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Incêndios: Mação e Vila de Rei voltam a viver o inferno das chamas

21/07/2019 às 00:00

São mais de 600 bombeiros, apoiados por 189 viaturas que estão no terreno a proteger aldeias e bens que estão em perigo devido ao incêndio que deflagrou às 14:50 na freguesia de Fundada, concelho de Vila de Rei, E entrou "com bastante violência" no concelho de Mação cerca das 20:00 deste sábado.

Fogo “a caminhar sozinho” é a informação que temos do concelho de Mação.

São três frentes ativas, a arder com muita intensidade numa enorme extensão e o vento está a dificultar os trabalhos no terreno.

Minutos antes da meia-noite, conseguimos chegar à fala com o vereador Duarte Marques, da Câmara de Mação, que se encontrava na aldeia de Martinzes, na freguesia de Amêndoa e estava “toda cercada pelo fogo”.

“Existem alguns voluntários aqui a tentar salvar as pessoas e as casas que, julgo, não estarão em perigo. Vai arder tudo até junto às casas e a limpeza que foi feita pelos proprietários irá garantir a segurança das pessoas e das casas. Mas vai arder tudo, estamos cercados”, disse Vasco Marques.

Questionado quanto aos meios existentes no local, o vereador afirmou que “aqui não há meios. Há apenas um kit [de primeira intervenção] e voluntários. Está a Proteção Civil da Câmara, aqui representada por mim e outro técnico. Bombeiros, aqui não está nenhum”.

Na altura, a população foi informada de que estava cercada e para “nos mantermos aqui dentro e fazer o nosso melhor”, avançou Vasco Marques.

Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal, também fez um ponto de situação e falou de uma “situação complicada” com “várias aldeias com o fogo por perto, situações de difícil gestão e poucos meios”.

No terreno, “bombeiros e populares” estão no combate às chamas e “a tentar que as coisas corram da melhor maneira possível. Vamos ver o que é que se pode vir a fazer nas próximas horas”.

As situações mais preocupantes vivem-se na freguesia de Cardigos e na freguesia de Amêndoa onde “temos problemas na aldeia de Azinhal, Pêro Gonçalves, Juntos, Martinzes, Gargantada, Cabo... são localidades que inspiram cuidados e onde as pessoas estão, de alguma forma, desprotegidas”.

O autarca confirmou que, até ao momento, não houve evacuações, “as pessoas têm estado a ser mantidas nos locais, em zonas seguras”.

Relativamente aos meios, esperava-se um reforço pois “as informações que temos são essas mas há algum tempo que ouvimos dizer isso. Enfim, não está muito fácil a coordenação deste incêndio, uma vez que estamos a depender de um posto de comando que existe em Vila de Rei e, neste momento, sentimos que nem tudo está a correr da melhor forma”, afirmou Vasco Estrela.

Em Vila de Rei a situação continua muito complicada devido à “grande dispersão de meios no terreno” e à “grande extensão do incêndio”, o que faz com que haja aldeias que não tenham a presença de qualquer bombeiro.

Esta informação foi-nos confirmada pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, Paulo César, que falou de situações complicadas em S. João do Peso e na aldeia de Sesmarias.

“Não conseguimos controlar a progressão do fogo, conseguimos apenas amenizar as situações nas aldeias, nos aglomerados populacionais, salvaguardar pessoas e bens e é só o que temos conseguido fazer”.

Durante a tarde deste sábado, “tivemos grandes dificuldades no Vale da Urra, na aldeia de Salavisa, sentimos muitas dificuldades em S. João do Peso e agora o pior é na aldeia de Sesmarias, com a situação do Lar para acautelar mas tomámos todas as medidas no sentido de salvaguardar o bem-estar de todos os utentes e funcionários”.

Mais tarde, o vice-presidente confirmava que a situação já estava mais calma em S. João do Peso, continuava complicada em Sesmarias “e temos outra frente ativa em Salavisa”.

Esta noite, o concelho de Vila de Rei tinha ainda duas frentes ativas e esperava o reforço de meios. Segundo o site da Proteção Civil, no terreno estavam, às 1:30 horas, 635 bombeiros, apoiados por 194 viaturas.

Em conferência de imprensa, o comandante distrital de Castelo Branco, Belo Costa, afirmava que era pretensão da Proteção Civil, ter os incêndios de Mação, Vila de Rei e Sertã dominados pela manhã deste domingo, embora considerasse ser um “objetivos ambicioso”, mas que, durante a noite, iriam contar com uma acalmia do vento e uma subida da humidade relativa.

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