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"Os nossos cidadãos aguardam sempre por este momento como um momento alto de convívio, camaradagem e de partilha"

13/06/2018 às 00:00

Hoje iniciam as Festas da Cidade 2018, Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, afirma que as expetativas são altas tendo em conta a diversidade do cartaz e o balanço positivo do ano anterior. O orçamento mantém-se na ordem dos 100 mil euros e, embora seja difícil calcular o número de pessoas, admite que participem nas festas cerca de 4.000 pessoas, à semelhança do ano passado.

Atualmente no seu terceiro e último mandato, sente que o reconhecimento do trabalho da sua equipa por parte da comunidade abrantina, acrescentando ainda que ainda não fez tudo o que queria: "Vamos continuar a trabalhar empenhadamente, sobretudo para capitalizarmos todos os investimentos públicos e privados que sejam possíveis de trazer para o nosso município, no sentido de potencializar a qualidade de vida dos nossos cidadãos."

Numa entrevista em que anuncia que o concurso público para as novas instalações da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) vai abrir ainda este mês para que as obras comecem em janeiro do próximo ano, a autarca enuncia uma série de medidas para prevenir incêndios e insiste na intenção do município de adquirir o Cine-Teatro São Pedro.

Quando Maria do Céu Albuquerque terminar o seu mandato, tenciona abraçar projetos dentro da comunidade e outros mais pessoais, mas não pensa muito sobre isso.

Quais são as expetativas da Câmara em relação às festas da cidade para este ano?

Quem organiza as festas de celebração da cidade tem a expetativa de criar um bom momento para a comunidade residente, com um cartaz e um conjunto de atividades que permita aos nossos cidadãos poderem usufruir deste tempo de forma, inclusivamente, a poderem ter também um sentimento de pertença ainda maior a esta sua cidade. Por outro lado, é claro que queremos atrair outros públicos, dos concelhos circundantes, da nossa região do Médio Tejo, desde o Pinhal Interior Sul, mas também o Norte Alentejano. Por isso tentamos diversificar o cartaz, tentamos diversificar as atividades propostas e tentamos também que as datas não sejam coincidentes com outras festas nos arredores. É nessa expetativa que nos propomos a organizar as festas, tentando ter um cartaz com atividades diversificadas.

O que é que se pode esperar de diferente em relação aos anos anteriores?

Este modelo de festas está consolidado e nós queremos melhorar alguns pontos que entendemos fundamentais. Nomeadamente, a acessibilidade. Este ano é particularmente difícil porque temos várias obras a acontecerem no centro histórico, que vão inclusivamente impedir o estacionamento em larga medida. O nosso objetivo é criar bolsas de estacionamento exteriores ao centro histórico, como no Rossio, em Alferrarede, nos parques de estacionamento do Intermarché, do Continente, do Pingo Doce e também na Cidade Desportiva, tendo aí autocarros que permitam que as pessoas deixem as suas viaturas nesses espaços e venham para cima para as festas em transporte público e voltem de novo para os seus carros em transporte público. Por outro lado, iremos manter o concerto dentro das muralhas do castelo, registo que inaugurámos com o centenário, há dois anos. Esta praça onde nos encontramos (Raimundo Soares), será um espaço dedicado à família, um espaço para as crianças, alicerçado muito na arte e na cultura.

Temos ainda uma parceria com a Fundação Serralves, que vai estar presente com uma exposição inédita, com obras impressas que vão ser colocadas em janelas, em portas, em montras do nosso centro histórico. É uma forma diferente de divulgar a arte, a cultura e os nossos artistas plásticos. Outro projeto que a Câmara tem vindo a desenvolver no âmbito das cidades inteligentes, será uma exposição interativa, sobre os instrumentos de gestão municipal e de ligação entre o cidadão, a Câmara e outras instituições, localizada no rés-do-chão do Edifício Milho, onde funciona uma parte da Escola Superior de Tecnologia.

