PEDRO DYONYSYO com novo tema “Summer Kiss”
“Este tema significa o ponto de partida de um caminho que pretendo percorrer até ao fim dos meus dias”…
Há 8 anos atrás, Pedro Dyonysyo lançava on line, de forma muito original o álbum “Cópia Legal”. Um projeto de originais divulgado à meia noite do dia 1 de cada mês ao ritmo de 1 tema por mês. “12 músicas; 12 meses; 12 downloads” foi o mote para esta aventura que a muitos surpreendeu, pela originalidade e pela qualidade, apesar de ser conhecida desde sempre a paixão do Pedro pela música.
8 anos passaram e a aventura tomou um rumo diferente. Pedro Dyonysyo acabaria por se dedicar de alma e coração ao Projeto Dyonysyo Undercovers com o qual foi dando novas vidas a canções que todos nós conhecemos e que apresentou ao vivo, a solo ou com banda, mas sempre com muito sucesso em muitos bares, discotecas e eventos da região.
A 1 de Setembro de 2016 pelas 21h00 chega altura de comunicar ao mundo que está de volta aos originais e o on line, foi a via escolhida uma vez mais, para apresentar o vídeo da nova música “Summer Kiss”, de sua autoria com a colaboração na letra do músico e Amigo Gonçalo Serras.
À mesma hora, precisamente às 21h00, Luis Delgado fazia tocar e apresentava na Antena Livre este novíssimo “Summer Kiss”, que deixa antever que muitas novidades (originais) estão para chegar. Pedro Dyonysyo está de volta aos originais e, o que mais quer fazer na vida, é a sua música, como nos contou numa conversa à mesa do restaurante na “Praia Fluvial Olhos D’Água” em Alcanena, onde passámos o dia 31 de Agosto com o músico do Entroncamento (a sua cidade) e onde tem o seu estúdio onde vimos em primeira mão o novíssimo “Summer Kiss" algumas horas antes da esteia oficial...Conheça a conversa:
Pedro, 8 anos depois estás de volta a algo que sabemos te faz muito feliz…os teus originais…como é que nasce este “Summer Kiss”?
Neste meu regresso aos originais pretendia começar pela base, pelo motivo da alegria de voltar a compor. Comecei por isso… por compor para a minha musa (risos), a minha Margarida com quem me casei há cerca de 1 ano. A ela devo muita da minha força e felicidade no meu dia a dia dos últimos anos.
E apenas oito anos depois porquê?
O mundo da música original é outro…muito diferente daquele circuito dos bares que ainda hoje faço. Dar a conhecer músicas novas do zero, sem o trampolim das rádios é uma tarefa árdua e muitas vezes ingrata. Porém, existem coisas na vida que nos atraem e eu sempre senti essa atração pela criação, seja na música, seja no áudio visual, uma outra grande paixão minha. Nestes anos que passaram, apesar de não lançar nenhum original, tentei sempre que possível investir do conhecimento e aquisição de novos equipamentos que me possibilitassem ser “auto-suficiente” na produção musical e áudio visual. Há uns meses para cá comecei a sentir que estava na altura de arrancar novamente com os originais, tendo porém em conta que a disponibilidade de tempo é sempre um fator a ter em conta na equação do processo criativo. Sou professor de Educação Física, tenho família e por isso há que saber conjugar os momentos mais favoráveis para compor e produzir originais, algo que não dá dinheiro, mas que me dá uma prazer tremendo. Queria ainda acrescentar que neste regresso defini uma única regra que pretendo seguir – não ter regra! Ou seja, vou fazer apenas aquilo que gosto e sinto, sem me preocupar com o que a indústria da música exige para consumir, independentemente das consequências que daí possam advir. Este projeto é para ser vivido e convivido com outros amigos músicos que irei convidando para me ajudarem a gravar as canções. Por conseguinte, neste primeiro tema, optei pela língua inglesa, pois era assim que sentia a onda da canção, mas no próximo já poderei optar pela língua portuguesa, dependendo do “felling” pretendido.
Este “Summer Kiss” significa portanto o recomeçar de uma carreira que estava interrompida? O continuar de um sonho?
