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Presidente pede nova travessia que sirva a região. Oposição considera que Abrantes é o local certo

10/01/2019 às 00:00

Com o assunto na ordem do dia, Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes e também da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), deu a conhecer ao executivo camarário, na terça-feira, os investimentos que a CIMT pretende que sejam integrados no Programa Nacional de Investimentos (PNI 2030) do Governo para a próxima década.

Na reunião, a autarca abrantina recordou que no programa da CIMT está incluído uma nova travessia sobre o rio Tejo.

Os autarcas do Médio Tejo referem que, no âmbito das prioridades dos investimentos previstos no PETI 3+ (Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas), aprovados para o período 2014/2020 para a região do Médio Tejo, “foram definidos projetos que ainda não foram realizados”, exemplificando com a abertura da ponte de Constância/Praia do Ribatejo a pesados (por iniciar), o nó do IP1/A1 com o IC9, na zona de Ourém (por iniciar), e a variante dos Riachos (projeto em curso)”.

A CIMT pede a inclusão de outros projetos no PNI 2030 que não se encontram incluídos no PETI 3+, como a conclusão do IC3 (ligação da A23 à A13) na zona de Atalaia até Almeirim, e que gerará nova travessia sobre o Tejo na zona da Chamusca, o aeródromo de Tancos, com a valorização daquela infraestrutura aeronáutica, a estação central do Entroncamento, com a devida requalificação para a segurança e funcionalidade ferroviária, e a variante à EN118, na zona de Abrantes.

Na lista aprovada como prioritária surge também um programa de supressão dos atravessamentos na linha ferroviária da Beira Baixa, o retomar do desenvolvimento da área logística e empresarial na zona de Alcanena, a conclusão do IC9/ Ligação Alto Alentejo, com uma nova ponte na zona de Abrantes, ou um melhor reaproveitamento da estação de Caxarias (concelho de Ourém).

Relativamente à nova travessia sobre o rio Tejo e após ouvir a posição da CIMT, Armindo Silveira, vereador do Bloco de Esquerda, considerou que “o BE já percebeu que da parte da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo não há uma posição. A posição, é não haver uma posição sobre a localização da nova ponte. Deixando isso para o debate nacional, ficando a região à mercê de outras forças que não são locais”.

O vereador disse que lhe preocupava “cada vez mais” a condição da empresa Mitsubishi, sediada na freguesia de Tramagal, onde “poderão começar a ficar em causa alguns investimentos”.

Nova travessia sobre o rio Tejo foi tema da reunião da passada terça-feira

Por sua vez, Maria do Céu Albuquerque explicou que em causa estão duas situações: “uma é a conclusão da ligação da A23 à A13. E a outra é a conclusão do IC9 de ligação ao Alto Alentejo, e, portanto, há, claramente, uma posição clara em relação a esta matéria”.

“A mim, pessoalmente sempre me ouviram dizer, e tem sido essa a minha postura, que o país hoje não tem condições para exigir três novas travessias. O país hoje tem de estudar uma travessia que sirva toda a região com menos custos, sejam eles financeiros e ambientais e, com isso, criar condições para que este investimento possa sair, de uma vez por todas, do papel”, salientou.

“Por aquilo que sabemos, há no Programa Nacional de Investimentos uma proposta concreta do Governo sobre esta matéria. Essa discussão vai acontecer e tenho a esperança que de uma vez por todas possamos ver concretizada uma nova travessia do Tejo que sirva efetivamente toda uma região e, inclusivamente, não sirva exclusivamente Abrantes, Constância ou a Chamusca, mas que sirva toda uma região mais alargada,” fez notar.

Em relação à Mitsubishi, a autarca referiu que “a administração [da empresa] teve recentemente uma reunião com o Governo que tutela o programa sobre esta matéria, e aquilo que sei, é que foram discutidas várias matérias, nomeadamente, o transporte ferroviário e também o transporte rodoviário no sentido de se criar as melhores condições para que os projetos possam continuar”.

“Aquilo que temos vindo a fazer é acompanhar com a tutela, com a Comunidade Intermunicipal, com as nossas empresas e com a população de forma geral, todo este projeto”, aludiu.

“Abrantes tem todos os argumentos para poder defender que a ponte deve ser no seu concelho” - Rui Santos (PSD)

Na reunião de Câmara, Rui Santos, vereador do PSD, também se reportou ao assunto começando por referir que a sua posição iria “ao encontro do que a CIMT também defende”.

Mais avançou que “foi com algum desagrado” que viu “um presidente da Câmara, de um Município aqui bem perto de nós, a tomar uma posição que a ponte teria de ser construída no seu concelho, no mesmo dia em que a CIMT lançou a sua posição”.

Contudo, e para Rui Santos, quando chegar a altura da negociação que irá determinar o local da construção da nova travessia, “Abrantes tem todos os argumentos para poder defender que a ponte deve ser no seu concelho”.

“Não esperem ouvir da minha boca que a ponte deve ser em Abrantes" - Maria do Céu Albuquerque

Maria do Céu Albuquerque voltou a usar da palavra para referir que essa não é sua posição. E explicou: “Não consigo ter uma posição enquanto presidente da CM Abrantes e uma posição diferente como presidente da CIMT e é por isso que fui eleita entre os meus pares. E todos reconhecem isso mesmo”.

“Não esperem ouvir da minha boca que a ponte deve ser em Abrantes. A minha posição é pública, porque enquanto presidente da Câmara de Abrantes, tenho de defender o melhor para o meu concelho, mas também aquilo que for melhor para o país”, salientou a presidente, voltando a mencionar que a região precisa “urgentemente de uma travessia, mas se que se estude efetivamente a melhor localização, com o menor custo possível e com o melhor serviço público possível”.

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