Mantemos um calendário de atividades desportivas um pouco por toda a cidade, como o concurso de hipismo (no Rossio ao Sul do Tejo), que irá decorrer no fim-de-semana anterior às festas, que consideramos de especial importância para a nossa comunidade e a nível nacional também.

As festas têm um cartaz diversificado e penso que o programa das festas vai ao encontro daquilo que é a expetativa dos nossos cidadãos que aguardam sempre por este momento como um momento alto de convívio, camaradagem e de partilha, aqui no nosso centro histórico.

Este é o cartaz desejado ou é o cartaz possível?

É um misto. É evidente que nunca conseguimos pôr a fasquia tão alta que nos permita dizer «é este». Fazemos sempre um compromisso entre o que é o orçamento disponível e aquilo que se vai proporcionar à nossa comunidade. Estamos convictos de que o equilíbrio que fizemos é claramente ganhador e que vai com certeza satisfazer os nossos cidadãos.

Qual é o orçamento para as festas?

Não altera muito em relação aos anos anteriores. Anda à volta dos cem mil euros, mais coisa menos coisa, para podermos, no fundo, balizar a nossa intervenção, até porque a nossa atividade cultural e desportiva não se resume, felizmente, ao que é a oferta durante estes dias de festas.

Quantas pessoas se espera que venham à cidade atraídas pelas festas da cidade?

Essa é uma pergunta curiosa. Nós não temos essa perceção porque não fazemos as festas num recinto fechado onde seja necessário comprar bilhete para entrar. Assim seria mais fácil controlar. Mas esperamos que venham milhares de pessoas, aliás, nós podemos ter uma ordem de grandeza porque no ano passado estiveram a assistir ao concerto no castelo, no dia da cidade, mais de quatro mil cidadãos. É sempre nessa expetativa que queremos continuar a estimular a participação e a presença da nossa comunidade, repito, mesmo que alargada e ainda bem que assim é, a outras regiões que não só a nossa.

O que se tem visto em anos anteriores é que os largos de Abrantes são pequenos demais para a quantidade de pessoas que vêm às festas. Vai haver alguma forma de contornar esta situação?

Em relação à divulgação e à participação, penso que estas não são festas que permitam fazer grandes concertos, mas sim para trazer as pessoas para animarem o centro histórico, para comprarem no centro histórico, para conhecerem a oferta que lá existe e para lhe darem mais vida. Neste momento é este o nosso grande objetivo: trazer as festas para aqui. E aquilo que fazemos é diversificar as atividades pelas várias praças e em algumas circunstâncias colocar ecrãs que permitam que as pessoas possam acompanhar mesmo sem estarem fisicamente junto do palco.

Qual é o balanço que faz das festas de 2017?

Muito boas. O feedback que temos é claramente positivo. Há sempre aqueles mais céticos em relação a este modelo, há sempre aqueles que preferiam fazer um concerto no estádio de futebol. Mas quando nós auscultamos os comerciantes, os prestadores de serviços e a população geral percebemos que este é o modelo ganhador e, portanto, queremos continuar a investir, melhorando o que houver para melhorar neste modelo.

Há pouco dizia que aqui nesta praça vai haver um espaço dedicado à família. Vai deixar de haver aquele palco que havia o ano passado?

Sim, no fundo deixamos de ter um palco aqui para podermos ter atividades destinadas às famílias, sobretudo às crianças. Mas esse palco não vai ser suprimido, vai sim mudar de sítio, para dentro do castelo, montado para o dia 14 de junho.

Em agosto do ano passado, numa entrevista ao jornal “Expresso”, afirmou que suspeita que os fogos tenham sido de origem criminosa. Passados nove meses depois ainda é da mesma opinião? Se sim, no que se baseia?

Eu acho que não temos dúvidas que se há fenómenos naturais como aqueles que aconteceram na nossa região no ano passado, e que infelizmente levaram à perda de vidas, não temos dúvida de que muitos dos fogos que aconteceram no país são fogos postos. Há um conjunto de circunstâncias, nomeadamente reacendimentos durante a noite, quando supostamente a humidade é mais elevada, não havendo condições para isso acontecer, ou até mesmo cabos de comunicação cortados. Havendo este conjunto de indícios, temos esta suspeita. Não passam de suspeições porque não temos dado mais concretos para poder falar sobre este assunto com as entidades.

