedência do edifício da antiga casa do povo de Mouriscas à Paróquia.
O edifício onde funcionaram os serviços médicos e da Segurança Social estava entregue à associação Casa do Povo de Mouriscas, mas acabou por ser devolvido ao Município de Abrantes, que ressarciu a associação dos valores despendidos no mesmo.
Antigo edifício da Casa do Povo, agora protocolocado com a Paróquia
Agora com este protocolo a Paróquia pode juntar o edifício da casa do povo à antiga casa paroquial, dois edifícios contíguos, para avançar com um projeto de requalificação dos mesmos para poder devolver à comunidade.
Antiga casa paroquial, propriedade da Paróquia
Vai ser um processo de regeneração urbana e recuperação dos edifícios que ficam ao lado da Igreja.
No âmbito deste protocolo de cedência, que tem uma duração de 50 anos, renováveis automaticamente por períodos de 10 anos, cabe à Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de Mouriscas realizar as obras de reabilitação do edifício.
O pároco de Mouriscas destacou a importância desta intervenção para a paróquia, paroquianos e para a própria freguesia, principalmente porque permite também uma intervenção de regeneração urbana “que faz falta no centro da freguesia.”
Padre Francisco Valente
Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, também reforçou a importância da regeneração urbana e disse mesmo que os regulamentos municipais têm de ser alterados para permitir aos proprietários de Mouriscas fazer obras de requalificação com alguns benefícios. As ARU (Área de Reabilitação Urbana) já existem em Abrantes, Alferrarede e Rossio e caminham para Tramagal e Rio de Moinhos. Mas o município quer alargar o regulamento semelhante as estas ARU para todo o território do concelho. Isso permitiria, por exemplo, adquirir materiais para reabilitação urbana com IVA a 6%.
Depois disse ainda que a requalificação das antigas escolas primárias não está esquecida, que o projeto está a ser desenvolvimento e que em breve voltará a falar com as associações para decidir o que fazer, porque é um processo que passará sempre por ouvir a comunidade local.
Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
A cedência do edifício da casa do povo à Paróquia é um passo na requalificação. O projeto, afirmou o Padre Francisco Valente, está quase feito, faltam as especialidades. Agora é preciso encontrar financiamentos ou apoios para uma obra que deverá custar, em projeções feitas muito por baixo, mais de 300 mil euros. De deixou logo o apelo ao autarca para ajudar no financiamento ou em descobrir caminhos que permitam que a paróquia possa apresentar candidaturas.
À Antena Livre o padre Francisco Valente explicou o que é que pretende para os dois edifícios, tanto o da Casa do Povo como o da antiga casa paroquial, cuja degradação é bem visível.
Começa logo pela requalificação de espaços contíguos à Igreja Matriz, ou que integram o seu espaço envolvente. Aliás, indicou que a Paróquia é muito mais do que o Templo ou as celebrações religiosas. Há um trabalho comunitário que pode ser ainda mais forte com a abertura de novos espaços destinados à comunidade.
Nestes edifícios há ideia de criar condições para a sede dos Escuteiros de Mouriscas, de salas de formação ou de reuniões, um local que funcione como miniauditório ou multiusos para fins culturais ou de lazer. E há ainda na ideia do Pároco criar um espaço para núcleo museológico para arte sacra ou raízes religiosas de Mouriscas.
Francisco Valente disse que desde 1971, data de conclusão das obras de construção da Igreja de Mourisca, que não há uma intervenção no espaço envolvente. Apenas foi construída a Casa Mortuária onde no início havia um parque infantil. E toda a zona envolvente à Igreja precisa de ter, igualmente, uma mexida.
Padre Francisco Valente
O Pároco de Mouriscas defenda ainda a necessidade de fazer uma requalificação paralela ao espaço envolvente à Igreja Matriz. Para já, a perspectiva é que o investimento possa ser superior a 300 mil euros. Com a posse deste edifício, a Paróquia fica com as condições necessárias a encontrar financiamento para as obras que quer fazer, destinadas à comunidade.
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