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Constância: A Festa dos “afetos” e dos “reencontros”

13/04/2017 às 00:00
Júlia Amorim

Constância recebe o seu principal certame nos dias 15, 16 e 17 de abril. Este ano, a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem conta com cerca de 50 embarcações, provenientes de vários municípios ribeirinhos, que chegam a Constância para receber a bênção da padroeira.

Para Júlia Amorim, presidente da Câmara Municipal, esta é a festa “da devoção, da fé, dos afetos e do reencontro das pessoas”.

O que representam as festas do concelho e Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem?

As festas do concelho e Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem são de facto o ponto alto cultural e desportivo do nosso concelho.

O ponto alto da festividade sabemos que é a segunda-feira da Boa Viagem, com o desfile das embarcações, com a procissão e a bênção das embarcações e viaturas. E se não fosse a devoção, a fé, os afetos e o reencontro das pessoas, esta festa em honra da Nossa Senhora já não existia. Para a edição deste ano, as nossas expetativas são muito positivas.

 As festas do concelho têm mantido o mesmo figurino ao longo dos anos. É um modelo vencedor?

Sim. Há cerca de três décadas que as festas do concelho foram começadas, comemoradas com um figurino que marcou o concelho de uma forma tão forte que ainda hoje permanece.

Quer a nossa população que vive nas três freguesias convergem nos três dias para a sede do concelho, quer os familiares da nossa gente que vêm visitar os seus familiares, quer por último, aqueles que nos visitam e que são turistas e que trazem muita riqueza à festa. As festas estão firmadas e vão continuar assim.

O retorno do certame é significativo? E para o Município qual é o investimento alocado?

Podemos afirmar que estas festas estão consolidadas e estão marcadas por uma grande riqueza. Uma riqueza imaterial, mas também uma grande riqueza económica. Este certame deixa dinheiro a quem trabalha por cá e gera trabalho, emprego e tem repercussões ao longo de todo ano.

Por sua vez, o investimento autárquico ronda cerca de 120 mil euros.

O que vai nortear o programa festivo?

Temos muita animação musical, a mostra de artesanato e doçaria, uma tenda jovem que vai entrar pela noite dentro, muita animação de rua e um espaço para as crianças. Depois, para além da oferta da restauração local, vamos ter as tasquinhas tradicionais, em que se procura ter a gastronomia local muito ligada aos rios.

Muito do acontece durantes os dias festivos deve-se ao forte envolvimento da comunidade e dos principais agentes do concelho. É um facto que a câmara muito investe para corresponder às necessidades dos agentes que fazem a festa, até porque estão a trabalhar graciosamente, mas também é verdade que cerca de 50% da população trabalha dentro das festas, faz a festa e isso é muito importante.

A segunda-feira da Boa Viagem é um dia com grande significado e mística. Como se pode explica o envolvimento de tantas pessoas?

Sim. Se nós prensarmos que as bênçãos significam o dar a boa viagem àqueles que navegam são de facto momentos fortes. Duas bênçãos são dadas da terra. Há uns anos para cá, e apesar de a procissão seguir sempre por terra, há uma das bênçãos que é dada no rio, onde o sacerdote vai para o meio dos barcos. É uma forma das embarcações sentirem a proximidade com a Nossa Senhora da Boa Viagem. Já na praça Alexandre Herculano é onde se faz a bênção das viaturas. A praça é pequena para todos os carros que gostariam de ser abençoados e portanto temos de restringir aos moradores e às instituições locais, designadamente Santa Casa da Misericórdia, Bombeiros Voluntários e a alguns veículos da Câmara, sendo que como o Senho Padre diz a bênção acaba por ser extensível a todos.

Como é que a autarca Júlia Amorim se apropria das festas?

O dia do concelho é para mim um dia muito especial. Quando era mais nova vivia este dia com muita intensidade, porque era o dia da Nossa Senhora da Boa Viagem.

Não havia animação na festa, o certame era restrito à procissão e à missa solene. Como eu nunca gostei de foguetes, porque tinha medo, vivia muito a parte religiosa. A procissão dizia-me muito, pois ajudava as pessoas mais velhas no adornar, na limpeza grande da igreja para acolher o grande dia, na ornamentação dos andores e na preparação dos cânticos, pois fazia parte do coro da igreja.

Hoje em dia, sinto que é um dia místico. É o dia do concelho onde as pessoas das freguesias de Santa Margarida e Montalvo convergem para a sede do concelho, ou por motivos religiosos, ou porque é o feriado municipal. É um ponto de encontro dos nossos munícipes. É um ponto de encontro das famílias que vêm de fora e que se vêm encontrar com os seus familiares. Por outro lado, a festa demonstra a coesão do nosso concelho, daqueles que trabalham dentro das festas e daqueles que vêm para usufruir das mesmas. Uns sem os outros não seria possível viver este dia com esta intensidade. Para nós que que trabalhamos com a Paróquia, com os moradores, com as associações, preparamo-nos para acolher bem quem nos visita.

Assim, estas festas e o dia do concelho são momentos que nos dão ânimo, folgo e energia para continuarmos a trabalhar o resto do ano.

Se tivesse de escolher três palavras para caraterizar as festas de Constância, quais escolheria?

A palavra devoção é incontornável. A palavra reencontro, porque é de facto o reencontro de muitos. Por último, a palavra convívio.

Joana Margarida Carvalho

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