O programa “Filarmonia – São Carlos em Lisboa e Vale do Tejo”, que apoia a formação de bandas filarmónicas da região de Lisboa vai ter continuidade dada a relevância do projeto, disse à Lusa a presidente da CCDR-LVT.
Em declarações à agência Lusa, Teresa Almeida anunciou que o programa irá “com certeza já repetir no próximo ano”, salientando que gostaria de poder continuar no futuro.
“Nós iremos com certeza já repetir no próximo ano, mas gostaríamos de poder continuar”, disse a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), salientando que as coletividades a que pertencem muitas bandas filarmónicas são fatores de coesão.
Teresa Almeida falava à Lusa no dia em que foram anunciadas as primeiras 10 bandas filarmónicas que vão ser apoiadas com “uma formação de excelência patrocinada pelo Teatro Nacional de São Carlos”.
Salientando que as bandas possuem “uma grande capacitação pela longa existência que a maioria” tem, a responsável frisou que podem mesmo assim beneficiar “de uma formação acrescida em determinados componentes musicais”.
O apoio do Teatro Nacional São Carlos ao projeto foi “muito fácil”, disse a responsável, admitindo que isso a deixou surpreendida porque muitas vezes se considera que “toda a sua produção é para um público mais esclarecido” e, desde o início, sentiu, por parte da direção do Organismo de Produção Artística (OPART), “uma vontade enorme e um entusiasmo” em participar do projeto.
“Penso que às vezes há aqui fatores que parecem que não são tão conhecidos mas vimos, de facto, um grande entusiasmo, acho que é a palavra certa, para poder fazer esta parceria connosco e com esta grande vantagem que, de facto, são músicos de excelência que vão ao território e que vão, de certa maneira, partilhar o que sabem, mas também ouvir”, salientou.
De acordo com Teresa Almeida, só na região de Lisboa e Vale do Tejo existem 220 bandas filarmónicas, de um total de 894 existentes no país, pelo que esta “grande concentração” na capital faz com que o projeto possa “continuar para podermos ir cada vez mais abarcando novos prémios, novas inclusões neste projeto formativo”.
Quanto à adesão ao projeto, a responsável considerou que a resposta dos interessados foi “muito boa e interessante”, sublinhando ter havido “boas candidaturas” que levaram à distribuição “equitativa por todas as NUTS III [Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos]” da região.
Teresa Almeida recordou também que o património das bandas filarmónicas é “interessante não só nas áreas mais concentradas [de população], como nas áreas mais dispersas e com menos população” que fazem parte dos 52 concelhos da região de Lisboa e Vale do Tejo.
“Muitas vezes nesta concentração urbana da Área Metropolitana de Lisboa também este tipo de escolas são extremamente importantes para fazer a coesão. Penso que é sempre muito importante e eu digo-o porque estas bandas muitas vezes estão sediadas em coletividades e as coletividades são grandes agentes culturais em várias formações”, explicou.
Segundo a responsável, são estes locais que “proporcionam muita formação” e estas bandas “são muitas vezes o berço de grandes talentos”.
“São muitos jovens, começam a ter uma motivação, um interesse pela área que escolhem e vão fazendo ali a sua aprendizagem base que, em muitos casos, revelam muitos talentos. Mas não é só de talentos que se vive neste tipo de prática, é também uma formação para todos para que possam aprender, para que possam estimular este amor à música, mas que depois também possam partilhar com todos os frequentadores da coletividade ou do meio em que se desenvolvem”, exemplificou.
Afirmando que este programa foi também uma oportunidade para fazer a inventariação do número de filarmónicas existentes, Teresa Almeida disse que se pretende também que seja “o estímulo para um processo a continuar".
Além disso, disse esperar que se encontre junto da CCDR, com as novas competências que tem na área da cultura, "uma entidade que tenha esta vontade de ir ao território e de trabalhar estes talentos”.
Foram selecionadas para ter formação patrocinada pelo Teatro Nacional de São Carlos a Escola de Música Juventude de Mafra e a Sociedade de Instrução Musical de Porto Salvo (região da Grande Lisboa), a Filarmónica União Sardoalense e a Sociedade Filarmónica Ouriense (Médio Tejo), bem como a Sociedade Filarmónica União Seixalense e a Sociedade Filarmónica Palmelense "Loureiros" (Península de Setúbal).
Recebem também formação a Sociedade Instrução Musical Cultura e Recreio de A-dos-Francos (Oeste), a Sociedade Filarmónica de Instrução e Cultura Musical de Gançaria e a Sociedade Instrução Coruchense (Lezíria do Tejo).
Lusa