Antena Livre
Deseja receber notificações?
Município Abrantes
PUB

Sardoal: «As Artes dão vida à vida» - Encerramento do Encontro de Piano e assinatura de protocolo do PNA (c/áudio)

7/07/2025 às 12:59

O encerramento de mais uma edição do Encontro Internacional de Piano de Sardoal, 10.ª, contou com o concerto da Orquestra Filarmonia das Beiras que acompanhou a pianista islandesa Ásta Dóra Finnsdóttir, e com direção do Maestro convidado Henrique Constância.

Mas se o concerto encerrou o Encontro de Piano, a abrir a sessão no Centro Cultural Gil Vicente, o presidente da Câmara de Sardoal, Miguel Borges, no seu último encontro, enquanto presidente de Câmara, disse chegar a esta edição “com muita teimosia. Ultrapassamos algumas barreiras, mas todos percebemos este encontro internacional de piano. A cultura está no mesmo patamar de outras áreas como educação ou saúde.”

E depois o presidente de Câmara a chegar aos 12 anos de atividade, afirmou que “as pessoas sabem em Sardoal que há mais mundo do que a rotunda de entrada da vila.” E fez questão de destacar que “o que ouvimos ontem foi: foi no Sardoal, mas podia ser em qualquer sala de espetáculos do mundo. Mérito de quem aqui esteve a tocar.”

E o autarca voltou a repetir uma frase que é uma espécie de slogan pessoal: “A interioridade não é sinónimo de inferioridade.”

Miguel Borges que fez questão de agradecer à Academia Internacional de Música Aquiles delle Vigne e, em particular, a Manuel Araújo. “Este jovem deve ter uma forma de viver difícil. Ser pianista ou ser um grande mestre. Ele consegue as duas. Se não fosse ele [Manuel Araújo] não tínhamos o encontro de piano.”

 

Miguel Borges, presidente CM Sardoal

Manuel Araújo recordou os anos de início do encontro como sendo um processo muito difícil. Um festival destes “faz-se nas grandes capitais. Hoje já não é preciso convencer professores a virem ao Sardoal. Eles é que querem vir.”

E depois indicou que “tivemos pessoas a vir de Pequim, do Texas, Los Angeles ou da Islândia.” Referiu ainda que a hotelaria de Sardoal foi pequena e que o Encontro teve “cinco salas cheias com pessoas de Sardoal, de Abrantes e de região, mas também tivemos espetadores que vieram de vários pontos do país.”

Manuel Araújo repetiu que foi um festival muito difícil de construir e depois fez questão de deixar uma mão-cheia de agradecimentos, primeiro ao presidente da Câmara de Sardoal, e depois à equipa do Município.

 

Manuel Araújo, Academia Aquilles delle Vigne 

Logo a seguir aconteceu um momento formal com a assinatura do protocolo entre o Município de Sardoal e o comissariado do Plano Nacional das Artes.

O Plano Nacional das Artes (PNA) é uma iniciativa conjunta dos Ministérios da Cultura e da Educação que tem como objetivo geral promover o desenvolvimento cultural e artístico em Portugal, através da articulação entre as artes, os patrimónios e a educação. O plano procura criar pontes entre as escolas, as instituições de ensino superior e outras organizações culturais, envolvendo toda a comunidade na promoção da cultura e das artes.

O Agrupamento de Escolas de Sardoal, através do Município, integra o PNA há três anos com o intuito de integrar a cultura e as artes na educação e fortalecer a dimensão cultural das escolas, e promovendo a formação integral dos alunos.

Sobre o protocolo, Miguel Borges referiu que é apenas consolidar aquilo que ia fazemos há muitos anos. “O protocolo pretende fortalecer o que estamos a fazer” indicou para logo de seguida destacar que, nos prémios nacionais de educação, a Escola recebeu um galardão de arte, e num evento da Repsol sobre sustentabilidade ambiental ganhou um prémio de dez mil euros através do trabalho de uma turma da Escola.

 

Miguel Borges, presidente CM Sardoal


O Comissário do Plano Nacional das Artes, Paulo Pires do Vale, destacou o facto de o Centro Cultural de Sardoal estar a irradiar cultura para o plano nacional. “Este encontro é um exemplo disso.”
E depois deixou bem vincado que o PNA quer aproximar mais as artes dos cidadãos.

De acordo com Paulo Pires do Vale, a Constituição Portuguesa diz que há “direito à cultura. Não apenas fruição, mas também à produção cultural.”

E fazer a ligação às escolas é produzir cada vez mais cultura. “Assim como teatros museus são locais de escola. Protocolos como este aproxima as culturas na diversidade de cada um dos cidadãos.”

O comissário destacou a necessidade de existência de escolas mais inclusivas, com capacidade de pensar as culturas na sua pluralidade. E haver mais arte e mais património pode alterar a vida de cada um dos jovens. É para isso que o Plano Nacional das Artes existe.

 

Paulo Pires do Vale, comissário PNA

Já o secretário de Estado da Cultura, Alberto Santos, começou por notar que se há motivo de comoção a sair de casa a 200 km de Sardoal, numa tarde de domingo, é “testemunhar uma cerimónia como a que assisti.”

O governante, recentemente empossado como secretário de Estado da Cultura, frisou que em Sardoal “vive-se e respira-se cultura. Sente-se a cultura no desenvolvimento de um território. É notável saber que um município com 3.500 habitantes, menos do que a minha freguesia no concelho de Penafiel, consegue convocar artistas que vêm dos antípodas e de todo o mundo. Mas é também saber que vêm professores e júris.”

Alberto Santos destacou que é nestas ações que “temos o sentimento de pertença dos cidadãos, ao ter tanto mundo. Os sardoalenses podem dizer que aqui têm mundo.”

 

Alberto Santos, secretário de Estado da Cultura 

 

Depois sobre o protocolo vincou que antes de ser assinado já existia a ação. “O plano veio dar este guarda-sol para que esta iniciativa de transformar a escola num centro de produção artística não pare porque saiu alguém da autarquia ou da escola.” E deixou claro que “promover a cultura na juventude é fundamental. Quanto mais tivermos competências na cultura, nas artes, mais mundo temos. E mais cidadãos intensos sem fazer apenas o básico. Ganhamos uma amplitude na nossa cidadania e na nossa felicidade.”

Alberto Santos, secretário de Estado da Cultura 

Para fechar o 10.º Encontro Internacional de Piano aconteceu o concerto Orquestra Filarmonia das Beiras que acompanhou a pianista islandesa Ásta Dóra Finnsdóttir. A direção foi do Maestro convidado Henrique Constância.

A Filarmonia das Beiras foi criada em 1997, também conhecida como Orquestra das Beiras, é o organismo artístico da Associação Musical das Beiras, constituída com o propósito de criar e desenvolver uma orquestra de elevada qualidade profissional na Região Centro de Portugal.

Galeria de Imagens

Partilhar nas redes sociais:
Partilhar no X
PUB
Capas Jornal de Abrantes
Jornal de Abrantes - julho 2025
Jornal de Abrantes - julho 2025
PUB