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Liceu de Abrantes: Está lançado o livro “Liceu de Abrantes: 50 anos de uma escola para todos” (C/ÁUDIO E FOTOS)

26/10/2021 às 11:30

“Liceu de Abrantes: 50 anos de uma escola para todos” é um livro de 152 páginas, muitas ilustrações de uma vida de 50 anos e muitos testemunhos. Não é o livro de mais de 10 mil alunos e professores que por ali passaram ao longo dos 50 anos da sua vida, mas pretende retratar a vida de uma instituição que fez parte da vida de mais de 10 mil alunos, professores e funcionários.

Desde a sua fundação como delegação do Liceu de Santarém, passando pela autonomia para Liceu Nacional de Abrantes, precisamente a 25 de outubro de 1971, sendo depois designado por Escola Secundária N.2 de Abrantes e no início dos anos 90 por Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, o Liceu, como ainda hoje é chamado por muitos, está agora presente num livro da autoria de Joaquim Candeias Silva e José Martinho Gaspar.

O desafio para a “construção” de um documento que registasse este meio século foi lançado pela comissão das comemorações dos 50 anos do Liceu, liderada por Mário Pissarra. Desde logo o projeto foi abraçado por José Martinho Gaspar e por Joaquim Candeias Silva que juntaram outros trabalhos já executados, por exemplo sobre o patrono [Dr. Manuel Fernandes] ou pelo primeiro reitor [Professor João Pequito].

José Martinho Gaspar, que conduziu grande parte da investigação explicou que este livro tem um fio condutor que não entrou nas salas de aula, não entrou nas vivências que ao longo de 50 anos o Liceu teve. É que se assim fosse 150 páginas não chegavam para contar um décimo daquilo que foram as vivências sociológicas de todos quantos por ali passaram a estudar.

“Contamos a história desta escola (…) a história do que está fora da sala de aula em muitas circunstâncias, que é a história das atividades extra-curriculares e o que vai sendo decidido. A história dos problemas que a escola teve e como os vai resolvendo”, explicou José Martinho Gaspar acrescentando que não podendo ir “às salas” contam as respostas que foram sendo dadas para que os alunos se tornassem melhores pessoas, melhores cidadãos.

“Na medida do possível é um resumo destes 50 anos, mas que tem muitos lapsos, como é óbvio, há muita informação à qual não chegámos porque ela é tanta que temos de a selecionar”, notou José Martinho Gaspar. E a informação é tanta que poderia dar para um segundo volume ou uma segunda edição revista e aumentada.

O grande desafio da Comissão de Comemoração do Centenário, em 2017, foi esse registar os 50 anos. E começou numa exposição que depois permitiu caminhar e ir construindo e reconstruindo esta história de 50 anos.

“Muita coisa ficou de fora, não podemos ter no livro todas as pessoas que andaram no liceu e há coisas muito meritórias, atividades muito meritórias, publicações muito meritórias que não aparecem aqui porque não contactamos com elas ou porque tivemos de selecionar, mas obviamente que todos podem dar o contributo de alguma forma”, explicou o coautor do “Liceu de Abrantes: 50 anos de uma escola para todos”.

José Martinho Gaspar

Em tanto documento visto e revisto haverá alguns que têm de ficar na gaveta porque não podem ser contados em livro. Pelo menos por enquanto. José Martinho Gaspar vincou esse facto quando fizeram as leituras das atas da direção, principalmente dos conselhos disciplinares. E isso, disse, releva também uma construção da democracia e cidadania que até pode passar despercebida. Há relatos de destruição de salas de aula no pós-25 de Abril, mas há muitas campanhas de cidadania e preocupações ambientais muito antes de “as termos na sociedade”. E isso revela bem a construção de cidadãos que foi sendo feita pela escola ao longo destes 50 anos.

Desafiado a contar uma ou outra passagem mais caricata José Martinho Gaspar diz que tem algumas, mas que não podem ser divulgadas em livro ou em público.

Até porque este livro poderá vir, com toda a certeza a ativar as memórias de todos quantos passaram pelo Liceu de Abrantes.

E seguramente que todas aquelas paredes, cantos e recantos, todas as salas de aula terá muito mais histórias que nunca serão reveladas ou contadas, que ficam nas memórias de cada um dos jovens que estudaram nesta escola.

De referir que antes do lançamento do livro foi mostrado um vídeo em que alunos e ex-alunos deixaram opiniões, mensagens e memórias dos tempos de estudante. E são esses fragmentos que constroem a outra história da escola, aquela que nunca vai ser contada porque seria preciso multiplicar as 152 páginas por umas centenas ou milhares para ter por aí a vivência de uma instituição como é uma escola, que é mais do que paredes e salas de aula, que é mais do que matéria e pedagogia, que é mais do que professores e auxiliares. A escola é, afinal de contas, um processo de construção de personalidades individuais e coletivas de quem todos os dias entra pelos portões para se enredar no seu desígnio de vida.

Este “Liceu de Abrantes: 50 anos de uma escola para todos” irá, com toda a certeza, provocar reações muito particulares de cada pessoa que o venha a ler.

O livro foi vencedor do Prémio Literário Médio Tejo Edições na modalidade Não Ficção.

O livro foi lançado no dia em que, precisamente, se completaram 50 anos da transformação da Secção Liceal em Liceu Nacional de Abrantes, ou seja 25 outubro [1971-2021].

 

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