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José Fernando Martins tomou posse como presidente da Câmara Municipal de Mação num domingo de manhã, em modo de “festa” e com um Centro Cultural Elvino Pereira a ser pequeno para tantas pessoas que se deslocaram para o evento. Pela primeira vez, desde as eleições de 12 de dezembro de 1976 que Mação não tinha mudado a cor política dos seus presidentes de Câmara.
A cerimónia de instalação dos novos órgãos autárquicos foi idêntica a todas as outras. O presidente da Assembleia Municipal cessante, José Saldanha Rocha (PSD), chamou a presidente da Câmara Municipal cessante, Margarida Lopes (PSD), para o discurso de despedida, depois de um minicurso de eleição para as autarquias locais, por forma a enquadrar os momentos solenes que se iriam seguir.
Margarida Lopes fez uma retrospetiva à sua vida como autarca. Lembrou que foi a um 2 novembro que iniciou funções de vereadora, tendo subido a vice-presidente, a 15 de janeiro de 2024 (pela renúncia de António Louro), e um ano depois, precisamente a 15 janeiro 2025 tornou-se presidente, quando Vasco Estrela rumou a Coimbra, para ocupar a cadeira de vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
“Tenho consciência de que tudo fiz para responder de forma célere aos desafios e problemas dos maçaenses. Pode não ser possível fazer tudo, mas há que dar justificações dos atos”, frisou referindo que o trabalho de um autarca nunca se esgota.
“No dia 12 houve eleições. Deixo o executivo e entrarei no novo executivo numa outra perspetiva. Como conhecedora dos processos irei fazer uma oposição construtiva e sempre na defesa dos interesses dos maçaenses”, afirmou concluindo a sua intervenção para o trabalho de Vasco Estrela pelos últimos 23 anos, como autarca, e principalmente pelos últimos 12, como presidente da Câmara de Mação.
Margarida Lopes, presidente cessante CM Mação
Depois de conferida a posse ao novo executivo, José Fernando Martins (presidente), Pedro Fernandes, Vanda Serra (PS), José António Almeida e Margarida Lopes (PSD), seguiu-se a Assembleia Municipal, tendo Nuno Neto, como representante da lista mais votada, iniciado os trabalhos para eleição da mesa da Assembleia Municipal. Apresentou-se uma única lista, do PS, composta por Nuno Neto (presidente) e Ana Teresa e Gustavo Gaspar (secretários) que contou com 12 votos favoráveis, oito em branco, dos 20 elementos empossados. Nota para Duarte Marques, eleito pelo PSD que não tomou posse, o que acontecerá na primeira reunião do órgão.
Nuno Neto, já como presidente da Assembleia Municipal de Mação, convidou o antecessor a dirigir-se à plateia como líder da bancada social-democrata. E Saldanha Rocha começou a dizer que acabará a sua vida política como começou “sentado na Assembleia Municipal, mas com a mesma vontade e bravura.”
Aos novos eleitos Saldanha Rocha frisou que têm uma tarefa árdua e exigente. “Aos estreantes empossados deixo uma recomendação nunca exitem em pedir um conselho a quem anda neste tempo há muito tempo.”
José Saldanha Rocha, PSD
Cláudia Cordeiro, pela parte dos socialistas, destacou que Mação deu sinal de renovação. Não só foi mudança de cor política, mas “na capacidade de fazer diferente e com todos.”
Reforçou que há uma ideia de representar os maçaenses, "escutá-los e compreende-los. Queremos um poder local aberto ao diálogo e cooperação.”
Cláudia Cordeiro disse que ao longo dos últimos anos a bancada do PS soube sempre estar ao lado dos maçaenses, para ajudar os problemas das pessoas e não agendas políticas.
Deixou depois um convite à responsabilidade partilhada e colaboração ativa. “A democracia local só é forte quando é participada. A Câmara Municipal governará e nós acompanharemos e iremos fiscalizar o seu trabalho.”