Uma vez que no ano passado a região de Abrantes foi bastante afetada pelos incêndios, as situações estão todas resolvidas?

No Verão de 2017, o concelho de Abrantes foi fortemente fustigado pelos incêndios florestais. Arderam cerca de 4600 hectares. Felizmente não se perderam vidas humanas.

Na localidade de Aldeia do Mato foram atingidas duas habitações, uma totalmente e outra parcialmente, nomeadamente ao nível da cobertura. A Cáritas Diocesana predispôs-se de imediato a assumir a reconstrução das duas habitações, enquanto a Câmara se responsabilizou pela elaboração do projeto de arquitetura e especialidades, pela elaboração do procedimento de lançamento de empreitada e pela fiscalização das obras. No caso da habitação parcialmente afetada, as obras já terminaram e já foi devolvida à sua proprietária. A outra habitação também será brevemente entregue à família que a habita.

Têm sido apresentados projetos ao PDR2020, tanto por parte da Câmara Municipal como da iniciativa privada, nomeadamente pela ZIF Aldeia do Mato. Trata-se de projetos de intervenção na estabilização de emergência pós-incêndios para prevenção da erosão – controlo de erosão, tratamento e proteção de encostas (com a instalação de barreiras de resíduos florestais, troncos e outros), diminuição da biodiversidade - instalação de espécies indígenas por sementeira ou plantação, prevenção da contaminação e assoreamento e recuperação de linhas de água (regularização do regime hidrológico das linhas de água), preservação da qualidade da água e recuperação de infraestruturas afetadas (rede viária florestal, pontos de água e faixas de gestão de combustível). As candidaturas estão aprovadas e o concurso público encontra-se em preparação.

Também na área atingida pelos incêndios de 2017, e com o apoio da Agência Portuguesa do Ambiente, através do Fundo Ambiental, serão realizadas intervenções de regularização de linhas de água.

Que medidas foram tomadas para controlar os incêndios que possam surgir neste verão?

Estão a ser tomadas diversas medidas de para minimizar a gravidade dos incêndios que possam ocorrer durante o próximo Verão.

Para além da campanha de sensibilização, que esteve na rua desde fevereiro, para alertar a população em geral para a necessidade da realização da gestão de combustíveis, será realizada uma série de intervenções nas áreas que são da responsabilidade da Câmara Municipal, nomeadamente a instalação das Faixas de Gestão de Combustível na Rede Viária Municipal nas freguesias de primeira e segunda prioridade, nas freguesias de Martinchel, Fontes, Carvalhal, UF Rossio e S. Miguel do Rio Torto e UF Alvega e Concavada. Prevê-se o início da obra no início de junho.

Importa salientar que é visível por todo o território os trabalhos de gestão de combustíveis realizados pelos proprietários privados.

Em substituição ao ICNF, a Câmara Municipal candidatou-se ao Fundo Florestal Permanente (FFP) para a instalação das Faixas de Interrupção de Combustíveis (FIC) na Rede Primária. Numa primeira fase, nas freguesias de primeira e segunda prioridade (Martinchel, Fontes, Carvalha, UF Rossio e S. Miguel do Rio Torto e UF Alvega e Concavada) e posteriormente nas restantes.  Aguardamos o resultado do concurso público para darmos início aos trabalhos.

Foi ainda apresentada uma candidatura ao PDR2020, à Operação 8.1.3 - Prevenção da Floresta contra Agentes Bióticos e Abióticos – Faixas de Gestão de Combustível, que se encontra em análise.

