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SPORTING CLUBE DE ABRANTES: ATLETISMO DE QUALIDADE NUM CLUBE QUASE CENTENÁRIO

22/03/2019 às 00:00

O Sporting Clube de Abrantes, fundado em 1923, tem na atualidade como única modalidade o atletismo. Em entrevista, Suasana Estriga, treinadora, fala-nos do projeto, ao passo que o Presidente da Direção, Luís Silvério, nos dá conta da realidade da associação, do seu passado e do que quer que venha a ser o seu futuro.

Susana Estriga, desde quando assumiu o projeto de atletismo do Sporting de Abrantes? Como se proporcionou esta oportunidade?

Susana Estriga: Sou técnica do clube desde a época 2009/2010. O clube estava sem treinador, na sequência da saída do professor Manuel Gonçalves. O convite surgiu porque na altura não estava vinculada a nenhum clube e orientava um grupo de crianças não federadas e duas atletas sub-23 do Futebol Clube do Porto. Quando assumi esta responsabilidade, o Sporting tinha menos de meia dúzia de atletas.

O que é atualmente o atletismo do Sporting?

SE: É a seção do clube que trabalha diariamente em prol da formação orientada de jovens atletas e do desenvolvimento desportivo do concelho de Abrantes. O nosso projeto está orientado para as crianças e jovens a partir dos 8 anos, no entanto, independentemente da idade, nunca deixamos de dar uma resposta competente e orientadora a todos aqueles que nos procurem.

Quantos atletas integram o projeto que se reúne ao final de tarde na pista do Estádio Municipal de Abrantes?

SE: Atualmente integra cerca de 20 atletas, com idades compreendidas entre os 6 e os 23 anos.

Desde que assumiu o treino do atletismo do Sporting, que resultados considera dignos de realce?

SE: Temos obtido bons resultados a nível nacional e em vários setores. Nos escalões da formação, o setor das barreiras tem sido onde nos temos destacado mais. Formámos a atleta Larissa Vieira, várias vezes campeã nacional e recordista regional. José Matos, conquistou vários títulos em competições nacionais e a Mariana António foi claramente a atleta que conseguiu ir mais longe, foi recordista Regional e Nacional em provas de velocidade e barreiras, campeã nacional por várias ocasiões e a única atleta do clube a alcançar mínimos para o Campeonato do Mundo de Juvenis e Juniores. A atleta teve o seu ponto alto no Campeonato do Mundo de Juniores, nos 100m barreiras. Atualmente temos obtido excelentes resultados na velocidade e no lançamento do peso. Esta época o André Jerónimo foi campeão Nacional de Juvenis nos 300m, em pista coberta, e a atleta Mariana Marques foi líder nacional no lançamento do peso no escalão de Iniciados e detentora do recorde regional em pista coberta.

Os treinos que ministra têm que objetivos?

SE: Os objetivos são definidos em função da idade do atleta e dos anos de prática. Logicamente que os objetivos definidos para um atleta juvenil ou júnior, que pretende fazer mínimos para uma competição internacional, não são os mesmo de uma criança com 10 anos. A nossa linha orientadora é a formação multidisciplinar e por isso os nossos atletas até ao escalão juvenil abordam todas as áreas (saltos, lançamentos, barreiras, corridas de velocidade e resistência) e sem queimar etapas de desenvolvimento. Na nossa perspetiva é incorreto especializar um atleta com menos de 16 anos numa única disciplina, pois poderá hipotecar o sua evolução e carreira desportiva.

E quem não se considera um "grande atleta" também pode integrar os treinos?

SE: No nosso grupo de trabalho há lugar para todos. Um atleta forma-se a vários níveis e nós temos um papel importante na sociedade, formar atletas desportivamente competentes e torná-los cidadãos socialmente saudáveis. Nem todos os que nos procuram e com quem trabalhamos pretendem ser campeões e possivelmente nunca serão mesmo que trabalhem afincadamente. É importante que lhes sejam propostos e definidos objetivos ambiciosos, mas realistas, que se empenhem para os alcançar, mas que se respeitem os interesses e as motivações de cada um. Os jovens atletas são muito mais do que números, e por várias vezes ficou provado que quantidade não é sinónimo de qualidade.

Sr. Presidente, há quanto tempo integra a Direção do Sporting de Abrantes? Como evoluiu a situação do clube desde essa altura?

Luís Silvério: Estou na Direção desde 1983, neste período houve algumas paragens. O primeiro cargo que ocupei foi no Conselho Fiscal e depois na Direção do clube passei por Vogal, Tesoureiro, Secretário e Presidente. Quando entrei o clube ainda tinha futebol de formação e no último ano disputámos o Nacional de Juvenis. Depois saí e quando voltei o clube estava a iniciar o basquetebol que com os vários escalões de formação, movimentava muitos jovens. Em 2005 foi-nos proposto pelo Município reativar a secção de atletismo e aceitámos. Na época de 2006/2007 terminámos com a secção de basquetebol, por falta de meios humanos. O atletismo está em atividade com bons resultados, apesar de não ter muitos atletas. É necessário repensar e reestruturar o clube.

Perspetiva-se a abertura de outras modalidades no clube?

LS: O clube necessita de outras modalidades, mas deixamos essa decisão para uma futura Direção.

A sede do Sporting de Abrantes representou, na história abrantina do século XX, um espaço de sociabilidade marcante. Há a possibilidade de que o seu bar venha a reabrir a curto prazo?

LS: O bar pode abrir a curto prazo, desde que apareça um candidato à sua exploração.

Se lhe aparecesse um "génio da lâmpada" que lhe concedesse três desejos para o Sporting de Abrantes, quais escolheria?

LS: O que mais desejo é que nas próximas eleições apareçam elementos que possam trazer novas ideias e com elas dinamizar o clube.

José Martinho Gaspar

 

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