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O Exército, através da Brigada Mecanizada, certificou esta quinta-feira, 15 de maio, no Campo Militar de Santa Margarida uma força multinacional de reação rápida. Trata-se de um Battelgroup que ficará às ordens da União Europeia (UE) para responder a crises internacionais e “defender os valores da liberdade e democracia” na UE.
De visita ao Campo Militar, onde assistiu ao exercício final desta força, o general Mendes Ferrão, Chefe de Estado Maior do Exército (CEME), vincou, em declarações aos jornalistas, que “esta força é comandada por Portugal, é colocada à disposição da UE no âmbito de um quadro de princípios e de valores que os países que a integram defendem, e é para defender esse quadro de princípios e de valores da democracia, da humanidade, da liberdade, que esta força será empregue.”
Depois de cumprimentar as forças de Portugal, Espanha, França, Itália e Roménia, envolvidas no exercício, Mendes Ferrão destacou a importância do exercício conjunto desta força multinacional que o Exército português vai comandar. E acrescentou que é a primeira vez que Portugal assume esta posição, através da Brigada Mecanizada. O exercício ORION tem estado a decorrer no Campo Militar de Santa Margarida, Ponte de Sor (cidade e aeródromo) e Bemposta tem como base uma força de estabilização, ou seja, a ser projetada para um qualquer teatro de operações da União Europeia, a força de reação rápida não vai assumir missões de combate intenso, mas sim de estabilização de situação de crise.
“Esta força é para missões de estabilização e operações de resposta à crise [num quadro de conflito ou crise internacional]. Não está nem desenhada, nem tem permissão de fazer combate de alta intensidade”, declarou.
General Mendes Ferrão, CEME
O exercício ORION realiza-se todos os anos e é o maior exercício do Exército português e conta sempre com a participação de forças de outros países. A decorrer desde 5 de maio o ORION envolveu 1.700 militares de cinco países, visou “exercitar a integração e a interoperabilidade entre as forças que participam no compromisso Battelgroup” (EUBG) da UE, e certificar o aprontamento da força para responder à “tipologia de operações mais exigente que lhe pode ser atribuída”, ou seja, preparada para assumir uma “operação de resposta a uma crise em ambiente não permissivo”, indicou o general CEME.
“É um exercício de grande dimensão, de grande exigência, que sobretudo visa mostrar a proficiência técnica e tática, ao nível individual e coletivo, das forças que aqui estão, porque só fazendo estes exercícios é que nós conseguimos ter confiança na força que podemos pôr à disposição da UE”, declarou ainda Mendes Ferrão.
O Orion25, que se constitui como “o maior exercício da componente terrestre” da força multinacional europeia, envolveu cerca de 1.700 militares e 350 viaturas dos cinco países [Portugal, França, Itália, Roménia e Espanha] de um total dos 2.200 militares que integram a força de reação rápida, no âmbito do compromisso europeu.
O exercício, que culminou hoje com uma exposição de capacidades e meios de todas as forças que integram o EUBG e um exercício tático com fogos reais empenhando os principais sistemas de armas, serviu também para o general Mendes Ferrão reiterar a capacidade de “honrar os compromissos” assumidos pelo Exército português, no âmbito da NATO e da UE, com vários forças projetadas em diversos países e continentes.
“Temos forças na Eslováquia, temos forças na Europa, temos forças na Roménia, temos forças na República Centro-Africana, temos muitos militares destacados pelos vários continentes, e nós assumimos os compromissos que somos capazes de cumprir e de honrar, do princípio ao fim”, afirmou.
Tendo feito notar que o Exército tem “várias forças em vários graus de prontidão”, o general CEME reiterou que os compromissos no âmbito da UE não afetam a capacidade de compromisso com a NATO.
“Estamos a assumir os nossos compromissos com a NATO, as missões quer da Eslováquia, quer na Roménia, são no âmbito da NATO, e são as missões mais exigentes da NATO. Nós estamos com forças em prontidão no terreno, na linha da frente, assumimos um compromisso forte com a NATO e assim vai continuar a ser”, declarou.
“Nós sabemos o Exército que temos, sabemos as possibilidades que temos e os compromissos que assumimos são de acordo com as capacidades que temos”, concluiu.
General Mendes Ferrão, CEME
De notar que o quartel de Artilharia do Campo MIlitar de Santa Margarida recebeu a cerimónia de encerramento do ORION, antes da realização do exercício final com fogo real. E para além desta pequena cerimónia os cinco países fizeram uma mostra do equipamento e especialidades que envolveram nestes dez dias de treinos. O General Mendes Ferrão foi passando pelos vários contingentes com perguntas e/ou explicações por parte de porta-vozes das forças envolvidas. Foi um momento para se perceber que equipamentos, bélicos ou outros, foram utilizados nestes dias.
A 1 de julho de 2025 Portugal assume um nível de prontidão de 30 dias e, de 1 de janeiro de 2026 a 1 de julho de 2026, o nível de prontidão da força será de 05 a 10 dias com vista ao seu emprego desta força em caso de necessidade. Mas será sempre uma força de estabilização que fica disponível às ordens da União Europeia.
C/Lusa
Vídeo cedido pelo Exército Português sobre o ORION25
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