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Sérgio Oliveira: “São sem dúvida as festas do nosso povo e da nossa terra”

29/03/2018 às 00:00

Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Constância, fala daquele que é o principal certame do concelho. O autarca espera que o evento seja um contributo forte para a economia local e que projete o concelho para todo o país.

Qual é a importância das Festas do Concelho e da Nossa Senhora da Boa Viagem?

As festas, em primeiro lugar, representam um momento de união e de solidariedade entre os próprios munícipes, quer aqueles que trabalham nas festas, através das associações e coletividades, quer aqueles que trabalham nas festas através do embelezamento das ruas. Este ano, contamos com o envolvimento dos moradores de Santa Margarida da Coutada e de Montalvo no embelezamento das ruas.

O evento é sem dúvida o ponto alto do nosso concelho, onde efetivamente atraímos uma multidão de pessoas à vila. É, portanto, um fim de semana de festa onde demonstramos o que de melhor temos no concelho, como também uma homenagem aos nossos antepassados ligados aos rios e à atividade marítima.

A festa reúne milhares de visitantes. Como se explica esta adesão?

Penso que posso referir que existem três públicos que vêm à nossa festa. Um público que vem pela tradição religiosa, pela procissão, pela bênção dos barcos e pela missa, e por toda a homenagem aos nossos antepassados. Outro público vem porque já têm o hábito de vir no fim de semana da Páscoa às festas a Constância. E o outro grupo vem consoante os cabeças de cartaz que apresentamos. São três grupos de pessoas que sentem a vontade de nos vir visitar durante aquele fim de semana.

Denotam-se algumas alterações no formato da festa. Quais serão as principais mudanças?

Há alterações na disposição. Vamos colocar a tenda afeta às tasquinhas no campo de vólei em vez de estar no largo Cabral Moncada e iremos colocar o palco principal neste mesmo largo. O espaço jovem será colocado, no espaço onde estava o palco principal das festas, junto ao posto de turismo. O que queria destacar é que com um orçamento mais pequeno tentámos trazer uns cabeças de cartaz que empolassem e que fizessem vir mais pessoas ao concelho.

No que diz respeito à Mostra Nacional de Artesanato, a Mostra de Doces Sabores irão manter-se nos mesmos locais e o outro palco irá manter-se na praça Alexandre Herculano. Vamos ter animação de rua, teatro e vamos ter sempre atividades para que haja sempre movimento nas ruas.

O que destaca do programa festivo?

Temos quatro cabeças de cartaz o Matias Damásio, a Cuca Roseta, os Remember Revival Band e a nossa fadista Tina Jofre.

À semelhança dos anos anteriores vamos ter a tradicional tarde de folclore, o Grande Prémio da Páscoa, uma aula de zumba, a bênção dos barcos, a Mostra Nacional de Artesanato, (com 20 stands) e a Mostra de Doces e Sabores (com 13 stands). E a Mostra de Saberes e Sabores do Concelho vai ter 8 stands com diferentes modalidades de artesanato do concelho.

São estes aspetos que destacam as nossas festas e que farão vir muita gente aqui.

A estratégia foi olharmos para os custos que a festa teve no ano transato e dentro do que foi gasto nos cabeças de cartaz verificámos se haviam mais artistas com mais nome e mais implementação junto das pessoas para termos uma grande aceitação.

A ideia foi trazer artistas abaixo daquilo que foi gasto o ano transato ou seja haver aqui um controlo financeiro, mas ao mesmo tempo trazer pessoas e com isso que se ajude o comércio, as coletividades e que seja possível ter a vila fique composta.

O cartaz foi partilhado por 610 pessoas e com isto o concelho fica no mapa. A festa é uma forma de projetar o concelho para o exterior.

Notámos que as pessoas ficaram contentes com o cartaz que apresentámos.

O dia dedicado à Nossa Senhora da Boa Viagem é cheio de mística. Como é que o Município avalia o momento? 