O Município, em parceria com os parceiros da Proteção Civil Municipal, realizou uma série de ações que promovem a diminuição da gravidade dos incêndios. Nomeadamente, sessões de sensibilização por todas as freguesias, elaboração de Aplicação WebSIG de consulta de Faixas Gestão Combustível do PMDFCI para a população em geral, gestão de combustíveis nos terrenos municipais (Sapadores Florestais e máquinas municipais), reforço de meios na AHBVA, apoio à GNR através do programa “Floresta Protegida 2018 - Prevenir Já” e, ainda, apoio à ação de treino operacional de ferramentas manuais no combate a incêndios florestais (ministrada ao Exército Português através da disponibilização de áreas para a implementação de faixas de contenção).

Cada um de nós, enquanto cidadão, é um agente de proteção civil. Todos devemos tomar a iniciativa de sermos ativos na prevenção no sentido de nos auto protegermos e defendermos a floresta, as nossas aldeias e lugares.

Qual é o ponto de situação em relação à poluição no Tejo?

A Câmara Municipal há muito que acompanha este dossiê que a todos preocupa. É do domínio público que desde 2015 que temos vindo a alertar as autoridades para que se identificassem as causas efetivas da poluição do Tejo. Temo-lo feito institucionalmente, através da Câmara, mas também através da CIMT e através da presença na Comissão de Acompanhamento sobre a Poluição no Rio Tejo. Após os acontecimentos de extrema poluição ocorridos em final do mês de janeiro, em que nos manifestámos firmemente na defesa do Rio, houve um conjunto de medidas imediatas levadas a cabo pelo ministério do ambiente que atenuaram o problema. Em abril, a APA anunciou a restrição das descargas pelas empresas que drenam para o rio Tejo durante o período de estiagem (Verão) seguindo um novo paradigma, que considera a necessidade dos operadores se adaptarem às consequências das alterações climáticas, em particular aos fenómenos de seca e ao seu impacto na qualidade das massas de água. O que todos desejamos é que essas medidas possam contribuir para proteção e defesa deste importante recurso nacional e do ecossistema associado.

Como estão as negociações do cineteatro São Pedro? A Sra. Presidente nunca disse o valor que a Autarquia propôs para a compra do edifício. Pode avançar qual é esse valor?

A Câmara Municipal mantém em aberto o processo negocial com a Sociedade Iniciativas de Abrantes, Lda. Publicamente, nomeadamente nas reuniões de Câmara, temos veiculado toda a informação sobre este processo, incluindo o valor da proposta de compra do imóvel: €267.000,00.

Recebemos uma proposta de projeto de acordo por parte da Sociedade Iniciativas de Abrantes, Lda., em abril último, que incidia sobre a celebração de um novo Contrato de Comodato. Contudo, reassumimos que a proposta da CMA continuará a assentar não na celebração de um novo contrato de comodato, mas num cenário de aquisição do Cine-Teatro São Pedro, através da celebração de contrato de compra e venda, pelo valor a acordar, algo que já oficiámos à Sociedade Iniciativas de Abrantes, Lda.

O Cine-Teatro São Pedro é um equipamento cultural de referência incontornável e um objeto arquitetónico de grande valor, mas a gestão dos dinheiros públicos não poderá ser feita sob qualquer tipo de pressão. O interesse público prevalecerá.

Que dados é que tem sobre a utilização do Parque Tejo? O investimento está a ter retorno?

O Parque Tejo - Centro de Acolhimento e Interpretação do Tejo resultou da ampliação e reordenamento do antigo Parque de Campismo, em Rossio ao Sul do Tejo, conferindo-lhe uma nova vocação de apoio a atividades organizadas em torno do rio Tejo, como o campismo e o caravanismo, os tempos livres, a cultura, o turismo e o lazer, o conhecimento científico e o contacto com a natureza.

Foi criado no âmbito do Aquapolis, projeto de revitalização das margens ribeirinhas, para fomentar o turismo ativo, desportivo e de natureza, potenciando o Caminho do Tejo e outros projetos similares. Funciona ainda como equipamento de apoio a atividades como o desporto de lazer ou aventura: canoagem, BTT e passeiros pedestres.

