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Fátima: Conferência Episcopal diz que não pode haver bloqueios ao fluxo de refugiados

9/03/2016 às 00:00

O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) defendeu ontem que não pode haver bloqueios ao fluxo de refugiados, congratulando-se com "alguma aceleração" que diz existir no processo de acolhimento.

Confrontado pelos jornalistas, em Fátima, no final da reunião do conselho permanente da CEP, sobre o acordo entre a União Europeia e a Turquia para gestão da questão dos refugiados, o padre Manuel Barbosa disse desconhecer a questão em concreto, mas defendeu que não pode haver bloqueios ao fluxo de refugiados.

"A dignidade da pessoa (...) não admite qualquer bloqueio nem qualquer muro, seja farpado seja de cimento, seja o que for. Os governos terão a suas razões, mas diante de uma vida humana, não pode haver qualquer forma de bloqueio", afirmou.

Frisou que os bispos portugueses analisaram, na reunião do conselho permanente, a "situação dramática que os refugiados vivem neste período de inverno" e também a resposta "muito lenta" que está a ser dada pelos governos da Europa.

Manuel Barbosa assinalou que, no entanto, está a ser feito um esforço para acelerar o processo de acolhimento: "Temos notícias de que há uma aceleração e um convite a que nesse acolhimento haja prontidão", sustentou.

Lembrou que a Igreja Católica está integrada na Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) através das Cáritas Diocesanas, garantindo que está em curso um reforço no acolhimento e na prontidão daquelas instituições perante a vaga de refugiados.

"Esta aceleração não depende só de nós, é um apoio que tem de acontecer aqui, tem de ser acelerado, mas também no local de origem", defendeu o porta-voz da CEP, alegando que algumas instituições da Igreja estão preparadas para apoiar nomeadamente famílias, enquanto outras estão mais preparadas para o apoio a pessoas que chegam sozinhas.

"Sabemos que há crianças que vêm sozinhas, são orfãos, não tem pais e esse cuidado está a ser tido no acolhimento", disse.

"Tem de haver aceleração, é impensável continuar a ver toda esta gente que passa mal, passa fome e morre, passa por tudo aquilo que é condenável para a dignidade humana", argumentou.

Embora alegando que, na questão dos refugiados, “não se pode fazer exceção de pessoas" e que "cada pessoa vale e vem quem vem", Manuel Barbosa assinalou a "atenção particular" que a Igreja Católica tem de ter no acolhimento e nas famílias "para com aqueles que porventura são cristãos".

"O que é normal, como outras religiões também o farão", sublinhou.

Igreja católica reafirma oposição à legalização da eutanásia

O conselho permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que ontem se reuniu em Fátima, reafirmou a oposição da Igreja católica à legalização da eutanásia, alegando que a única alternativa é cuidar da vida.

"A alternativa, a única que há, é cuidar da vida e de todas as vidas. Não há outras alternativas no sentido humano e cristão", disse aos jornalistas o padre Manuel Barbosa, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa.

Adiantou que o conselho permanente da CEP debateu a questão e reiterou a defesa da vida, "no seu todo, não aceitando a legalização da eutanásia".

"A única alternativa é naturalmente o amor, a proximidade e o cuidado que é preciso ter, concretamente os cuidados paliativos para todos, sem exceção. Não há outras alternativas, a meio prazo ou a meio termo", adiantou Manuel Barbosa.

Disse ainda que os bispos portugueses têm em preparação dois documentos, que serão divulgados nos próximos dias, sobre a questão da eutanásia: uma nota pastoral e um conjunto de perguntas e respostas "num sentido muito pedagógico e fundamentado", disse o porta-voz da CEP.

"Estes documentos são mais uma achega, na perspetiva da doutrina da Igreja, sobre esta temática tão importante para as nossas vidas", frisou.

No encontro com os jornalistas, o porta-voz da CEP avisou ainda que "mal seria" que possa existir um aproveitamento político na questão da eutanásia

"Se for assim é grave porque são valores essenciais de vida e não pode haver aproveitamento político nesse sentido. Se o há acho que devemos, não digo condenar, mas dizer que não está bem que assim seja. São assuntos tão importantes, essenciais de vida, que não devem ser utilizados por meras questões pontuais ou de estratégia política", argumentou.

 

LUSA

 

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