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Ferreira Zêzere: Musealização da torre templária de Dornes disponibiliza «experiência imersiva»

20/06/2025 às 15:45
Foto: CMFZ

O município de Ferreira do Zêzere inaugura esta segunda-feira, dia 23, a primeira fase de musealização da torre templária pentagonal de Dornes, com uma “experiência imersiva com ‘videomapping’”, num projeto integrado na Rota dos Templários, foi hoje anunciado.

“É uma experiência imersiva que vai juntar o movimento, a imagem, o som e a luz, com forte impacto visual e que projeta algumas das lendas emblemáticas de Dornes, sendo um projeto que vem numa linha de continuidade de investimento na Rota dos Templários”, disse à agência Lusa o presidente do município de Ferreira do Zêzere.

Bruno Gomes disse que o videomapping, que será projetado à noite na parte exterior da torre templária, representa um investimento de 60 mil euros, suportado pela autarquia, no âmbito de um “projeto maior” da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo e do próprio município.

“São um conjunto de histórias e lendas que têm o espetáculo de cor durante alguns minutos e poderemos assistir a elas, sempre que queiramos, durante a noite. É uma experiência diferente, singular, e que vem ainda dar mais valor àquilo que é a temática dos Templários em Ferreira do Zêzere e, em particular, na nossa torre”, acrescentou.

O município tem em curso um projeto que visa instalar um espaço museológico e de visitação na torre de Dornes, depois de arqueólogos terem ali descoberto uma necrópole, moedas e outros artefactos medievais.

“Nós vamos proporcionar a quem visita um conjunto alargado de experiências, nomeadamente a torre vai ser visitável no seu topo, com uma vista de 360º sobre a península de Dornes, a par da experiência imersiva, naquilo que é a Rota dos Templários”, disse o autarca.

Os trabalhos de requalificação da torre, um “raro exemplar da arquitetura militar erguida pelos templários” para defesa da linha do Tejo, estão em curso desde 2023, com os resultados das prospeções arqueológicas a atrasarem a data prevista para conclusão das obras e a levarem mesmo à reformulação do projeto inicial.

“Pedimos parecer ao Instituto do Património e estivemos a aguardar que nos emitissem esse parecer positivo, que chegou há poucos dias, para que pudéssemos fazer a alteração ao projeto de execução inicial e tornar a torre também num espaço museológico que contemple os achados arqueológicos”, declarou Bruno Gomes.

As escavações arqueológicas decorreram no interior e exterior da torre, edificação com funções militares e de defesa construída em xisto e calcário no início do século XIII sobre a base de uma antiga torre romana.

No interior da torre, classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1943, existem estelas funerárias de cavaleiros da Ordem do Templo e "o estudo destas lápides poderá revelar mais detalhes sobre a história dos templários na região".

As moedas encontradas no exterior da torre “permitiram datar com maior rigor” a cronologia daqueles enterramentos.

“A torre pentagonal, com a sua recuperação e integração na Rota dos Templários, em parceria com a CIM do Médio Tejo, vai conferir importância maior e valorizar ainda mais aquilo que são os ativos turísticos desta região”, sinalizou o autarca.

No projeto de “Restauro, conservação e requalificação da Torre Pentagonal de Dornes e sua envolvente”, feito pela Paróquia de Dornes, o município assumiu a candidatura a apoios financeiros e, em protocolo, como “dona da obra”.

O investimento global previsto é de 529 mil euros, incluindo a obra e a musealização da torre, dos quais 370 mil euros constam como valor elegível e com um financiamento a 70% pelo Turismo de Portugal.

Bruno Gomes admitiu que, até ao final de 2026, a musealização da torre possa estar concluída e que, “paralelamente, está a ser efetuado um inventário de todo o espólio existente”.

A torre de Dornes foi mandada edificar por Gualdim Pais, mestre da Ordem do Templo, para defesa da linha do Tejo. No século XVI, perdida a função militar, foi transformada em torre sineira.

Lusa

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