Tratou-se da valorização de um espaço natural, de forma a torná-lo numa plataforma de apoio a pessoas e atividades de exploração e animação do Tejo, garantindo, no entanto, as suas características de espaço verde - ambientalmente relevante e o papel do rio como eixo estratégico de dinamização económica e elemento identitário da região.

Desde a sua inauguração, em 14 de junho de 2014, e da sua abertura em pleno, em março de 2015, o Parque Tejo mantém uma dinâmica que lhe permite estar acessível todo o ano (exceto 25 de dezembro e 1 de janeiro), procurando-se criar estratégias de parceria (por exemplo, através de protocolos com Centros Ciência Viva e Universidades, entre outras) que potenciam iniciativas de valorização turística, de extensão cultural, de experimentação científica e de consciencialização ambiental.

Prosseguindo o Município de Abrantes a fazer reforço de parcerias que evidenciam um retorno cada vez mais efetivo do investimento, procuramos marcar presenças em marketplaces e feiras de referência nacionais, encontrando-nos a ultimar um protocolo de parceria com a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal.

Outros indicadores estatísticos atestam a progressiva relevância do ParqueTejo e das suas valências desde março de 2015: 5366 utilizadores pernoitaram no ParqueTejo, nas vertentes de campismo e de caravanismo; 5085 visitantes às exposições temporárias e ao Centro de Interpretação do Tejo; 1642 participações em atividades lúdico-pedagógicas; 1476 participações em workshops/ seminários/ conferências.

O que se pretende é que o ParqueTejo continue a contribuir para a promoção e divulgação do rio Tejo em vários domínios, a partir do centro de interpretação e de iniciativas como exposições temáticas, ações de formação, ateliês, debates, cafés ciência, entre outras.

Já há data para a inauguração da Unidade de Saúde de Rossio?

Ainda não, mas será num futuro muito próximo. Prevê-se a conclusão da obra em meados do mês de junho e seguidamente a ARSLVT diligenciará no sentido de equipar a unidade de saúde com mobiliário e recursos humanos, para um serviço de proximidade à comunidade.

Acredita que é com a instalação de empresas como a Tectania que Abrantes pode crescer?

Claramente que sim.

A nossa ação nos últimos mandatos permitiu relançar o posicionamento de Abrantes como um destino atrativo para o investimento empresarial, valorizando em especial a sua localização, acessibilidades e infraestruturas de acolhimento empresarial, a existência de uma forte cultura industrial e tecnológica e a presença de centros especializados de produção e transferência de conhecimento.

Complementarmente, foi ainda criada uma carteira ampla e diversificada de incentivos específicos ao investimento empresarial (programa “Abrantes Invest”) e operacionalizou-se uma rede integrada de serviços ao investidor liderada por uma unidade municipal criada especificamente para esse efeito.

Acreditamos que a captação de investimento empresarial e a consequente criação de emprego é decisiva para fomentar o crescimento e a diversificação da base económica local.

A Tectania, projeto que acompanhámos e continuamos a acompanhar, é o exemplo disso mesmo. Trata-se de uma empresa nova, de base tecnológica e que criará um produto muito focado, à semelhança de outras empresas já instaladas no concelho, na exportação e na criação de riqueza.

A proposta da Tectania é a criação, até 2023, de 251 postos de trabalho, com um investimento de 44 milhões de euros. Torna-se assim fácil perceber a importância deste investimento para o crescimento do concelho de Abrantes e de toda a região.

Qual é a situação da Pousada da Juventude? Está a funcionar? Em que condições?

A Pousada de Juventude de Abrantes é gerida pela Movijovem – Mobilidade Juvenil, Cooperativa de Interesse Público de Responsabilidade Limitada e está em funcionamento. A Câmara Municipal tem garantido todas as respostas de suporte às iniciativas programadas pela Movijovem e apresentadas pelo seu Coordenador da Região Centro, garantindo total apoio nas pequenas intervenções de suporte ao edifício da Pousada de Juventude de Abrantes, face ao estado de degradação do imóvel.

