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Mação: Primeiro-ministro defende ordenamento florestal para minimizar risco de incêndio

21/03/2016 às 00:00

O primeiro-ministro António Costa sublinhou hoje em Mação, Santarém, a importância do ordenamento florestal para minimizar riscos de incêndio, considerando que é necessário apostar numa floresta "mais robusta" e "mais resiliente ao fogo".

António Costa afirmou que se a reflorestação "for meramente confiada à natureza e não for objeto do devido ordenamento florestal", vão-se voltar a observar tragédias iguais "à de 2003", em que foram consumidos 22.000 hectares pelas chamas, no concelho de Mação, distrito de Santarém.

"Hoje, temos um sistema de prevenção mais robusto. Hoje, temos um sistema de combate mais robusto. Mas aquilo que temos de ter, sobretudo, é uma floresta mais robusta, mais resiliente ao fogo e por isso mais suscetível de criar riqueza", defendeu o primeiro-ministro, que falava na sessão comemorativa do Dia Internacional das Florestas, na Zona de Demonstração de Boas Práticas Florestais da Caldeirinha, em Mação.

Portugal é um país "onde 90% da floresta é privada" e caracterizada por uma estrutura "de micro-minifúndio", referiu, apontando para um "pequeno perímetro florestal" em Mação onde há "mais de 1.500 propriedades e mais de 500 proprietários".

Face às características da floresta portuguesa, o primeiro-ministro disse ser necessário dotar as autarquias "dos instrumentos legais e eficazes para poderem intervir", apoiando os proprietários produtivos e fazendo-se substituir "aos não produtivos", de forma a que se possa ter "uma floresta mais protegida, que gere maior rendimento para todos e sobretudo que o país não subaproveite uma enorme riqueza nacional".

Para António Costa, ter uma floresta mais ordenada significa ter menos árvores, mas significa também ter "árvores com menor risco de serem destruídas pelo incêndio e, portanto, suscetíveis de gerarem riqueza para os seus proprietários e para a economia nacional".

O governante salientou que o investimento feito no passado no combate aos incêndios foi uma forma de se ganhar tempo para fazer "aquilo que é mais importante", que, no seu entender, é "o trabalho de intervenção estrutural" na floresta portuguesa.

Para tal, será necessário criar uma floresta "mais diversificada nas suas espécies", combinando árvores de rápido crescimento e de maior risco de incêndio e árvores de crescimento mais lento e mais resistentes ao fogo, ao mesmo tempo que se abrem e se criam caminhos dentro da floresta "e espaço para que as árvores possam desenvolver-se".

Antes de discursar, o primeiro-ministro visitou o Alto da Caldeirinha, uma área intervencionada em povoamentos de regeneração natural de pinheiro bravo, em que é aplicada uma lógica de agregação de todas as pequenas parcelas de terreno.

"O trabalho que aqui tem vindo a ser feito por este município é exemplar e serve de exemplo de boas práticas para todos os outros municípios", realçou.

Também em Mação, estiveram os ministros da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa e da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

Dos três ministros que iriam intervir durante a sessão, apenas o ministro da Agricultura discursou, face à forte chuva que se fez sentir.

Lusa

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