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Abrantes: Feira Nacional de Doçaria regressa ao Jardim da República e conta mais de 30 doceiros de todo o país

22/10/2018 às 00:00

O Welcome Center, no Mercado Diário, foi o local escolhido para a apresentação da XVII Feira Nacional de Doçaria Tradicional que Abrantes acolhe este fim de semana, entre os dias 26 a 28 de outubro, no Jardim da República.

A apresentação, que juntou alguns dos doceiros que vão marcar presença no certame, esteve a cargo de Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal e de Conceição Pereira, técnica coordenadora da TAGUS, representantes das entidades promotoras do evento.

Maria do Céu Albuquerque exaltou a importância do evento para a economia local e para a dinamização do centro histórico e justificou a mudança do local da Feira, inicialmente anunciado para o Largo 1º de Maio, ainda em obra: “Contrariamente àquilo que era a nossa expectativa, que pensávamos fazer no Largo 1º de Maio que tem estado em obras, não o vamos fazer, porque a obra não ficou concluída como era nosso desejo, nomeadamente, a parte ajardinada que ainda não está completa e está fragilizada.  Importa que seja consolidada primeiro, antes de podermos utilizar este espaço”, explicou a autarca.

“O ano passado, fizemos no Jardim da República e correu tão bem que não vamos inventar e vamos voltar àquele espaço. Claro que vão me perguntar: e se chover? Temos um plano B e havemos de criar condições para que as coisas corram bem”, salientou.

Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal e Conceição Pereira, técnica coordenadora da TAGUS

No seu discurso, a autarca abrantina disse que “faz todo o sentido continuar a criar iniciativas como esta, no sentido de trazer doceiros de outros locais que estabelecem uma rede connosco e que a partir daqui também nos ajudam a promover os nossos próprios doceiros. É deste contacto, que muitas vezes se estabelecem relações para que os nossos doceiros possam participar noutros certames”.

Questionada sobre o que torna a Feira de Doçaria de Abrantes diferente das demais no país, Maria do Céu Albuquerque destacou os doces mais típicos do concelho: “Se nós encontramos tigeladas noutros pontos do nosso país, não encontramos a Palha de Abrantes. Podemos encontrar broas, mas não encontramos as nossas broas, e é isso que importa ser distintivo”.

“É claro que nós gostaríamos muito que os mulatos e as limas pudessem voltar a estar nas nossas pastelarias (…) porque são distintivos em relação ao país. Tem que ser muito nesta lógica que nós temos de nos afirmar nacionalmente, daí a necessidade de avançarmos com a certificação da Palha de Abrantes. Porque a Palha de Abrantes também não existe em mais lado nenhum. Temos o registo da marca, importa também fazer o reconhecimento do produto propriamente dito”, considerou a autarca.

Por sua vez, Conceição Pereira, técnica coordenadora da TAGUS, destacou os números envolvidos na edição 2018 da Feira Nacional de Doçaria: “São 29 expositores, distribuídos em 30 stands. Estão representados 11 distritos, mais o arquipélago dos Açores. Temos 4 expositores pela primeira vez, provenientes de territórios diferentes e que trazem sobretudo a doçaria conventual de Lisboa. Temos ainda 8 doceiros de Abrantes”.

Durante todo o evento, estará patente a exposição do Palhinhas composta pelos trabalhos escolares dos alunos do ensino público pré-escolar e primeiro ciclo do ensino básico do concelho. Este ano, os alunos foram desafiados a decorarem um saco para a tradição dos bolinhos do Dia de Todos os Santos, com motivos ligados ao personagem de banda desenhada. Estiveram envolvidas na ação mais de 1100 crianças de 14 instituições de ensino dos dois agrupamentos de escolas do concelho.

Na sequência do envolvimento dos mais novos na Feira, no programa do evento está prevista animação infantil. Dirigidas aos bebés, haverá, na manhã do dia 27 de outubro, duas leituras animadas pela Biblioteca Municipal António Botto, sobre do livro “A melhor sopa do mundo”.

