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Abrantes: Autarcas lançam abaixo-assinado contra o encerramento dos CTT em Alferrarede – COM SOM

12/01/2018 às 00:00

A partir desta sexta-feira está a circular pelas 13 freguesias do concelho de Abrantes um abaixo-assinado contra o encerramento da loja dos CTT, localizada na Avenida Mário Soares, em Alferrarede.

A ação foi apresentada hoje ao final da manhã, na sede da Junta de Freguesia de Abrantes, numa iniciativa conjunta dos 13 presidentes de Junta de Freguesia, da Câmara Municipal, da ANAFRE – delegação de Santarém, da Associação Empresarial e Comercial, da NERSANT – núcleo de Abrantes e da Comissão de Utentes.

Bruno Tomás, presidente da União de Freguesias de Abrantes, explicou que são necessárias cinco mil assinaturas para que seja possível levar o assunto à Assembleia da República, “para que seja discutido em plenário e para que o próprio Governo tenha alguma intervenção no processo”.

“Todas as Juntas de Freguesias já têm o dossiê preparado para que o abaixo-assinado esteja em todo o lado. É assim que vamos conseguir atingir cerca de cinco mil assinaturas. E temos total confiança que não vamos arranjar somente cinco mil, mas o dobro ou triplo, e é isso que pedimos às pessoas”, apelou o autarca.

A campanha de recolha de assinaturas para um abaixo-assinado começou ali mesmo, num documento que refere que "não só os cidadãos de Alferrarede, mas também de localidades vizinhas, exigem que se mantenha em funcionamento o posto CTT", tendo Bruno Tomás reiterado que a atual estação, instalada numa freguesia com 18.400 habitantes e com três funcionários, "tem de manter-se no edifício onde está e são os CTT quem tem de assumir os custos de manutenção e funcionamento do serviço" público.

"Não estamos disponíveis para qualquer outro cenário que não seja o da manutenção daquela estação, naquele local. Não aceitamos a proposta de passar de estação para posto de correios, com a perda de valências, nem na junta de freguesia nem em outro local", reiterou o autarca, tendo lembrado que, além da estação em causa, existe apenas uma outra, no centro histórico da cidade, e dois postos dos correios.

Bruno Tomás ao centro falou em representação dos restantes autarcas 

O presidente da Junta recordou que a Câmara Municipal e a Junta de Freguesias já apresentaram algumas soluções que impeçam o encerramento do serviço prestado no balcão dos CTT, em Alferrarede.

A proposta de cedência de um edifício municipal e/ou privado para esse efeito, nas imediações do atual, já foi apresentada, mas foi rejeitada pela atual administração dos CTT na última reunião que aconteceu entre a Câmara e a administração dos CTT.

Em cima da mesa da negociação, está ainda a possibilidade de criar um posto de atendimento, onde a instalação seria da competência da Junta de Freguesia, com o apoio de privados, para garantir que a população não fique desprovida do serviço. No entanto, Bruno Tomás considera que nesta fase a reivindicação passa por manter o serviço onde se encontra atualmente.

“Nós não queremos que esta loja encerre. Estamos com uma postura contestatória, mas também estamos aqui como parceiros para encontrar soluções”, vincou Bruno Tomás.

Por último, o autarca adiantou que caso o abaixo-assinado não seja solução e impedimento do encerramento efetivo da loja dos CTT, em Alferrarede, os autarcas e representantes das entidades presentes na conferência de imprensa de hoje irão para Lisboa numa ação de manifestação conjunta.

 “Há várias entidades que podem coordenar uma manifestação. A ANAFRE, o Sindicato dos trabalhadores, as Comissões de Utentes, penso que deveria de ser por aí, nós já fizemos desafios para que isso possa acontecer (…) Temos força suficiente para provocar uma [manifestação], mas isso a seu tempo”, finalizou.

O coordenador distrital da ANAFRE, Joel Marques, a assinar o abaixo-assinado

Em declarações aos jornalistas, o coordenador distrital da ANAFRE, Joel Marques, disse, por sua vez, que a delegação da associação de freguesias está "solidária" com Abrantes e Alpiarça [outra estação do distrito de Santarém que surgiu na lista dos CTT para encerrar], tendo afirmado ser "inadmissível" que "a questão financeira da empresa se esteja a sobrepor à prestação de um serviço público" de proximidade.

"Quando todos falamos na necessidade de uma discriminação positiva para as regiões do interior e no esbater das assimetrias existentes, não podem depois os CTT encerrar serviços nestas regiões e desvalorizar estes territórios", defendeu.

Presentes na cerimónia, para além dos presidentes de junta, estiveram Manuel Jorge Valamatos, vereador da Câmara Municipal, Vítor Hugo Mendes da NERSANT – núcleo de Abrantes, Ricardina Lourenço da Comissão de Utentes, Joaquim Serras presidente da Associação de Empresarial e Comercial, Rui Santos, vereador do PSD, Armindo Silveira, vereador do BE e demais individualidades que assinaram o abaixo-assinado. 

Os CTT confirmaram a 02 de janeiro o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação, que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho.

Em causa estão os seguintes balcões: Junqueira (concelho de Lisboa), Avenida (Loulé), Universidade (Aveiro), Termas de São Vicente (Penafiel), Socorro (Lisboa), Riba de Ave (Vila Nova de Famalicão), Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Lavradio (Barreiro), Galiza (Porto), Freamunde (Paços de Ferreira), Filipa de Lencastre (Sintra), Olaias (Lisboa), Camarate (Loures), Calheta (Ponta Delgada), Barrosinhas (Águeda), Asprela (Porto), Areosa (Gondomar), Araucária (Vila Real), Alpiarça, Alferrarede (Abrantes), Aldeia de Paio Pires (Seixal) e Arco da Calheta (Calheta, na Madeira).

C/Lusa

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