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Sardoal: Cabeça das Mós envolve-se pelo terceiro ano na realização do tapete de flores

9/03/2016 às 00:00
Maria José Navalho

“Vamos fazer igual ou melhor do que no ano passado”

A realização dos tapetes de flores nas freguesias do concelho aconteceu há dois anos. Para esta Semana Santa, e em Cabeça das Mós, Maria Assunção Alves, Maria José Navalho e Beatriz Louro, filhas da terra, já estão a iniciar todos os preparativos.

A capela de Cabeça das Mós que recebe o tradicional tapete de flores chama-se Sr. Jesus da Boa Morte, um padroeiro que é assinalado no domingo de Pascoela. É neste fim-de-semana, após a Páscoa, que a aldeia celebra a sua festa. Contudo, o envolvimento na Semana Santa também é uma preocupação levada a cabo com bastante responsabilidade.

Maria Assunção Alves viu este alargamento da realização dos tapetes “com muito bons olhos. É uma forma de dar a conhecer estas aldeias pequenas, que já estão desmotivadas com tão pouca gente. O objetivo é que passem por aqui e fiquem a conhecer a Cabeça das Mós”.

“No primeiro ano, passaram mais de 400 pessoas, no ano passado não foi inferior, muita gente se dirigiu aqui à nossa igreja. Com o autocarro que a autarquia disponibiliza, as pessoas acabam por vir… há aquela curiosidade”, contou.

No que diz respeito à elaboração do tapete, o mesmo terá de estar pronto na quinta-feira, que marca o início da Semana Santa, contudo muito trabalho acarreta: “O tapete surge em frente ao altar. Para o fazer nós compramos uma placa e ordenamos depois com as flores. Na vila utilizam a areia, mas nós achamos que não é muito prática, porque pode apodrecer a flor”, explicou Beatriz Louro.

As flores do campo são uma preocupação, mas para as três responsáveis têm outro significado: “Nós fazemos sempre com flores do campo, utilizamos rosmaninhos, giestas, moita, etc. Este ano, ainda não pensámos bem o que fazer, e mesmo que soubéssemos não íamos dizer (risos). O objetivo é fazer um desenho diferente, podemos destacar novamente um símbolo ou vários”, referiu Maria José Navalho.

“As flores do campo é que têm significado, dá mais trabalho, mas é melhor. Vamos fazer igual ou melhor do que ano passado. Queremos que seja muito bonito”, acrescentou.

A principal preocupação das três é garantir que esta prática agora iniciada se prolongue no tempo: “Preocupa-nos não haver pessoas que não deem continuidade a esta tradição, nós temos a preocupação de a passar, mas há poucos jovens”, lamentou Maria Assunção Alves.

“Isto para nós tem outro valor, porque quando fomos desafiadas a fazer, nós não tínhamos qualquer tipo de experiência, agora já estamos em sintonia umas com as outras, somos um grupo de meia dúzia. Dá trabalho, mas sem trabalho o que é que se faz?”

Joana Margarida Carvalho

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