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Foi uma cerimónia “singela”, mas que teve como objetivo comemorar os 189 anos do concelho de Vila Nova da Barquinha, hoje assinalados. Após o hastear da bandeira nos Paços do Concelho, teve lugar a cerimónia de entrega de EPI – Equipamentos de Proteção Individual ao corpo dos Bombeiros Voluntários.
Os novos equipamentos foram adquiridos com financiamento do Programa Operacional Regional do Centro 2030, cofinanciado pela União Europeia, no âmbito de uma candidatura apresentada pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT). Este investimento visa reforçar as condições de segurança e a capacidade de resposta das corporações de bombeiros da região, tal como foi explicado pelo presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, Manuel Mourato.
António Ribeiro, presidente da Assembleia Municipal mas também presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha, começou por explicar o que são os chamados EPI e lembrou que a proteção é a última medida a tomar. “Como sabem, a Associação Humanitária é uma associação sem fins lucrativos e, como tal, estes apoios são extraordinariamente importantes para poder desenvolver o seu trabalho. Depois também dizer-vos o seguinte, é importante que isto ocorra durante o ano, não no período antes das eleições, aqui já passaram as eleições. É importante que se lembrem dos bombeiros durante os quatro anos e não só antes das eleições”, disse.
Para o presidente da Associação Humanitária, esta entrega de equipamentos é muito importante devido ao alto custo que acarreta. Cada equipamento custa mais de dois mil euros e, nas prioridades, como explicou, “há um conjunto de medidas que nós devemos implementar, sendo que a proteção é a última. Há uma prioridade e uma hierarquia das medidas, sendo que a proteção é a última. Antes vem a prevenção. A proteção é a última ação que se deve tomar. Sendo que essa parte da prevenção muitas vezes não tem a ver com os bombeiros, como sabem”.
Quanto à proteção, “ter a noção que os EPIs têm um tempo de vida ou utilizações. (…) É importante relevar isto porque este valor é elevadíssimo” e, alertou, “algumas vezes acontece não haver cuidado na seleção dos equipamentos de proteção individual para que eles sejam os mais adequados possíveis e cumprirem com o seu desiderado, que é, claramente, proteger o bombeiro. Que eles são determinantes são. Muitas vezes, em situações de combate a incêndios que estão fora de controlo, o EPI é a única situação que salvaguarda o bombeiro. É a sua última proteção, para além da sua competência, das suas habilidades e das outras condições que têm”.
Este foi um investimento acima dos 40 mil euros, pois foram entregues 21 EPI.
Foi depois a vez de Jorge Gama, comandante dos Bombeiros Voluntários do concelho, descrever pormenorizadamente o equipamento e não deixou de falar do investimento da CIM Médio Tejo.
Começou por dizer que “estão aqui dois mil e poucos euros por cada homem. Recebemos 21, somos 53 e isto não é um recado. (risos) Até porque alguns já têm, não tão bons, não são da última geração”. O comandante também se referiu à dificuldade “para um Corpo de Bombeiros como o nosso, num concelho pequeno”, comprar este tipo de equipamentos.
Jorge Gama não deixou de falar do investimento da CIM Médio Tejo e das vantagens que o comando sub-regional trouxe para as corporações dos 11 municípios. “Para nós que andamos no terreno, com a criação dos comandos sub-regionais, foi a única maneira que tivemos de juntar as Comunidades Intermunicipais, falo da nossa mas também posso falar da da Lezíria, da do Oeste, e encontrar sinergias entre as câmaras municipais para prescindirem do dinheiro dos fundos comunitários e investir em Proteção Civil. E toda a gente sabe, por muito que se fale, que a Proteção Civil em Portugal são os bombeiros”, declarou.
Os Equipamentos de Proteção Individual foram então entregues aos elementos que integram as duas Equipas de Intervenção Permanente (EIP) do concelho e que estiveram presentes na cerimónia.
Manuel Mourato, presidente da Câmara Municipal, explicou depois que “fazia sentido” fazer esta cerimónia “simbólica” no dia de aniversário do concelho, mas também no ano, e no mês, em que os Bombeiros de Vila Nova da Barquinha comemoram o seu centenário. Este investimento de mais de 40 mil euros “no nosso concelho”, deve-se ao facto de o Município “ter prescindido da sua ITI para a Proteção Civil”.
Mas as novidades não ficam por aqui pois, segundo o presidente da Câmara, “estamos à espera de um outro financiamento que está a decorrer paralelamente a este, não através da CIM mas do próprio Município, num investimento de cerca do dobro. (…) Estamos a falar de cerca de 80 mil euros”, que dependem de uma candidatura do Município e que servirá para a compra de equipamentos mas florestais pois, como explicou o autarca, “estes são urbanos e industriais”.
Relativamente à «discussão» acerca da continuidade dos comandos sub-regionais, Manuel Mourato afirmou que “a posição do Mnicípio, a posição do presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, é que o que está feito, está muito bem feito neste modelo e deveria ser para continuar”. Até porque, como lembrou, “estamos a investir numa base de apoio logístico no mesmo local, junto ao local onde está o sub-comando no nosso território e, portanto, eu só tenho que defender o meu território”.
Vila Nova da Barquinha celebrou assim esta quinta-feira, dia 6 de novembro de 2025, o 189.º aniversário da criação do concelho, instituído por Decreto de Sua Majestade a Rainha D. Maria II, em 1836, no âmbito da reorganização administrativa do país que deu origem a várias novas divisões municipais.
Com quase dois séculos de história, Vila Nova da Barquinha “continua a afirmar-se como um concelho de referência no Médio Tejo, destacando-se pelo património histórico e cultural, a ligação ao rio Tejo e uma forte aposta na qualidade de vida e na modernização dos serviços públicos”.
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