É o dia mais alto das nossas festas. É um dia de emoções. Para além do içar das bandeiras no edifício dos paços do concelho, a distinção dos funcionários da Autarquia com 5, 10 e 20 anos de serviço, temos o ponto alto com a bênção dos barcos, a procissão e a bênção das viaturas na praça Alexandre Herculano.

As pessoas que afluem nesse dia são na sua maioria pessoas com ligação ao rio, às atividades dos rios. É de facto um ponto alto para estas pessoas e porque são crentes pedem a bênção à Nossa Senhora para o resto do ano. Temos um público que só vem a Constância nesse dia. O dia terminará como é habitual com o fogo de artificio.

A festa pode evoluir mais? Se sim, de que forma?

Não é fácil. As festas têm sempre um orçamento alocado e uma limitação financeira. Mas é possível desde que haja o envolvimento das nossas populações.

A nível financeiro é que acho que as festas não podem ir mais além do que está previsto para este ano, cerca de 120 mil euros, porque somos um Município pequeno e há outras prioridades que devem ser atacadas nesta fase de gestão.

Dentro do orçamento que dispomos tentámos preparar uma festa com nomes mais comerciais, com artistas diferentes e através disso atrair mais população.

Este ano, penso que será a primeira vez que todas as coletividades do concelho estão envolvidas nas festas ou com uma tasquinha, ou com um quiosque de bebidas ou com um embelezamento de uma rua, portanto foi uma preocupação do Município esse envolvimento. A Câmara está na retaguarda porque todo o embelezamento, toda a dinâmica nas tasquinhas é um trabalho assegurado pelas populações. O que a Câmara faz é dar os materiais porque a partir daí é com as populações e com as associações locais.

É uma festa das pessoas?

Esta é a festa do concelho e o concelho é composto pela freguesia de Constância, Montalvo e Santa Margarida da Coutada. De referir que a Escola continua a ser um grande parceiro, responsável pelo embelezamento da praça Alexandre Herculano e pela rua Luís de Camões.

O retorno é significativo?

Sim, o retorno é significativo. Quando falo com os comerciantes percebo que todos ficam a ganhar com o fim de semana e para as nossas coletividades, que exploram alguns espaços nas festas, é um balão de oxigénio para conseguirem viver ao longo do ano. É um evento importantíssimo para essa economia.

E o setor privado vai envolver-se na festa?

Sim, penso que há um grande envolvimento e motivação com os cabeças de cartaz que escolhemos. Estão expectantes que seja um fim de semana muito bom para os seus negócios.

Porque é que decidiram proceder a uma Assembleia para a organização do certame?

Achámos que podíamos fazer deste modo pois somos um concelho pequeno, num concelho maior não seria viável este tipo de iniciativa. E porque achámos que só com proximidade das pessoas é que conseguimos chegar a bom porto. Apesar de terem vindo poucas pessoas à Assembleia criaram-se vários grupos e a organização está orientada. Penso que da Estrada Nacional para baixo teremos todas as ruas enfeitadas.

É, portanto, uma evolução?

Sim, porque a zona histórica da vila está praticamente desabitada. Os moradores que residem estão na zona alta da vila e muitas das pessoas que viviam muito as festas já não o fazem por diversas razões. E por isso chamámos a esta iniciativa não só os moradores da vila, mas das outras freguesias para que haja um renascer da tradição do embelezar das ruas e para que esta tradição não morra, como estava a acontecer.

Quais são os objetivos da Câmara para esta edição?

Penso que estes momentos nunca têm retornos imediatos a não ser para as coletividades e comerciantes que sentem um movimento financeiro superior.

Ao nível da Autarquia ficaria satisfeito que as festas decorressem dentro da normalidade e que a vila seja visitada pata muitas pessoas.

Estas são sem dúvida as festas do nosso povo e da nossa terra!

 Joana Margarida Carvalho

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