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Autárquicas 2025: Sérgio Oliveira avança para a presidência do seu terceiro mandato em Constância num cenário «muito difícil para quem se afirma como socialista» (C/ Áudio)

3/11/2025 às 16:10

Decorreu este domingo, dia 2 de novembro, a Cerimónia de Instalação dos Órgãos Autárquicos 2025/2029 nos Paços do Concelho em Constância.

Nos Paços do Concelho, começaram por tomar posse os eleitos para a Assembleia Municipal que conta com 15 eleitos: nove do PS, três da CDU e três do CHEGA. Os três presidentes das Juntas de Freguesia do concelho, todos reeleitos pelo PS, integram o órgão autárquico por inerência de funções.

A Assembleia Municipal é então composta, por ordem de eleição: António Luís Mendes (PS), Isabel Costa (PS), Virgílio André (CDU), Carlos de Sousa Lopes (PS), Pedro Domingos (CH), Rogério Palácio (PS), Rui Ferreira (CDU), Ana Paula Basílio (PS), Filipa Ferreira (PS), Vasco Botelho de Sousa (CH), Pedro Caxias (PS), Ângela Grilo (CDU), Maria Teresa Gaspar (PS), Sónia Sobral (PS) e Gabriela Duarte (CH).

Na eleição para a Mesa da Assembleia, apenas o Partido Socialista apresentou uma lista que foi aprovada por 12 votos a favor e cinco votos em branco.

António Luís Mendes volta assim a assumir o cargo de presidente da Assembleia Municipal, tendo como 1.ª secretária Ana Paula Basílio e 2.ª secretária Maria Teresa Gaspar.

Foi depois dada a palavra aos três líderes das bancadas e Pedro Domingos, do CHEGA, começou por dizer que “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Muda-se o ser, muda-se a confiança. Todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades”.

“É com grande honra, profundo sentido de responsabilidade que hoje tomo posse como deputado desta Assembleia. Como referiu o poeta, o mundo é composto de mudança e também nesta autarquia um partido novo, o CHEGA, assume as suas novas responsabilidades, mandatado através da confiança dos munícipes, cumpre um momento histórico”, afirmou o deputado municipal.

Pedro Domingos lembrou que “pela primeira vez esta força política está representada e elege um vereador e três deputados municipais” e deixou as questões: “Será um sinal de mudança dos tempos ou das vontades? Será o início de alteração da confiança?”. Para o eleito do CHEGA, “este momento representa sobretudo o compromisso que assumimos perante os cidadãos do nosso concelho. O compromisso de escutar, de trabalho, de dedicação à causa pública”.

Assumiu que “a confiança depositada exige da nossa parte escrutínio, transparência, seriedade, proximidade” e prometeu que “será isso que procuraremos honrar em cada intervenção e em cada decisão neste órgão deliberativo. Comprometemos-nos assim a contribuir para um diálogo construtivo, com espírito crítico, responsável e cooperativo”.

No final, disse acreditar “no futuro do nosso concelho, construído com união, visão e coragem. A todos os que depositaram a sua confiança neste projeto alternativo, deixamos a promessa de trabalho sério, honesto e dedicado”.

A representante da bancada da CDU foi Ângela Grilo. Disse estarem “prontos para iniciar um novo mandato, conscientes da responsabilidade que os eleitores nos confiaram”. Para a CDU, “embora o resultado eleitoral não tenha correspondido plenamente às nossas expectativas, continuaremos com a mesma determinação a contribuir com propostas alternativas e construtivas, nas condições em que os eleitores decidiram, para o prestígio, o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida dos nossos munícipes”.

Para os eleitos da CDU, Será com “trabalho, honestidade e competência” que irão exercer as funções, prometendo “responsabilidade, atenção e exigência, nomeadamente no acompanhamento e fiscalização da atividade da Câmara Municipal, contribuindo para que a gestão seja rigorosa, transparente e cumpridora dos preceitos legais”. Ângela Grilo afirmou que “não hesitaremos em intervir junto das entidades do Estado que tutelam a administração local sempre que tal se revele necessário. Seremos intransigentes na defesa dos nossos ideais, frontais e cooperantes com os nossos interlocutores, mas jamais permissivos”.

Ângela Grilo enunciou depois algumas áreas prioritárias para a CDU e disse que “os próximos quatro anos serão decisivos para o desenvolvimento do nosso concelho. O planeamento, o rigor na gestão e a procura constante e oportunidades de investimento deverão ser prioridades diárias”.

Por parte do Partido Socialista, falou a líder da bancada, Isabel Costa.

