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Abrantes: Autarquia quer vender terreno da antiga piscina, oposição vota contra

8/06/2016 às 00:00

A Câmara Municipal de Abrantes tem intenção de vender à Starotéis – Sociedade Hoteleira Unipessoal, Lda, os terrenos contíguos ao Hotel de Turismo, onde já funcionaram as piscinas municipais. Os terrenos avaliados em 720 mil euros poderão agora ser vendidos por 5.856 mil euros.

A Starotéis tem como objetivo vir a explorar o Hotel Turismo de Abrantes, que se encontra encerrado há cerca de dois anos.

A proposta da minuta da escritura da compra e venda, a celebrar entre a Câmara e a empresa, foi aprovada por maioria, com os votos contra dos vereadores da oposição eleitos pelo PSD e pela CDU, na reunião do executivo camarário, realizada na segunda-feira. 

Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM de Abrantes, começou por referir que “o hotel já está em obras e prevê-se que esteja pronto antes do fim deste ano”.

O vereador Avelino Manana (CDU) justificou o seu voto contra pelo valor aplicado na venda dos terrenos: “Nós não estivemos nas negociações, é verdade, mas comparando com outras vendas que houve, algumas delas depois tiveram finais infelizes, com a avaliação do terreno, com uma eventual criação dos postos de trabalho que a empresa poderá criar e comparando o IRC, através da derrama, que esta empresa poderá deixar ao município, nós achamos que este preço não está de acordo”. “O terreno vale 720 mil euros, é o que vale”, realçou este responsável.

Por sua vez, a vereadora Elza Vitório (PSD) começou por lamentar e criticar o “atual estado de abandono da infra-estrutura”. E de realçar que “o terreno contíguo ao hotel foi um ícone de Abrantes”. 

A vereadora afirmou que o PSD é “contra a venda à Staroteis, porque não confia numa empresa que tem antecedentes pouco saudáveis. Relativamente ao terreno do Barro Vermelho, esta empresa adquiriu-o para a construção de um hotel. Ao fim de 8 anos tal não aconteceu e a Câmara teve de recorrer ao tribunal para reaver o terreno por um preço de mais do dobro”. “Por que é que o Município apenas solicita 0,8%, 5.856 mil euros, do valor total da avaliação que corresponde a 720 mil euros. Estamos a dar uma ajuda financeira de 714 mil euros à empresa”, adiantou a responsável.

Por último, Elza Vitório deixou algumas questões: “Qual o número de postos de trabalho que a empresa perspetiva criar, qual o investimento a realizar nas obras de reabilitação da piscina e hotel, qual a capacidade do hotel, qual a salvaguarda do município em caso de insolvência da empresa no período temporal estabelecido no contrato?”.

Em reação às declarações dos vereadores, a presidente referiu que “este é um investimento muito importante”, que vai trazer “para o promotor riscos acrescidos, sendo que foram muitas as tentativas fracassadas de explorar e consolidar a atividade do Hotel de Turismo”. 

 “Em relação a este Grupo, nada me leva a duvidar da bondade das suas intervenções, porque relativamente ao projeto do Barro Vermelho (…) o empresário sempre foi de uma clareza e de uma transparência connosco a toda a prova”.

“Passado algum tempo de ter adquirido o terreno e de ter começado a desenvolver o projeto, o seu sócio saiu e ele ficou sem condições para continuar sozinho a construção do hotel. Estamos a falar de 2008, altura em que também a crise imobiliária se abateu sobre Portugal”, relembrou a autarca.

“Eu prefiro, de longe, ter o Hotel de Turismo recuperado, a funcionar bem, do que ter o Hotel abandonado e ter uma nova unidade hoteleira”, finalizou.

A proposta de venda do terreno, aprovada em reunião de Câmara, vai ser apreciada e submetida à aprovação da Assembleia Municipal, que decorre no próximo dia 17 de junho, às 21h00, no edifício Pirâmide.

JMC

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