A Saúde Pública do Médio Tejo mantém o “alerta vermelho de saúde pública”, devido ao calor extremo que se verifica desde terça-feira da semana passada. De acordo com Paulo Luís, médico de Saúde Pública do Médio Tejo, o alerta não foi desativado porque, apesar de uma ligeira melhoria registada hoje, sexta-feira, e prevista para sábado, a situação volta a agravar-se domingo.
É por isso expectável que este alerta se mantenha ativo até terça-feira da próxima semana, dia 5 de agosto.
Este nível de alerta é acionado sempre que as temperaturas ultrapassam os 38 °C, o que representa um risco elevado para a saúde pública, especialmente entre os grupos mais vulneráveis, como os idosos, as crianças pequenas, os bebés, as pessoas acamadas ou dependentes de terceiros.
Paulo Luís, médico de Saúde Pública da Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo indicou na terça-feira um outro fator “perigoso” para os grupos mais vulneráveis, é que “vamos ter noites tropicais”. A meteorologia apontou a temperaturas mínimas de 23 a 25 graus na região.
Estes valores não permitem a recuperação térmica de edifícios e pode causar ainda mais desconforto junto das populações. Mesmo com calor, Paulo Luís, sugere o arejamento das casas para tentar provocar algum arrefecimento.
Estes valores para temperaturas mínimas podem voltar a partir de domingo, no que o IPMA diz serem “noites tropicais.”
Quanto a este alerta vermelho, as autoridades de saúde pública recomendam uma atenção especial e vigilância às pessoas com doenças crónicas - como diabetes, hipertensão arterial, insuficiência renal ou doença pulmonar crónica, entre outras -, uma vez que o calor extremo pode provocar descompensações agudas com consequências graves para a saúde.
A população idosa isolada, sem apoio familiar próximo ou a residir em habitações com fracas condições de arrefecimento, está particularmente em risco durante o alerta vermelho de saúde pública. Nestes casos, deve evitar-se a exposição solar e reforçar a hidratação frequente, mesmo na ausência de sede, através da ingestão de água ou sumos naturais sem adição de açúcar. Sempre que possível, deve considerar-se a deslocação do idoso para casa de familiares, ou a implementação de medidas que garantam um maior conforto térmico na sua residência.
No comunicado da ULS Médio Tejo é indicado que “nos casos em que não exista qualquer rede familiar ou social de apoio, qualquer cidadão — vizinho, comerciante ou outro — pode e deve sinalizar a situação às autoridades competentes, nomeadamente GNR, PSP, Proteção Civil, Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, ou através da linha SNS24 (808 24 24 24). Esta sinalização é fundamental para permitir uma intervenção célere e preventiva junto daqueles que estão mais expostos aos efeitos do calor.”
A ULS Médio Tejo relembra ainda que muitos medicamentos tomados por idosos devem ser conservados abaixo dos 25 °C. Numa vaga de calor, recomenda-se a sua armazenagem no frigorífico, sempre que tal seja possível, de forma a garantir a estabilidade e a eficácia dos tratamentos.
O calor extremo afeta também de forma significativa todos os que trabalham ao ar livre, como operários da construção civil, cantoneiros ou profissionais ligados ao turismo. Estas pessoas devem manter-se hidratadas, proteger-se do sol e fazer pausas regulares em locais com sombra.
Finalmente, as autoridades de saúde alertam para os riscos acrescidos associados à participação em festas populares, festivais de música ou romarias religiosas, onde a elevada concentração de pessoas, a exposição solar e a limitação de acesso a água ou sombra aumentam o risco de desidratação ou outras complicações.
Em caso de dúvidas ou sintomas associados ao calor, como fraqueza, suores intensos, náuseas ou desmaios, deve ser procurada assistência médica imediata, através do contacto com a linha SNS24 através do número 808 24 24 24.