Começou por declarar que “os resultados eleitorais das eleições autárquicas do passado dia 12 de outubro demonstram, inequivocamente, que os eleitores do concelho de Constância fazem uma avaliação muito positiva do trabalho realizado pelos autarcas do Partido Socialista no exercício dos seus mandatos no Executivo Municipal, na Assembleia Municipal e nos Executivos e Assembleias de Freguesia. E que continuam a acreditar que os candidatos aos órgãos autárquicos apresentados pelo PS são os mais capazes para conduzirem os destinos do nosso concelho nos próximos quatro anos. Este voto de confiança dado pelos munícipes do concelho de Constância aos autarcas do PS, confere-nos uma grande responsabilidade no exercício das nossas funções, mas também nos dá uma grande motivação para continuarmos a trabalhar em prol da nossa terra, do seu desenvolvimento e da qualidade de vida da população do concelho de Constância”.

Isabel Costa destacou as dificuldades e os desafios enfrentados por Sérgio Oliveira nos seus dois mandatos anteriores e advertiu que “nos próximos quatro anos, novos desafios se vão colocar aos nossos autarcas, nomeadamente, a incorporação da inteligência artificial nos procedimentos, com vista à obtenção de maior eficácia e eficiência. A criação de condições de atração de investimentos geradores de emprego e de desenvolvimento económico, para que o concelho se torne mais atrativo para a fixação da população. E a continuação da resolução dos problemas da habitação, através de maior oferta de habitação social a custos controlados e acessíveis”.

A terminar, a líder da bancada socialista disse que “hoje, como vivemos tempos em que na Europa e no mundo, o Estado de direito, a separação de poderes e os direitos, liberdades e garantias, pilares fundamentais das democracias ocidentais, estão a ser ameaçados, termino dizendo que o nosso país não precisa de três Salazares. O nosso país precisa de políticos locais e nacionais, com ideais humanistas e progressistas, que defendam os valores da liberdade, da igualdade, da solidariedade, da justiça social, e que defendam a democracia”.

Foi depois a vez do presidente da Assembleia Municipal fazer uso da palavra. António Luís Mendes agradeceu a participação de todos nas eleições e felicitou todos os eleitos, deixando também “uma palavra de reconhecimento para os que cessaram as funções num percurso dedicado ao serviço público”.

Aos constancienses, disse que “este é o momento para o arranque de mais um ciclo autárquico” e exprimiu “gratidão” pela “renovada confiança que a mim depositaram para presidir aos trabalhos desta Assembleia Municipal”. Assegurou que será um “cargo que quero continuar a desempenhar de forma independente, rigorosa e justa, garantindo que as decisões democraticamente tomadas sejam aquelas que mais se ajustem às expectativas e necessidades das populações que representamos”.

Aos membros da Assembleia Municipal, lembrou que o órgão “é o fulcro do poder local democrático, onde se dá expressão a igualdade e liberdade a mandatos originários dos detentores da soberania. É o coração da democracia e deve ser um espaço de diálogo construtivo onde as diferentes sensibilidades se encontram para servir o bem comum”. Acrescentou ainda que a Assembleia Municipal “deve ser um espaço de compromisso, de respeito, de diálogo e de união. As diferenças de opinião não deverão ser obstáculos, mas sim a prova da riqueza da nossa democracia, onde o mais importante é sabermos colocar os interesses do nosso concelho acima de tudo, ouvindo, debatendo e construindo. Que cada decisão tomada seja guiada pelo sentido de serviço público, pela ética e pelo amor à nossa terra”.

António Luís Mendes falou também para os presidentes das Juntas de Freguesia e reconheceu o “papel fundamental na relação de proximidade com os cidadãos. A prioridade maior é resolver os seus problemas. É preciso ouvirmos, atender às suas necessidades e anseios legítimos”.

“E quando ultrapassarem as vossas competências, não fiquem parados. Reencaminhem para os órgãos competentes. Sejam resilientes”, pediu o presidente da Assembleia Municipal.

Ao presidente da Câmara Municipal, António Luís Mendes pediu para manter “o rigor na gestão”, a “proximidade com o povo” e a “seriedade e serenidade que o caracterizam e que nunca lhe falte coragem para tomar decisões difíceis, particularmente das resultantes de erros de percurso. Só as pessoas inteligentes conseguem reconhecer os erros que cometem”.

Disse ser “o que os constancienses esperam de si” e terminou a desejar que “os próximos quatro anos sejam de esperança e nos surpreendam a todos pela positiva”.

Sérgio Oliveira foi empossado para o seu terceiro e último mandato como presidente da Câmara de Constância. As suas primeiras palavras foram de saudação aos eleitos e a “todos os homens e mulheres que integraram as listas das várias forças políticas para os diversos órgãos municipais e das freguesias. A democracia constrói-se com todos e para todos”.