Temos transmitido continuadamente à administração da Movijovem e ao Sr. Secretário de Estado da Juventude e do Desporto o firme desiderato de estabelecimento de uma parceria que sustente uma candidatura a programas comunitários para as operações de reabilitação.

A Câmara Municipal, fruto de reuniões técnicas realizadas com o Diretor Operacional da Rede de Turismo, apoiou na realização do levantamento das necessidades de intervenção corretiva de construção civil e no apuramento de uma estimativa orçamental para reabilitação do edifício.

Em fevereiro de 2017 entregámos ao Sr. Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Dr. João Paulo Rebelo, um memorando sobre a importância de uma intervenção de reabilitação do edifício.

Recentemente, formos informados pela Movijovem para o início de um processo de aquisição de serviços tendente ao “Projeto para a requalificação da cobertura, impermeabilização e pintura das fachadas”, e que a obra ocorrerá durante o ano de 2018.

Mantemos total disponibilidade para uma efetiva mediação com a Administração da Movijovem que garanta a continuidade efetiva de um equipamento de inegável valia para a capacitação e promoção do potencial turístico do nosso território.

Em relação à ESTA, o plano da própria escola ser relocalizada para os edifícios de Alferrarede, no Tecnopólo, continua a ser uma possibilidade? E para quando será essa mudança?

Claramente! É nossa intenção apresentar o projeto e lançar a empreitada até acontecerem as candidaturas ao ensino superior deste ano, até ao final do mês de junho. Portanto, são boas notícias. É um concurso público, todo o procedimento demora no mínimo seis meses. Estamos a apontar o início da obra para janeiro do ano que vem. Há sempre imponderáveis que não conseguimos antever, se for antes, melhor. Vamos estar atentos porque não queremos que este calendário não derrape mais.

O CRIA é uma instituição que atravessa momentos difíceis. Como vê esta situação? A Câmara pode intervir ou mesmo ajudar?

A Câmara Municipal não tem competência sobra a atividade de entidades privadas, como é o caso das Instituições Particulares de Apoio Social. Por enquanto somos parceiro do ponto de vida social através de diversos projetos, nomeadamente o Banco Social, em que uma verba atribuída pela Câmara Municipal é gerida pelo CRIA para fazer face às contingências na vida dos nossos cidadãos que precisem de apoio imediato. Também damos ajuda alimentar através de um protocolo estabelecido entre as Câmaras Municipais de Abrantes, Mação, Sardoal, o CRIA e a Segurança Social de Santarém. Como o CRIA apresenta cursos de formação profissional na área da jardinagem, nós adquirimos estes serviços para fazer face à manutenção de espaços verdes no município.

A Câmara Municipal não pode alocar do seu orçamento verbas para fazer ajudar as IPSS no seu quotidiano porque isso é responsabilidade do Estado. Estamos a acompanhar e a diligenciar no sentido de dar a oportunidade ao CRIA para expor o seu problema à tutela e encontrar forma de ultrapassar as debilidades com que se encontra. Fazemos isto em relação ao CRIA e qualquer outra IPSS que passe pelas mesmas circunstâncias.

Confirma a existência de atos de vandalismo na parte de cima da Rodoviária? O que está previsto para aquele espaço?

Sim, temos registo de alguns episódios de vandalismo no Centro Coordenador de Transportes. Seguramente, o que sucede neste espaço não é diferente do que sucede noutros locais do país, onde uma minoria não respeita o património que é de todos.

Contudo, a Câmara Municipal continua fortemente empenhada em manter e dignificar aquele espaço, reservando um espaço associativo, de modo a que as coletividades possam dispor de um espaço próprio, e criando ainda um acesso no exterior, para o Terminal Rodoviário, potenciando desta forma a funcionalidade e a segurança deste espaço.

Como é que reage quando vê o Hospital de Abrantes nas televisões nacionais, por denúncias de mau funcionamento?

