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Abrantes: IPT e Endesa lançam formação profissional superior em energias renováveis (c/áudio)

25/01/2024 às 10:45

É uma formação de longa duração desenhada numa parceria entre o Politécnico de Tomar e a Endesa e pretende dar suporte ao projeto de transição justa do Pego, de forma a contemplar os conhecimentos necessários para o setor de energias renováveis.

O cTeSP em energias renováveis vai decorrer na Escola Superior de Tecnologia de Tomar (ESTT) e conta com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) o que lhe confere, ao contrário de outros similares, bolsas de mérito que poderão custear o pagamento das propinas. De acordo com João Patrício, pró-presidente do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), para além dos estágios e do acesso direto ao ensino superior através de candidaturas com vagas próprias, os cTeSP constituem mais um passo na capacitação daqueles que os frequentam. Conferem mais formação do que apenas apertar parafusos ou colocar painéis solares num telhado. Neste caso, há um desenvolvimento das matérias relacionadas com energias renováveis.

E esta capacitação abrange três áreas que são as que a Endesa vai desenvolver a partir de 2025, quando arrancar o projeto da transição justa: solar, eólico a também o armazenamento.

Mário Gomes, docente no IPT e coordenador deste cTeSP indicou que, para além de ser uma área emergente, entra na mudança de paradigma que toda a sociedade está a atravessar com a descarbonização e uma cada vez maior utilização ou produção de energias renováveis. E há um olhar claro sobre as necessidades da indústria neste desafio,

O coordenador explicou que a formação vai ter um olhar direcionado aos painéis fotovoltaicos, no solar, e aos eixos horizontais, na componente eólica. E depois terá uma atenção especial naquele que é também um dos novos desafios na produção de eletricidade que é o seu armazenamento. Os cursos terão também uma componente muito forte de gestão e planeamento.

 

Mário Gomes, coordenador cTeSP Energias Renováveis

Cecília Batista, diretora da ESTT, explicou que este curso está dividido em quatro semestres, três de componente teórica e um em contexto de trabalho. O cTeSP terá também uma componente de formação geral e científica e depois uma outra mais técnica relacionada com os seus objetivos.

Com uma parte letiva composta por 708 horas presenciais e 640 horas de formação em contexto de trabalho, este curso responde às necessidades manifestadas por empresas da região, com carência de profissionais qualificados no setor.

Cecília Batista explicou que este é um curso de nível superior, não confere grau, mas confere diploma que os habilita a uma profissão ou a ter possibilidade de poder seguir a formação académica.

A parceria com a Endesa proporcionará uma forte componente de trabalho de campo, para além dos estágios que os cursos podem proporcionar

 

Cecília Batista, diretora ESTT

Ana Carreto, responsável pela área da sustentabilidade e economia circular da Endesa Geração Portugal, destacou esta nova parceria que acrescenta mais valor à já existente Escola Rural de Energia Sustentável, lançada o ano passado em Abrantes. Mas acrescentou que esta é mais uma forma de capacitar as pessoas desta região para as energias renováveis. Esta transição energética que está a acontecer tem mostrado que “temos poucas pessoas capacitadas” para a trabalhar. E Ana Carreto fala da região, do país e até revela haver dificuldades na Europa. Há aqui todo um processo de requalificação de pessoas, pelo que esta parceria é fundamental para o futuro.

A responsável da Endesa pela área da sustentabilidade indicou que a empresa espanhola terá capacidade de absorver grande parte dos estágios de final de curso, tanto mais que os calendários, da empresa e do curso, são muito similares. E depois há uma possibilidade de alguns poderem ficar na Endesa ou poderem trabalhar noutras empresas que trabalhem nestas áreas as energias, como, por exemplo os fornecedores que vão trabalhar em conjunto com a produtora.

 

Ana Carreto, Endesa

De sublinhar, que o cTeSP confere uma Qualificação Profissional de Nível V e acesso via concurso interno a diversas licenciaturas do IPT, dispensando a candidatura ao Concurso Nacional de Acesso.

Aliás, os cursos cTeSP são uma aposta do IPT que até está a promove-los na zona de Lisboa, porque o Politécnico da capital enveredou por outra estratégia. João Patrício, pró-presidente, destacou neste caso concreto a possibilidade única que o PRR proporciona e que aponta a uma possibilidade dos alunos acederem a bolsa de mérito que garante o pagamento das propinas.

Mas de estas formações de longa duração estão a ser um trabalho que o IPT desenvolve há, pelo menos, uma década, o instituto está apostado num outra área mais específica e que são as microcredenciações. São formações muito técnicas e de muito curta duração.

João Patrício vincou o trabalho do Politécnico de Tomar na formação profissional de nível superior, para além das licenciaturas ou mestrados. E há um olhar muito direto para as empresas e para as necessidades do mercado empresarial da região.

João Patrício indicou algumas empresas com quem o IPT já trabalha, agora arranca a parceria com a Endesa e está a preparar um conjunto de ações com a NERSANT.

João Patrício, pró-Presidente IPT

O prazo de candidaturas para este novo curso Técnico Superior Profissional (cTeSP) em Energias Renováveis do Politécnico de Tomar (IPT) foi prolongado até ao próximo dia 27 de janeiro. Os interessados devem submeter a sua candidatura através do portal IPT em https://portal2.ipt.pt/pt/candidaturas/.

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