Analisando os resultados das Autárquicas, disse que “foram claros”. E que os eleitores “avaliaram positivamente o trabalho realizado no mandato 2021-2025”, que “reforçaram a votação na maioria que gera a Câmara Municipal desde 2017” e que “não quiseram mudar o rumo de desenvolvimento e progresso que o concelho tem vivido nos últimos anos”

Sérgio Oliveira declarou que “as eleições foram disputadas num contexto nacional e internacional muito difícil para quem, nos dias de hoje, se afirma como socialista e de centro-esquerda”. A juntar a isto, relembrou que “o exercício do poder desgasta, porque nem sempre se consegue concretizar este ou aquele projeto e muitas vezes não é possível atender a todos os pedidos que os municípios nos fazem”. E a influência das redes sociais, “em que o escrutínio da vida pública e a exposição é enorme e parece que atingimos o patamar em que é aceitável dizer e escrever tudo. A verdade dos factos, o respeito pelo próximo, é uma coisa secundária. No entanto, e mesmo neste contexto nacional e internacional adverso, aliado ao exercício destas funções há oito anos, ao desgaste inerente às mesmas, as populações foram às urnas e deram-nos a maior vitória eleitoral em número de votos em comparação com 2017 e 2021, bem como a maior diferença de votos para o segundo partido mais votado”.

Contudo, assumiu que “maioria absoluta para nós nunca foi sinónimo de poder absoluto” e garantiu continuar “como fizemos até aqui, ouvir todos, dialogar com todos, informar, esclarecer e disponibilizar todas as informações solicitadas, cabendo, obviamente, a decisão final, aos que as populações escolheram para decidir e governar”.

“É, pois, com a mesma determinação, com a mesma alegria e sentido de missão que tomei posse para o terceiro e último mandato enquanto presidente de Câmara. Que nunca ninguém tenha dúvidas, esta é uma das maiores honras que as populações da terra onde nasci, onde cresci e onde vivo me deram”, disse o autarca.

Sérgio Oliveira saudou os dois novos membros do Executivo e afirmou que “o processo eleitoral terminou, as escolhas foram feitas e, como tal, fui, sou e continuarei a ser o presidente de Câmara de todos, promovendo e contribuindo para ser um polo de união e nunca de desunião, para ser sempre um polo de coesão entre as populações”.

O presidente da Câmara de Constância fez depois uma descrição exaustiva das dificuldades do concelho, das vitórias já alcançadas e das obras que estão em desenvolvimento ou que já foram concluídas nos seus mandatos.

Lembrou depois que “o exercício de cargos públicos é cada vez mais exigente” e que, hoje em dia, “o cidadão comum espera e exige muito mais de um presidente de Câmara e dos vereadores com funções executivas do que se verificava há uns anos atrás. Espera que seja próximo, espera que esteja presente, que tenha capacidade para ouvir, tenha capacidade de diálogo, tenha capacidade para decidir, que tenha firmeza nos valores e princípios, tenha capacidade para unir, tenha capacidade para defender os interesses das populações e dos territórios, tenha capacidade para os representar com elevação, respeito e saber-estar e, acima de tudo, esperam que esteja preparado para se adaptar a todas as mudanças, sem amarras ideológicas, sem colocar o interesse da sua família política acima dos interesses das populações”.

Sérgio Oliveira prometeu que, nos próximos quatro anos, “irei continuar a cumprir com todas estas premissas que criaram uma ligação única e que me orgulha, de proximidade e confiança com as pessoas e de respeito por todos”.

“O nosso principal desafio foi, e continua a ser, melhorar as condições de vida dos que cá vivem. Mas também continuarmos a ser uma terra que atrai pessoas, empresas, comércio, serviço e inovação. Porque uma terra sem pessoas não existe, nem cresce. As pessoas devem ser sempre o nosso foco principal. E para isto, contamos com todos, porque o nosso concelho é construído todos os dias, com e para todos, em diálogo sério e construtivo. Hoje, o nosso concelho, por mais que alguns não gostem de ouvir, é uma referência interna e externa pelo caminho que tem trilhado e assim queremos continuar”, finalizou o presidente.

Na sua intervenção, Sérgio Oliveira anunciou que Alexandre Marques, candidato do PS que não foi eleito para este mandato, assumirá a função de Chefe de Gabinete “daqui por sensivelmente cinco meses. Não vem já, por motivos pessoais que dizem respeito ao mesmo”, justificou o edil.

O Executivo da Câmara Municipal de Constância é composto por Sérgio Oliveira (PS), Helena Roxo (PS), João Pedro Céu (CDU), Pedro Pereira (PS) e Fernando Guedes (CH).

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