É com alguma mágoa porque o Hospital de Abrantes não é diferente de outros hospitais do país e cabe-nos a nós, enquanto comunidade, valorizar as coisas boas que este Hospital tem e faz e não trazer à praça pública aquilo que não é ou aquilo que não está a ser devidamente prestado. Com isto não quer dizer que escondamos. O que eu acho é que o assunto deve ser tratado de maneira a ajudar e não a denegrir a imagem do Hospital de Abrantes e do Centro Hospitalar do Médio Tejo, porque nós precisamos destas organizações. Prestam-nos serviços e que são essenciais. Este Hospital desempenha um papel determinante porque dá apoio ao Médio Tejo, ao Pinhal Sul, ao Interior Sul e ao Norte Alentejano e, para além disso, dá apoio às entidades militares que estão sediadas na nossa região.

Temos acompanhado o trabalho que está a ser feito pelo Conselho Administrativo do Hospital de Abrantes. Estão a ser criadas condições para, através da Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes, ajudar na organização das respostas necessárias para podermos dar as melhores condições aos que recorrem a estes serviços.

É claro que eu defendo a criação de uma Unidade de Saúde em que haja uma articulação entre os cuidados primários, os cuidados hospitalares e os cuidados continuados. Considero que se melhorarmos os cuidados primários e os cuidados continuados vamos ter uma melhor resposta aos cuidados hospitalares, pois a afluência não será tão expressiva, uma vez que 60% das urgências são por falta de resposta nos cuidados primários.

Algumas estradas, como a que liga a rotunda do quartel até Alferrarede, apresentam sinais de degradação. Que manutenção é que tem sido feita e o que se pretende fazer nas estradas do concelho?

A estrada que refere é a Avenida D. João I. Neste arruamento urbano, o Câmara Municipal tem efetuado a conservação necessária e suficiente, nomeadamente ao nível do pavimento (reparações pontuais), reparação de tampas das câmaras de visita das infraestruturas e sinalização (repintura de sinalização horizontal em 2014 e reposição). Em breve iremos proceder novamente à reparação de tampas das câmaras de visita das infraestruturas na Avenida D. João I e arruamentos confinantes. Prevemos lançar uma empreitada de repavimentação em 2019.

A Câmara Municipal, em conjunto com as Juntas de Freguesia, por via do protocolo existente para a conservação e manutenção da rede viária, tem efetuado, e irá continuar a efetuar ao longo do tempo, a manutenção de diversas estradas e arruamentos do concelho, nomeadamente ao nível de reparações pontuais, pavimentações, repavimentações e de sinalização horizontal e vertical.

Tendo sido reeleita para a presidência de Abrantes, sente que o seu trabalho tem sido cumprido e desejado pela população?

Claramente. Este é o meu terceiro mandato e, portanto, concluo esta minha passagem no exercício da presidência da Câmara Municipal de Abrantes. De mandato a mandato fui reforçando, com a minha equipa, a votação. Não só à Câmara, como também à Assembleia Municipal e no número de freguesias eleitas pelo Partido Socialista. E há claramente aqui um acompanhamento por parte dos cidadãos daquele que é o nosso trabalho e o reconhecimento desse trabalho que temos vindo a fazer. Se fizemos tudo o que queríamos? Ainda não fizemos tudo o que queríamos e por isso, neste mandato, que ainda agora começou, vamos continuar a trabalhar empenhadamente, sobretudo para capitalizarmos todos os investimentos públicos e privados que sejam possíveis de trazer para o nosso município, no sentido de potencializar a qualidade de vida dos nossos cidadãos. Mas também para nos tornarmos cada vez mais competitivos à escala local, regional e nacional.

Como imagina o seu futuro quando terminar o seu percurso como presidente de Câmara de Abrantes?

Não imagino.... Tenho uma profissão, poderei abraçar outros projetos na minha comunidade, ou até mesmo projetos mais pessoais sobre os quais tenho grandes expetativas, como por exemplo, ser avó. Portanto, tenho toda a abertura para aquilo que vai ser o meu futuro.

Rita Reis com Marta Proença e Rafael Silva, alunos de Comunicação Social da ESTA

 

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