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Presidente e vereadores tomaram posse numa cerimónia que marcou e despedida de António Gomes Mor de uma vida autárquica que começou em 1977.
A tomada de posse dos órgãos municipais de Abrantes encheu o auditório da Escola Secundária Solano de Abreu com convidados e elementos das várias listas que concorreram às eleições de 12 de outubro.
E comecemos pela despedida do presidente da Assembleia Municipal cessante, que deu posse aos eleitos para os órgãos municipais antes de chamar o cidadão cabeça de lista do partido mais votado para assumir a gestão da primeira reunião da Assembleia Municipal que tem como objetivo a eleição da Mesa da Assembleia. Perante a apresentação de uma única lista, apresentada pelo PS, os deputados municipais empossados elegeram, com 32 votos favoráveis, oito em branco e um nulo, Arlindo Chambel (presidente) e Isilda Jana e Francisco Bragança (secretários) da mesa da Assembleia Municipal.
Na despedida, António Gomes Mor, o autarca resistente das primeiras eleições livre, de 5 de janeiro de 1977, deixou uma reflexão sobre o poder local. “Fiz parte da lista com presidência de maioria absoluta, de maioria relativa e também de uma lista que não ganhou.
Com respeito uns pelos outros e capacidade de diálogo, nunca tivemos problemas nessas épocas.”
Depois continuou com referência aos 24 anos de membro da Assembleia Municipal de Abrantes, da qual foi presidente nos últimos 11 anos.
António Mor revelou que este foi um cargo honroso e de extrema responsabilidade até porque “pertencer a um grupo (político) eleito e, ao mesmo tempo ser árbitro não foi fácil.”
António Mor, presidente AM cessante
Mas António Mor finalizou a sua intervenção com referência à Liberdade. “Só estamos aqui por causa do 25 de abril de 74. Vivi o 11 março e o 28 de novembro. E vivo preocupado o que hoje vai acontecendo. Dirijo-me aos mais novos, a quem pensa que a liberdade de expressão sempre foi um dado adquirido.”
Paulo Lourenço (PS) e José Moreno Vaz (AD) vão tomar posse na próxima sessão da Assembleia Municipal, por ausência justificada, e Maria Francisca Fernandez (AD) renunciou tendo sido substituída por Arturo Fernandez.
Arlindo Chambel, presidente eleito, manifestou o orgulho em assumir este cargo “na terra onde nasci, vivo, trabalho e que gosto muito.” Disse depois assumir um compromisso ético para o exercício do mandato no interesse dos munícipes e bem-estar da população sempre de acordo com a Constituição da República.
Apesar de eleito pelas listas do Partido Socialista vincou o objetivo de fazer um percurso com “isenção, imparcialidade e equidistância por todos quantos estão nesta Assembleia” que quer que seja uma casa com convivência da pluralidade e diversidade. “É o fórum de afirmação da palavra, da discussão criadora e decisões democraticamente tomadas.” Depois apelou à participação dos cidadãos.
Arlindo Chambel, advogado, sublinhou a necessidade de exercer funções sempre com a separação de poderes assumida, mas com lealdade em relação ao trabalho a desenvolver.
Antes de terminar a sua primeira intervenção deixou uma mensagem direta ao presidente do Município, sobre quem disse conhecer a batalha da coesão territorial com que Manuel Jorge Valamatos se vem debatendo. “Lutem por nós, pelos nossos filhos e netos. Para melhores condições de acesso à saúde, educação e bem-estar. Por uma cidade segura e tranquila.”
A concluir saudou todos que cessam funções, com uma nota de reconhecimento e gratidão dos anos dedicados à causa pública. E prestou homenagem a António Mor, no dia em que cessa funções autárquicas, onde entrou em janeiro de 1977.
Arlindo Chambel, presidente AM Abrantes
Arlindo Chambel não deixou de frisar os tempos antes do 25 de Abril de 74 porque “a história vivida deve ser contada. Os jovens de hoje devem saber como era a vida no outro tempo, na falta de saúde, no analfabetismo, na guerra, na emigração e por aí fora... Não queremos de volta as personagens que fizeram aquela história" de antes do 25 de Abril.
O último discurso foi do reeleito Manuel Jorge Valamatos que lidera um executivo em que contará com os vereadores João Gomes, Luís Dias, Raquel Olhicas (PS), João Morgado, Ana Oliveira (AD) e Nuno Serras (CHEGA)
Começou por agradecer aos que deram a vitória no dia 12 ao PS, uma vitória na confiança, no trabalho realizado, na maneira de estar na política e que procura a resolução dos problemas reais das pessoas.
Manuel Jorge Valamatos agradeceu “aos que votaram em nós, pela confiança renovada. Aos que votaram noutras forças políticas, pelo contributo indispensável ao pluralismo. E também aos que, desta vez, se abstiveram. Tudo faremos para que possam voltar à participação cívica.”
Depois deixou o reconhecimento a todos os autarcas que agora cessam funções: “Bruno Tomás, Manuel João, Bia, Sónia Alagoa, Teresinha, Carla Filipe, Luís Vermelho, Rui André, Álvaro Paulino e todos os membros das suas equipas.”
Ainda na rota dos agradecimentos, deixou um a António Gomes Mor, e ainda “uma palavra de agradecimento e reconhecimento público à vereadora Celeste Simão, pela sua dedicação, competência e profundo sentido de serviço. Uma companheira que partilhou connosco um percurso de 16 anos de muito trabalho em que sempre honrou o mandato e a confiança dos Abrantinos, com rigor, proximidade e grande dedicação.” Disse logo a seguir que deixa um legado reconhecido por todos e que ter continuidade na vereadora Raquel Olhicas.
Manuel Jorge Valamatos continuou com um discurso genérico com a mensagem para a oposição frisando que a “democracia precisa de fiscalização, de acompanhamento e de propostas concretas. Discordaremos em muitas questões, mas sempre teremos Abrantes como objetivo. Que não existam ataques pessoais e podermos combater o populismo.”
Vincou ainda que “uma boa ideia ou uma boa proposta, não tem cor partidária e terá sempre um olhar atento e cuidadoso."
O presidente da Câmara eleito, disse depois querer “Mais Abrantes”, em todas as áreas: “no nosso centro histórico, nas nossas freguesias, na habitação acessível, na saúde com proximidade, na educação com uma escola pública com qualidade, na cultura que nos afirma, no desporto que nos distingue ou no ambiente que nos responsabiliza. Queremos um concelho com oportunidades para todos, com foco nas aspirações e sonhos dos nossos jovens. Queremos valorizar uma economia que cria empregos de futuro e fixa pessoas ao território. Queremos Abrantes com inovação, tecnologia, com investimento, com confiança para quem investe, com contas certas, com decisões transparentes e com proximidade todos os dias, na defesa permanente de quem aqui vive e trabalha.”
Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
Manuel Jorge Valamatos concluiu a intervenção a dizer “seguiremos firmes, com confiança e ambição. E faremos acontecer.”
No final a EstaTuna, da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, fez uma apresentação no auditório e a cerimónia foi concluída com um Abrantes de Honra e com um brinde do novo executivo municipal e Mesa da Assembleia Municipal.
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