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Eduardo Jorge volta à luta e quer ser cuidado pelos governantes

22/11/2018 às 00:00
Foto: Facebook

É mais uma ação por uma Vida Independente. Uma luta que dura há demasiado tempo e que vai continuar. Eduardo Jorge, tetraplégico e ativista pelos seus direitos, vai voltar para a frente da Assembleia da República e, desta vez, quer os governantes como seus cuidadores.

A 3 de dezembro comemora-se o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência e eu vou comemorá-lo de uma maneira triste”, afirma.

Eduardo Jorge, tetraplégico dependente de terceiros, com 90% de incapacidade, vai estar nos dias 1, 2, 3 e 4 de dezembro de 2018, em frente à Assembleia da República, “deitado numa cama, e fechado dentro de uma gaiola, que será aberta somente para permitir a entrada dos governantes convidados, numa ação de sensibilização em favor da Vida Independente”.

Proponho-me a ser cuidado durante quatro dias pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o Primeiro-ministro, António Costa, e ainda o Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva. Qualquer ajuda vinda de outra pessoa será recusada.

Com este meu desafio espero que consigam entender a importância da Vida Independente nas nossas vidas. Verificarão o quanto somos inúteis sem apoio de um assistente pessoal, e desse modo tentar sensibilizá-los para a urgência de o projeto se tornar uma realidade”, informa Eduardo Jorge.

Preparado para que nenhum dos “convidados” compareça, diz-se “bem resolvido com a minha deficiência” e pronto para arcar com as consequências que quatro dias de exposição às condições climatéricas possam acarretar. “Não quero pensar nas consequências mas sei que podem ser graves”. Em caso de hipotermia, sabe que poderá mesmo conduzir à morte mas “se morrer, também não é por aí”.

Explica que “esta prometida Vida Independente, criada pelo Decreto Lei nº 129/2017 de 9 de outubro, continua a não sair do papel, pelo que eu, e muitas outras pessoas com deficiência continuamos presos nas nossas casas e em lares de idosos contra a nossa vontade.

Por esta demora em iniciar o projeto-piloto Modelo de Apoio à Vida Independente, encontramo-nos profundamente angustiados pela prisão forçada em que nos encontramos, facto que me leva a ser obrigado a tomar esta medida, num derradeiro esforço de mostrar aos nossos governantes a importância da Vida Independente, para cidadãos dependentes como nós”.

Nada foi feito”, reage, indignado e diz “que é o Governo que não quer” pois “é uma questão de boa vontade”. “Têm 1007 euros para pagar mensalmente a um lar residencial para nos ter e só têm 93,15 euros para nos mantermos em casa? São muitos lobies, muitos interesses. Não é uma questão financeira, é uma questão de bom senso”, acusa o ativista.

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