À tarde irá acontecer uma performance teatral, pela Academia Criativa Bi-Dom, em que as crianças presentes são desafiadas a fazer bolachas coloridas com umas avós divertidas. Esta animação será repetida duas vezes no sábado e uma no domingo. Pelas 16h00, ainda de sábado, haverá um espetáculo de ilusionismo de Zé Mágico.

Na edição deste ano, um dos destaques vai para as duas oficinas de doçaria, dinamizadas pelas escolas da região. Ao início da tarde de sábado será conduzida pelos alunos do curso Técnico de Cozinha e Pastelaria, da Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (EPDRA) que têm a importante missão de ensinar os 20 inscritos a fazer queijadinha Mourisca de requeijão de ovelha, torcido de azeite e gelado de figo e mel.

O mesmo número de inscritos serão aceites na oficina, que irá decorrer na manhã de domingo, dirigida pelos alunos do curso de Restauração e Turismo, da Escola EB 2,3/S Luís de Camões, para aprender a confecionar Trouxinhas de Constância, baseadas nos Queijinhos do Céu da vila Poema – Constância.

Na edição deste ano, as atividades desportivas também não vão faltar.Na noite de sábado, acontecerá uma caminhada noturna, que pode ser efetuada de três formas: turística, livre e de corrida. Esta Night Urban “Os Palhinhas” tem definido um percurso de cerca de 4 km pelo centro histórico de Abrantes com visita guiada a locais emblemáticos da cidade e ligados à doçaria local.

Na sua sétima edição, o passeio guiado em BTT “Na Rota da Palha” desafia os amantes desta modalidade em duas rodas, a percorrer cerca de 30km, no domingo de manhã. Este ano, a volta está programada em direção à aldeia de Sentieiras. As inscrições para as duas ações devem ser realizadas junto do COA - Clube de Orientação e Aventura e dos Branquinhos do Pedal.

Já no panorama musical, no palco da Feira vai estar, na sexta-feira, o novo projeto musical “Os Calhambeques”, por um grupo de oito amigos, integrados na Sociedade Artística Tramagalense, que presta tributo ao património musical do brasileiro Roberto Carlos.

No sábado, dia 27 de outubro, a noite será animada pela banda Time, que pretende prestar homenagem aos Pink Floyd, através da interpretação de temas imortais dos anos 70 e 90, que fazem parte da memória de várias gerações.

Na tarde de domingo, a partir das 15h30, a ESTA Tuna e a Tuna da Universidade de Terceira Idade de Abrantes irão proporcionar o último momento de animação do evento.

Esta edição, tem ainda como novidades um licor de especiarias da Índia, que conjuga vários produtos da época dos Descobrimentos portugueses, feito por um expositor de Sardoal. Também a remeter para um Portugal de outrora, mas com paladares a transpor para o século XVIII são os doces baseados em receitas dos antigos Conventos de Lisboa. Outra das estreias são os bombons de figo preto trazidos por uma doceira de Torres Novas, cuja missão é a de preservar a cultura desta variedade do fruto e que tem sido distinguida em vários concursos.

A Feira Nacional de Doçaria Tradicional, organizada pela Câmara Municipal de Abrantes e pela TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, representa um investimento de cerca de 20 mil euros.

O certame mais doce do ano, tem procurado ao longo das 17 edições dar a conhecer a doçaria tradicional do Ribatejo Interior, colocando as afamadas Palhas de Abrantes, Tigeladas, Broas Fervidas e Queijinhos do Céu junto de outros ícones portugueses que este ano estão a representar pelas localidades de Felgueiras, Vila Real, Amarante, Lamego, Ovar, Aveiro, Tentúgal, Sertã, Alcobaça, Caldas da Rainha, Torres Novas, Ponte de Sôr, Lisboa, Évora, Reguengos de Monsaraz e da ilha de S. Miguel, nos Açores.

Público presente na apresentação da XVII Feira Nacional de Doçaria de Abrantes.

* Reportagem radiofónica para ouvir na Antena Livre esta terça-feira, às 12h00.

 

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