Significa o ponto de partida de um caminho que pretendo percorrer até ao fim dos meus dias. Sinto que é aqui que sou um pouco mais eu, e que posso dar mais um pouco de mim. Com a vantagem de agora saber lidar e controlar melhor as expetativas, algo que no passado se tornava um obstáculo desmotivador. Agora as coisas vão ser feitas de uma forma muito mais descontraída, sem metas ou objetivos a atingir. Aliás se existir um objetivo, é a realização pessoal e ficar sempre satisfeito com trabalho apresentado, seja ou não do agrado do grande público.
Já disseste que este “Summer Kiss” chega em inglês, mas que os próximos até poderão ser em português…portanto…foi mesmo um acaso, o fato de ser em inglês! Inglês...Português ou outra lingua qualquer...é indiferente certo?
Sim, como disse atrás, não pretendo seguir regras do mercado. Sei que já há uns tempos para cá que é muito mais favorável a escrita em português, mas a escolha do idioma linguístico é para mim mais um recurso estético que pode ser aplicado na composição. Nesta canção, achei que ficava bem “pinta-la” com estas “cores” mas na próxima, já poderá ser tudo diferente. É desta liberdade de escolha que pretendo disfrutar neste projeto de originais. Atenção que gosto muito de música nacional como Ornatos Violeta, Jorge Palma, Clã, The Gift, Pedro Abrunhosa, entre outros.
As letras? Como surgem?
A temática das letras aparece-me quase que automaticamente quando estou a compor. Tenho o hábito de não cantar as melodias com “la la la” quando estou a compor. Ao utilizar palavras soltas e aleatórias nesse processo inicial de composição, faz com que a maior parte das vezes, quase que de forma inconsciente sejam mencionados alguns “chavões” que vão marcar a identidade do tema. Esse é o ponto inicial, é o momento em que sei que aquela música está destinada a abordar um determinado tema. Então a partir daí começo a construir a letra baseado na métrica da melodia e na temática que defini. Desta vez, também foi assim que começou, já tinha umas ideias soltas e decidi pedir ao meu Amigo Gonçalo Serras para me escrever a letra. Sempre fui fã dos trabalhos dele como “Fritz Khan”, “Oliver Pain” e “Robert Meaning”, tendo por isso sido uma honra para mim poder contar com o contributo dele neste meu primeiro single.
E lá atrás há 8 anos, ficou o “Cópia Legal”. A tua grande estreia nos originais…Como é que hoje olhas para essa experiência?
Olho com muito carinho sempre…Penso que foi um marco importante na minha vida enquanto músico o qual valorizo e gosto de recordar. Serviu para me aperceber de alguns pontos que foquei anteriormente relativamente à indústria da música, para finalmente dar a conhecer algumas canções que tinha na prateleira já há muitos anos e que teimavam em não sair e para me dar a conhecer ao público não apenas como músico de covers mas também como alguém que é capaz de criar.
Depois veio, pelo menos de uma forma mais regular, a descoberta dos covers e das versões, com que tens percorrido toda a região (e não só)….Não há quem não te conheça, por tocares “tanto” nos bares e estabelecimentos da região, além dos muitos casamentos que tens feito pelo país….Dar outras vidas a velhinhas músicas é um desafio de que gostas muito não é?
Sim, sem dúvida…Os covers fizeram parte da minha vida desde cedo, como acontece com a maioria dos músicos em determinada fase da sua aprendizagem. As versões surgiram mais recentemente, pois acho de fato o desafio muito mais interessante…
Lembro-me até de uma versão que fizeste, cujo vídeo teve impacto internacional….
Não fiz muitas versões até hoje, mas sim…é verdade…irei sempre recordar aquela versão feita do tema “Fisherman Blues” dos Waterboys que nos valeu (a mim e ao Ricardo Esteves) a singela homenagem da publicação dos mesmos nas suas paginas de facebook e twitter. Uma das experiências mais recentes na área das versões foi o convite que a Antena Livre e o Jornal de Abrantes me lançaram…a mim, ao Denis Filipe, ao Gonçalo Serras e ao Walter Alexandre. A proposta era fazermos um acústico a 4 vozes recriando alguns temas do David Bowie para fechar a Gala deste ano. Foi muito bom…e as pessoas gostaram muito…
Voltamos aos originais….Achas fácil fazer música em Portugal?
