Foi um final de manhã de festa, mas também de emoções. A Banda Filarmónica Alveguense assinalou este domingo, dia 14 de dezembro, os 20 anos da sua sede. E foi no edifício, primeiro no exterior e depois dentro de portas que aconteceram os três momentos de homenagens.
Vera Catarino, a presidente da direção da coletividade começou por explicar que homens e mulheres há 20 anos tiveram a ideia de ter uma sede e que o esforço levou à reconstrução da casa que ali está. “Há que agradecer e muito quem esteve nessa altura e quem tem estado sempre com a nossa associação” frisou a responsável.
A presidente da direção fez questão de deixar um agradecimento público “às nossas associações da freguesia, todas nos estão a ajudar e muito, a reerguermos, a ter iniciativas e nós queremos continuar a contar com todos.”
Vera Catarino, presidente BFA
Presente esteve o vereador com o pelouro da Cultura do Município de Abrantes. Luís Filipe Dias começou por referir que “quando estamos a falar de projetos filarmónicos estamos a falar de projetos culturais. E o município de Abrantes, felizmente, tem no seu universo, na sua geografia, muitos projetos culturais filarmónicos. Há quatro bandas filarmónicas no concelho de Abrantes.”
Nesta alocução, o vereador destacou o fato desta filarmónica ter tido sempre o condão de ter também um espírito muito juvenil. “Tinha este espírito ligado à juventude.”
Por outro lado, notou que também se pode celebrar um vínculo que existe entre as instituições, mas, sobretudo, entre as pessoas que fazem com que a banda de Alvega tenha este rejuvenescimento.
Luís Filipe Dias virou depois o tom, e frisou que a história da música em Abrantes é uma coisa que ainda não está feita, ainda não se conseguiu escrever a história da música em Abrantes. E ao dizer isto, acrescentou que a Banda Filarmónica de Alvega naturalmente terá sempre uma página importante nessa história.
Luís Filipe Dias, vereador CM Abrantes

Já Carla Peixe, presidente da União de Freguesias de Alvega e Concavada, agradeceu à nova direção da banda por “terem a coragem, porque é mesmo preciso coragem para conseguir trazer e erguer e abrir estas portas que já há algum tempo estavam fechadas”, sem esquecer todos quantos passaram pela associação.
Carla Peixe, presidente UF Alvega e Concavada
Depois do momento mais formal, seguiram-se as homenagens, “pessoas que nós queremos homenagear pelo que fizeram pela nossa associação”, explicou Vera Catarino.
Raimundo Viegas, João Felício (representado por um sobrinho), como ex-músicos foram distinguidos pela direção. Fica a nota de que Raimundo Viegas assinala este 15 de dezembro a bonita idade de 93 anos. “É muito importante para mim e para muitos dos que estão aqui presentes que aprenderam música consigo, tê-lo aqui neste momento tão importante para a nossa associação e para tantos que estão aqui. É uma referência para nós que continua durante muitos anos e a vir aqui à nossa sede”, disse Vera Catarino.
Houve também a entrega de uma placa de reconhecimento ao senhor Santana, com a presença da filha, que já tinha sido decidida pela anterior direção.


Depois o reconhecimento do trabalho dos quatro presidentes da Filarmónica Alveguense:
António Moutinho, Paulo Pires, Patrícia Valente (ausente por questões de saúde) e João Pereira.


Seguiu-se o descerramento de duas placas. A primeira, no rés do chão, para assinalar os 20 anos da sede, e a segunda, à entrada para a sala de ensaios, no primeiro andar. E, porque a sala vai passar a chamar-se “Etelvino Narciso.”

Vera Catarino, na presença dos familiares de Etelvino Narciso, disse que foi uma “presença constante, sempre disponível nos concertos, nos ensaios. Quando nós precisávamos de um papel transcrito por ele, à última da hora, era sempre ele que nos salvava de nós os perdermos, quando éramos garotos. Foi um pilar que ajudou a manter viva a essência desta associação. Ao dar o nome a esta sala de ensaio, queremos garantir que a sua memória continuará presente e que este espaço inspire as gerações futuras da Banda Filarmónica Alveguense.” E depois pediu aos netos para descerrarem a placa evocativa.
Vera Catarino, presidente BFA



Em declarações à Antena Livre, Vera Catarino explicou que esta nova direção tomou posse há cerca de dois meses. E uma das ideias, foi a comemoração dos 20 anos da sede. “Para essa comemoração só fazia sentido juntar todas as pessoas que fizeram parte da construção desta sede e chamar à banda quem estava afastado e que nós queremos que estejam connosco. Porque para nós, como já cá tivemos há 20, 30 anos, fazia muito sentido e nós crescemos com essas pessoas aqui”, explicou a presidente que explicou também as homenagens. “Tivemos as homenagens a três músicos. O Sr. Santana, que não pode estar presente. O Sr. Raimundo Viegas, que é uma pessoa muito importante para a nossa banda, já com mais de 90 anos. O Sr. João Felício, que não esteve, mas também já com 84 anos e que nos acompanhou no nosso crescimento aqui.”
A homenagem aos antigos presidentes da banda faz todo o sentido, segundo a dirigente, “porque foram muito importantes para a construção da sede, da música, da nossa juventude e da ideia que tiveram da banda e do apoio todo que deram à banda.”
E depois o outro momento, também com emoção à mistura. “Um momento que para nós é muito significativo e para a família do Sr. Etelvino. A sala de ensaio, a partir de hoje, passar a ter o nome Etelvino Narciso.”
Vera Catarino explicou que Etelvino Narciso foi um músico desta associação que já faleceu, que esteve sempre até ao fim sempre aqui na associação com os músicos. Fez parte de gerações que passaram por aqui. Deixou muitas vezes a família em casa para estar completamente dedicado aos ensaios, às nossas saídas e à dedicação que ele tinha.
“Ele tocou clarinete nesta associação durante muitos anos, por isso é que terminamos com este momento muito importante com o Tiago Mourato”, justificou.
Vera Catarino, presidente BFA

O maior desafio para os corpos dirigentes é a reativação da Banda. E a presidente tem noção do caminho difícil. Mas aponta aos “mais velhos que já passaram por aqui sentirem que podem voltar e que nós queremos que eles voltem”, e depois a grande esperança que é, a partir de janeiro “começar a escola de música.”
A sede tem na sala de ensaios um espaço renovado, “fizemos algumas alterações para receber a nova geração que já tem outros desafios e nós queremos que um dos desafios seja estar presente numa banda filarmónica.”
Para o fecho, como o Etelvino Narciso foi instrumentista, tocava, clarinete, a direção da Filarmónica Alveguense convidou Tiago Mourato para apresentar uma peça de clarinete.

Seguiu-se um convívio, num domingo em que Alvega tinha a acontecer também o seu mercadinho de Natal.
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