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A música de Piazzolla é celebrada em Lisboa com homenagem à pianista Olga Prats

14/10/2021 às 00:22
(DR)

Os músicos Paulo Jorge Ferreira, Joaquim Ribeiro, Irene Lima e João Paulo Santos apresentam, na próxima sexta-feira, em Lisboa, o programa “De Piazzolla com Amor”, em homenagem à pianista Olga Prats, que morreu em julho passado.

"A paleta sonora sanguínea e densa da música de Piazzolla que tanto nos toca, e que hoje muitos de nós assumimos como parte natural de um repertório comum, começou por tocar Olga Prats, que muito contribuiu para o seu conhecimento e difusão”, em Portugal, recorda a organização, sobre o recital, que terá início às 19:00, no auditório da comunidade Hindu de Portugal, no bairro de Telheiras. 

Olga Prats (1938-2021) foi a primeira pianista a tocar e a gravar o compositor argentino Astor Piazzolla (1921-1992), em Portugal. Paulo Jorge Ferreira (acordeão), Joaquim Ribeiro (clarinete), Irene Lima (violoncelo) e João Paulo Santos (piano) dão continuidade a esse propósito.

“Olga Prats, a pianista virtuosa, professora dedicada, mas, acima de tudo, curiosa e ávida de experimentar novas formas de escrita musical. Olga que marcou tantas gerações de músicos (...) alimentou a imaginação de criadores (...), que simplesmente amava o belo, que amava borboletas”, recordam os organizadores do recital, garantindo que, celebrar o centenário do nascimento do compositor argentino, “sem o associar a Olga Prats (...), não seria a mesma coisa”.

O recital é composto por um “programa que nos transporta para o universo das emoções: a saudade, a reverência e o sentido de fatalismo que os afetos nos proporcionam, o sentimento de alegria na presença, a saudade na perda, a memória dos momentos que passamos com quem gostamos”.

Os músicos vão interpretar obras que gravaram ou tocaram com Prats, “dos arranjos de temas de Piazzolla a obras escritas por mestres tão nossos, de ontem e de hoje, como Lopes-Graça, António Victorino d’Almeida e Eurico Carrapatoso, compositores que privaram com Olga na qualidade de criadores, ou simplesmente, de amigos”.

Esta é a mais próxima homenagem à pianista, que morreu no passado dia 30 de julho, vítima de doença oncológica, na sua residência na Parede, nos arredores de Lisboa.

Uma outra homenagem, já anunciada, também por colegas e amigos, está prevista para 03 de novembro, véspera do aniversário de Olga Prats, às 21:00, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra.

Este concerto conta, entre outros, com a participação do contrabaixista Alejandro Erlich-Oliva, com quem a pianista tocou e fundou o Opus Ensemble, em 1980, dos pianistas Diana Botelho Vieira, Artur Pizarro e João Paulo Santos, do cantor Luís Madureira, do Quarteto Lopes-Graça, do pianista e compositor António Victorino d'Almeida, do compositor Sérgio Azevedo, das atrizes Maria do Céu Guerra e Sara Vaz, do clarinetista e regente António Saiote, e do músico Jorge Palma.

Numa entrevista à Lusa, em 2013, Olga Prats referiu-se a António Victorino d’Almeida e à atriz Maria de Céu Guerra, como “irmãos de coração”.

Esta homenagem, a 03 de novembro, é uma iniciativa do musicólogo Bernardo Mariano, que contou com o apoio da filha da pianista, Paula Prats Azevedo Gomes, e do compositor Sérgio Azevedo, autor da obra “Olga Prats. Um Piano Singular” (2007).

Todos os participantes foram, de algum modo e em algum momento, na sua carreira, tocados pelo saber de Olga Prats.

Maria Olga Douwens Prats nasceu em Lisboa, a 04 de novembro de 1938, fez o Curso Superior de Piano no Conservatório Nacional, que apontou à Lusa como “a sua segunda casa”, e onde tinham sido alunas a sua mãe e uma tia e, um bisavô, professor. Terminado o curso, em 1957, prosseguiu os estudos em Colónia, na Alemanha.

Com uma carreira de 69 anos, Olga Prats foi a primeira pianista a divulgar o fado ao piano, nomeadamente as partituras de finais do século XIX e primeiras décadas do século XX, de compositores como Alexandre Rey Colaço e Eduardo Burnay.

Olga Prats começou a tocar piano aos seis anos, tendo sido aluna particular de João Maria Abreu e Motta. Numa entrevista à Lusa, em 2013, recordou que “havia sempre música em [sua] casa”. Deu o seu primeiro recital aos 14 anos, no Teatro Municipal de S. Luiz, em Lisboa.

Lusa

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