Fazê-la sim, divulgá-la não! É difícil um músico chegar com os seus originais ao grande público, pois existem vários fatores na equação que não dependem só e apenas da qualidade que apresentas. Penso que não vale a pena falar muito sobre isso pois as pessoas, melhor ou pior sabem ao que me refiro. Mas felizmente hoje em dia temos uma ajuda chamada internet onde tudo é possível acontecer. Esse mundo ao alcance do clique é sempre uma incerteza agradável no nosso dia a dia criativo, pois nunca sabemos o que pode acontecer. E para quem não percebe o porquê dos artistas passarem horas a fio fechados na sua sala de ensaios e estúdios aparentemente em troca de um trabalho inglório para “meia dúzia” de ouvintes, essa incerteza e esperança do que pode acontecer é a grande força motivadora que dá ânimo e alento para subir mais um degrau.
Continuamos a ver na televisão, muitos programas de novos talentos, onde muitos jovens dão tudo de si em busca do sonho de serem conhecidos e terem uma montra maior para mostrar o seu trabalho….Como é que tu olhas para estes programas?
Penso que podem ser um trampolim rápido para o sucesso imediato sem ter que andar a fazer o longo caminho de anos a fio a divulgar as músicas em troco de quase nada, monetariamente falando. Porém, acho também que se os concorrentes vencedores não tiverem no imediato boas músicas originais para lançar, perdem aquela pequena “janela” para um eventual sucesso e até uma consolidação de carreira no panorama nacional. Ao longo dos anos, salvo raras exceções, foi o que mais se observou. Temos uma exceção aqui bem perto, o meu amigo Denis, tinha boas músicas originais, lançou na minha opinião um bom álbum, mas era rock...
E tu? O que trouxeste da tua passagem pela voz de Portugal?
A experiência de viver por dentro um concurso deste género, conhecer algumas pessoas e perceber também algumas coisas neste tipo de concursos, as quais guardo para mim.
Ok Ficamos por aqui então (risos)…E o Pedro Dionísio além de músico quem é?
Sou professor de Educação Física, pai e marido, gosto de fazer fotografia e vídeo, praticar desporto, conviver com um núcleo de amigos próximos, ir ver alguns jogos de futebol de vez em quando, adoro cinema e começo a gostar cada vez mais do conceito de viajar. Acho que sou uma pessoa pacata, muito amigo do meu verdadeiro amigo e gosto de estar no meu cantinho a “magicar coisas”(risos).
Quando eras criança, ser professor de Educação Física era o que querias ser quando fosses grande?
Tal como na música desde muito cedo fui apaixonado pelo desporto...mas nunca pensei muito no que queria ser quando fosse grande! Quando cheguei ao 12º ano tive que tomar uma decisão importante. Tomei-a de forma racional a pensar no futuro. E se voltasse atrás teria tomado a mesma decisão. É difícil em Portugal viver da música, pelo que sendo o desporto uma área que sempre me agradou, a balança pendeu para este lado, garantindo-me o que costumo chamar de “suporte básico de vida”.
E agora…depois do Summer Kiss, como vai ser? Para quando o próximo?
Não consigo definir uma data concreta, mas posso dizer que já ando na fase de escolha entre os esboços que tenho gravados no telemóvel. Depois da escolha, recomeça todo o processo: compor e estruturar o tema, escrever letra, gravar instrumentos e voz, idealizar e filmar vídeo clip, publicar e divulgar. É este o ciclo que se repete em cada música, por vezes pode estender-se por meses, dependendo do grau de inspiração, estado de espírito, tempo disponível, etc... Mas “espero que não esperem” muito tempo! (risos)
Pedro Dyonysyo à conversa com Paulo Delgado
Conheça mais de perto o trabalho de Pedro Dyonysyo e o novo vídeo em:
www.facebook.com/Projecto.Dyonysyo
Muito em breve, Pedro Dyonysyo estará à conversa na Antena Livre como convidado do programa "Disto & Daquilo" com Luis Marques Barbosa. O "Disto & Daquilo" está no ar todas as terças feiras entre as 22h e as 24h. Oportunamente será divulgada a data da emissão.