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Rio de Moinhos “prepara o futuro, registando o passado” e lembra as grandes cheias de 1979

11/02/2019 às 00:00

Há precisamente quatro décadas, entre 9 e 13 de fevereiro, Rio de Moinhos, no concelho de Abrantes, vivia momentos de grande desespero. O Tejo tinha galgado as suas margens e as suas águas tinham invadido as ruas da freguesia.

Após 40 anos das maiores cheias do rio Tejo, a Junta de Freguesia quis recordar a força dos antepassados e do seu povo riomoinhense e inaugurou ontem, dia 10 de fevereiro, a exposição "1979 - Grandes Cheias do Tejo".

A mostra, com fotografias e recortes de jornais da época e patente no Centro de Apoio a Idosos até final do mês de fevereiro, não é a única ação que assinala aqueles dias de 1979. Pela aldeia, a Junta de Freguesia instalou oito Painéis de Azulejo que eternizam a memória dos fregueses e de quem visita Rio de Moinhos, com imagens que retratam o que aconteceu.

Este executivo quis marcar e registar o momento que assolou a nossa freguesia há 40 anos. Para além da cheia de 1979, quisemos recordar toda a cultura ribeirinha que existia”, começou por referir à Antena Livre Rui André, presidente da Junta de Freguesia.

Antigamente, os riomoinhenses tinham uma preocupação frequente que passava por “olhar para o rio, que subia e descia constantemente”, numa tentativa de proteger as suas casas e os seus pertences. Era quase um jogo e uma luta que acontecia entre as águas e as pessoas e que marcou a história de Rio de Moinhos durante muitos anos”, realçou.

Quanto aos painéis, que representaram um custo de 1.500 euros e que resultaram de um trabalho conjunto de vários parceiros, Rui André explicou que “são oito painéis de azulejos, pintados à mão, espalhados por Rio de Moinhos, em concreto nos locais onde a água chegou. Pelas fotografias podemos ver Rio de Moinhos à veneziana”, fez notar o autarca.

Só conseguimos preparar o futuro, registando o passado”, vincou Rui André visivelmente feliz, tendo lembrado que com a iniciativa é possível “mostrar aos mais novos as vivências do passado e aos mais velhos os momentos pelos quais passaram”.

Hélder Silvano, responsável pela estação meteoabrantes e um dos parceiros da ação, marcou presença na cerimónia. Como também, Luís Filipe Dias, vereador na Câmara Municipal de Abrantes, que se congratulou com a iniciativa.

“Estamos a recuperar memórias" - Luís Filipe Dias, vereador

Estamos a recuperar memórias que a nossa história nos vai trazendo. E é isto que constrói um povo e todo um sentimento de pertença que em Rio de Moinhos acontece”, disse.

Preservar a memória permite-nos ter cautelas para não cometermos os erros que foram cometidos nas últimas décadas e que têm sido muitos”, fez notar o vereador, referindo-se à cheia e aos sentimentos que ela provocou na altura: “Oxalá, que a tristeza e a desolação nunca mais volte a Rio de Moinhos”.

O rio deve unir as comunidades e não deve separá-las. As cheias foram coisas um pouco tristes e desoladoras, mas mais que não seja, serviram para 40 anos depois unir as pessoas desta terra”, reforçou.

Os painéis de Azuleijo estão colocados numa estrutura de betão, portanto ficarão em permanência na aldeia. Por sua vez, somente a Casa do Povo tem na sua parede um painel que retrata a subida das águas naquela rua.

No final, a chuva não foi impedimento para que os muitos fregueses e representantes das diferentes instituições da freguesia, saíssem à rua e num périplo foram passando por cada painel de azulejo recordando ou descobrindo o que aconteceu há 40 anos em Rio de Moinhos.

A exposição está patente no Centro de Apoio a Idosos até final do mês de fevereiro

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