Cláudia Cordeiro, PS
O novo presidente da Assembleia Municipal, Nuno Neto, iniciou a sua intervenção institucional pela congratulação pela participação nas eleições que foi de 76 por cento eleitores a votar. E depois o agradecimento a todos quantos foram candidatos. “Foram eleitos 62 autarcas no Mação, os quais vão dirigir os destinos do concelho nos vários órgãos.”
Nuno Neto saudou também o novo deputado Domingos Alves porque ser a primeira vez que um movimento independente tem um eleito naquele órgão.
Não se esqueceu de José Saldanha Rocha, “na Câmara e Assembleia Municipal. Espero que continues num papel que é tão digno como os outros.”
Começou por frisar que os munícipes desconhecem as funções e o funcionamento das assembleias, pelo que disse ir propor ao presidente da Câmara para implementação de medidas de promoção das assembleias municipais e vincou a necessidade de reequacionar o local e os equipamentos para realização das reuniões do órgão a que preside.
Dirigiu-se depois ao presidente da Câmara ao dizer que as “vitórias expressivas representam sempre expectativas elevadas.” E com isso são maiores as responsabilidades dos políticos. Exige-se que os eleitos deixem de lado as questões acessórias que muitas vezes impedem o diálogo necessário para resolução dos problemas.
Ninguém deve ser dispensado na busca de soluções para o seu concelho. Depois da vitória tudo se torna numa missão: “governar bem os destinos de Mação.”
Nuno Neto, presidente AM Mação
José Fernando Martins, o presidente da Câmara de Mação, fez um discurso a três tempos. Os agradecimentos, as propostas e os desafios.
Começou por referir que “o povo decidiu e confiou no projeto do Partido Socialista e isso não é um ponto de chegada, é um ponto de partida. Que o novo ciclo seja de diálogo.”
O novo autarca prometeu uma “Câmara aberta e agregadora” para valorizar as pessoas e o território. E continuou a referir que mudar será entrar numa transformação que respeite o passado e honre o futuro: “Queremos construir a partir do presente sem apagar o passado, queremos um Mação mais equitativo e uno.”
Depois as propostas. Começou pelas freguesias. Em Cardigos apontou à finalização das obras e arruamentos. No Carvoeiro a aposta será melhorar os acessos e em Amêndoa encontrar soluções para colocar o Centro de Dia em funcionamento. Já para Ortiga solucionar o espaço multiusos para ser um local para as gentes. Em Envendos concretizar o Museu do Presunto e acrescentar um espaço de degustação para além das melhorias do acesso à A23. Já em Mação apontou como meta concluir a requalificação urbana e avançar para um espaço multiusos.
Fez também uma passagem por outras áreas estratégicas como a necessidade de ter cuidados continuados de saúde no concelho e iniciar um processo de “modernização administrativa e física da Câmara.”
Na educação mostrou “orgulho no Agrupamento de Escolas Verde Horizonte”, mas frisou a necessidade de melhoras as condições no acesso às escolas.
Manifestou ser muito urgente alargar a zona industrial e apostar na fixação dos jovens, um problema sentido em todo o interior, mas que tem de ter soluções práticas.
“Não nos esquecemos do turismo e da gastronomia”, frisou o socialista, acrescentado que as presidências abertas vão constituir uma ação do mandato.
José Fernando Martins, presidente CM Mação
José Fernando Martins entrou depois num momento mais político quando disse ter herdado “obras e compromissos da anterior gestão. São projetos que respeitaremos porque acreditamos na continuidade. Hoje temos dois planos de ação e dois orçamentos. O que herdamos e o que pensámos”, uma espécie de análise à quantidade de obras lançadas ou em processos de lançamento neste ano- “É possível fazer tudo, com rigor e planeamento”, frisou, tendo manifestado a vontade de “trabalhar com todos.”
José Fernando Martins, presidente CM Mação
“Aos vereadores que seja um mandato democrático e cooperação institucional. E é na diferença que se constrói o futuro”, concluiu o novo presidente da Câmara Municipal de Mação.
José Fernando Martins, presidente CM Mação
A fechar a cerimónia um momento de fado com o guitarrista João Vaz a acompanhar a jovem fadista Beatriz
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