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Abrantes: MIAA assinala quatro anos com coletiva de cerâmica «Convergências»

8/12/2025 às 09:15

O MIAA – Museu Ibérico de Arqueologia e Arte assinala hoje 4 anos. E como forma de comemorar este aniversário inaugurou no sábado uma exposição de cerâmica, uma coletiva do Grupo Convergências.
São peças de grande dimensão, com uma técnica de cerâmica utilizada na zona de Tomar.

Convergências é um grupo de artistas que tenta ter uma visão holística das artes. E tenta integrar os fatores locais. Este projeto em específico foi da mentoria de Diogo Rosa que com Zé Miguel Figueiredo quiseram fazer qualquer coisa que chamasse a atenção.

Sandra Borges, do grupo Convergências explicou que esta olaria é da zona Tomar, de Asseiceira onde se trabalha o barro vermelho e existe a produção de talhas.

“É uma técnica que é. Um bocadinho particular àquela zona. Faz-se talhas noutros sítios, mas pelo que o Zé Miguel nos esteve a explicar, com técnicas ligeiramente diferentes. E são para coisas grandes. Normalmente para quem faz cerâmica não é muito habitual.”

E depois acrescentou que com estas dimensões ficam mais restringidos. Normalmente trabalham com tamanhos mais confortáveis. “Foi um desafio.”

O mundo das artes não é muito fácil. Sandra Borges explicou que apresentaram uma candidatura ao programa DG Artes (direção-geral das Artes) e tiveram sorte, pois permitiu fazer este projeto e as exposições que lhes estão associadas. “O MIAA Teve a amabilidade de nos receber já fora deste contexto”, concluiu.

 

Sandra Borges, Convergências

O vereador com o pelouro da Cultura do Município de Abrantes vincou que “conseguir com este coletivo, com este grupo Convergências, construir aquilo que vamos ver aqui hoje é de facto muito distintivo.”

E insistiu que “conseguirmos perceber como é que algo tão aparentemente tradicional, consegue-se transformar em objetos escultóricos com a dimensão e com a beleza de todos estes que estão aqui reunidos hoje.

O vereador fez questão de destacar o aniversário deste museu que, disse, “foi um grande investimento que foi feito na região. Mas foi um grande investimento que vale a pena por-que é um edifício do século XVI. Estamos aqui a fazer convergir a tradição com a contemporaneidade.”

E voltou a destacar a linha de tempo do equipamento, que tem um ar cronológico que vai desde há 3 mil anos até hoje. E isso deu-lhe aqui este condão que permitiu que este museu tivesse recebido também o prémio do Museu Português do Ano em 2023, o que também muito nos honra.”

 

Isilda Jana

Luís Filipe Dias destacou, depois, a peça de olaria, mas com história, que vai ficar, em permanência, à entrada do Museu. E pediu a Isilda Jana que pudesse ler a sua descrição.

Foi um artefacto descoberta em 2016, no antigo claustro do convento de São Domingos onde atualmente no Museu está a sala do Tesouro.

“Esta peça, datável do século XVI, reveste-se de especial importância por ter sido encontrada neste edifício contribuindo para a compreensão da história deste local. Surgiu enterrada até ao nível do piso de circulação sob um pavimento de cimento e apresentava o bordo completamente fragmentado do qual não se encontraram vestígios. No seu interior foram identificados os ossos humanos pertencentes a vários indivíduos provavelmente ali depositados já em época muito recente. A talha teria servido como grande contentor de cerâmico para o armazenamento de alimentos.

 

Luís Filipe Dias, vereador CM Abrantes

Esta exposição, no piso 0 e jardim dos claustros pode ser visitada até 29 de março.


4 anos de Museu Ibérico de Arqueologia e Arte

Inaugurado a 8 de dezembro de 2021, em plena pandemia, o MIAA apresenta três coleções permanentes e várias salas que permitem exposições temporárias. À Coleção do Município juntou-se o acervo da Coleção Estrada, com peças de diversas geografias e tempos. Juntou-se também a coleção Maria Lucília Moita.

8 dezembro 2021

E, atualmente, conta com a exposição “Malas Artes - Obras de Mário Cordeiro” a que se juntam estas peças de cerâmica, todas distribuídas no piso 0 e jardim dos claustros.

O vereador Luís Dias explicou que o Museu Ibérico faz parte de uma constelação de uma cartografia cultural que hoje é representada na rede Museus de Abrantes. Esta Rede teve o seu último capítulo com a abertura, em abril deste ano, do Museu de Arte Contemporânea Charters de Almeida.

“Aquilo que se tem feito ao longo destes 4 anos, no MIAA, tem sido um trabalho muito a procurar ter uma programação regular. Isso tem sido evidente nas 22 exposições que já aconteceram ao longo destes 4 anos”, disse o vereador que acrescentou que o espaço teve, neste período, cerca de 30 mil visitantes.

O universo da rede conta com cerca de 100 mil visitantes. E enquadra-se o MIAA, O Museu Metalúrgica Duarte Ferreira, o Panteão dos Almeida, no Castelo, a Galeria Quartel e já o Museu de Arte Contemporânea.

O vereador aponta como desafio continuar a dinamizar, não só as ações de programação e de mediação junto dos diferentes públicos, como as muitas atividades com crianças, com seniores, portanto muitos são os públicos dos museus. E à pergunta “O que é preciso para que todos os habitantes de Abrantes venham conhecer o MIAA e os museus de Abrantes” o vereador respondeu “Há uma expressão que é associada ao Tolkien, nos anos 50, que diziam haver dois tipos de ingleses, os que tinham lido o Senhor dos Anéis e os que iam ler o Senhor dos Anéis, eu costumo dizer em jeito de brincadeira que há duas tipologias de abrantinos, há os que conhecem o MIAA e os museus de Abrantes e os que ainda haverão de conhecer o MAA e os museus de Abrantes.”

Pode faltar a esta constelação de Museus um conjunto de outros núcleos museológicos, como a Casa Típica do Pego, os museus etnográficos de Mouriscas ou Bemposta. Mas há muito mais a ex-plicar, indica o vereador, que anunciou a realização de duas residências artísticas, em parceria com a Culturgest, no concelho, já no início de 2026. Uma delas será no Pego, para abordar o tema, as carvoarias, enquanto que a outra ruma a Mouriscas para se envolver na arte da cerâmica, aqui com um trabalho direto no telheiro que ainda ali funciona.

A apontou também os projetos que vão nascer na área do olivoturismo. “Felizmente o Turismo de Portugal reconheceu que Abrantes tem aqui uma grande dimensão para fazer relevar no olivoturismo e depois há as questões do saber fazer”, indicando a aposta nos azeites e nos capachos, aportando também à Oliveira do Mouchão, com mais de 3.350 anos.

Luís Filipe Dias, vereador CM Abrantes

 

O MIAA está de parabéns, faz hoje quatro anos. Está aberto de terça-feira a domingo das 10:00 - 12:30 e 14:00 - 17:30. Encerra à segunda-feira e feriados (exceto 14 de junho). Última entrada é 30 minutos antes do encerramento.

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