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Gal Costa apresenta em Portugal "esperançoso" disco «A Pele do Futuro»

17/01/2019 às 00:00

A cantora Gal Costa apresenta este mês, em dois espetáculos em Portugal, o seu novo álbum, “A Pele do Futuro”, que definiu como “esperançoso” e que “fala do amor, sob toda as formas”.

A cantora regressa a Portugal para atuar no dia 23 na Casa da Música, no Porto, e no dia 25 no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, depois de em março do ano passado se ter apresentado com Gilberto Gil e Nando Reis, no âmbito do projeto Trinca de Ases, criado em homenagem ao advogado Ulysses Guimarães (1916-1992), opositor à ditadura militar no Brasil.

“Regressar a Portugal para mim é sempre muito bom”, disse a cantora que elogiou o “público acolhedor” e a “boa gastronomia”, mas realçou que o que torna “especial” estas duas atuações é “trazer um disco alegre”.

“Este disco fala do amor sob todas as formas, de todas as maneiras, e é um disco alegre. Eu acho que vivemos hoje tempos tristes e violentos no mundo inteiro, parece que estamos no final dos tempos, e eu quis fazer um disco que trouxesse uma luz e trouxesse uma mensagem de esperança”, disse a cantora à agência Lusa.

A cantora apresenta em Portugal “A Pele do Futuro”, um espetáculo sob a direção de Marcus Preto, no qual decidiu “pegar em todos os grandes sucessos” da sua carreira, mas “no ambiente [musical] do disco”, a que se referiu como "dance-music, leve mas com uma mensagem".

"A Pele do Futuro", editado em setembro passado, é o primeiro álbum de originais da cantora desde 2015. O disco conta com a participação de compositores e autores como Djavan, Nando Reis, Adriana Calcanhotto, Guilherme Arantes, Jorge Mautner, Erasmo Carlos, Emicida, Marília Mendonça e Gilberto Gil, que compôs especialmente para a voz de Gal a canção "Viagem Passageira".

O título do álbum, que é “contra os tempos obscuros que estamos vivendo, de guerra, em que se barram pessoas nas fronteiras”, foi retirado de um verso de uma balada composta por Gilberto Gil.

“É um álbum para cima”, visando “contrariar os tempos obscuros e de guerra que estamos vivendo, com pessoas fugindo da guerra que tentam entrar noutros países e são barradas; há sinais que parece que o mundo vai acabar, não digo que vai acabar, mas se continuar assim vai acabar mesmo”.

Questionada pela Lusa sobre a presidência de Jair Bolsonaro, iniciada este ano, Gal Costa afirmou que “está começando agora, e é esperar para ver”, clarificando que não votou no atual presidente, tendo escolhido Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista, na primeira volta das presidenciais, e Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, na segunda volta.

Gal Costa celebrou 50 anos de carreira em 2017 e na ocasião, em declarações à Lusa, afirmou que se considerava “uma cantora muito emblemática” antes de explicar: “Comecei influenciada pela Bossa Nova, mas eu ouvi toda a geração anterior a mim, pois cantei ainda antes de falar”, referindo em seguida o movimento “Tropicalismo” com o qual se comprometeu.

“A minha carreira tem uma riqueza de detalhes e uma riqueza musical”, realçou.

“Meu Bem, Meu Mal”, “Modinha para Gabriela”, “Baby”, “Meu nome é Gal”, “Tigresa”, são algumas das suas canções que fizeram êxito dentro e fora do Brasil.

Gal Costa, 73 anos, de seu nome de registo Maria da Graça Costa Penna Burgos, natural de Salvador da Bahia, estreou-se em agosto de 1964, no espetáculo “Nós, por exemplo”, ao lado de Maria Bethânia, Caetano Veloso e Gilberto Gil.

Participou no I Festival Internacional da Canção, em 1966, no Rio de Janeiro, e, no ano seguinte, editou o seu primeiro álbum, “Domingo”, iniciando um percurso discográfico que conta 30 álbuns de estúdio e nove gravados ao vivo, alguns destes com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia.

Em janeiro de 2016 a edição brasileira da revista Rolling Stone apontou-a como “uma das maiores vozes do Brasil” e destacou o facto de Gal Costa continuar a renovar o seu público.

A revista Veja, de fevereiro desse ano, fazendo um balanço do cinquentenário artístico da cantora, referiu-se a Gal Costa como “musa eterna do Tropicalismo”, que “não parou no tempo” e se “continua reinventando”.

 

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