A Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) divulgou esta semana a informação de que o Ministério do Ambiente e Energia vai abrir um procedimento concorrencial para a atribuição de 300 MVA de potência de injeção na Rede Elétrica de Serviço Público. Este leilão deverá ser lançado último quadrimestre de 2025 (setembro a dezembro) e é destinado à eletricidade produzida exclusivamente a partir de uma ou mais fontes de energia renovável, num centro eletroprodutor com armazenamento integrado.
Este leilão será feito no ponto de injeção na rede do Pego que tem uma capacidade de 600 MVA (megavolt-ampère é uma unidade de potência). Esta era a capacidade de injeção do tempo da central a carvão. Após fechar a produção a carvão, o leilão feito e que a Endesa ganhou prevê uma utilização de 224.
De acordo com a informação divulgada pela DGEG, esta iniciativa “enquadra-se nos objetivos nacionais de aumento da capacidade instalada de energias renováveis até 2030, refletindo a importância estratégica crescente da região do Pego para o desenvolvimento económico do país.”
O procedimento recorrerá, de acordo com a entidade, unicamente à potência excedentária do leilão lançado em 2021.
De acordo com dados da DGEG, "de junho de 2024 a maio de 2025, a produção de eletricidade a partir de fontes renováveis foi de 73,8%. 74% dessa eletricidade renovável veio de energia eólica e hídrica."
Já no lado dos combustíveis fósseis, em maio de 2025 o consumo de gás natural caiu 9,5% face ao mesmo mês do ano anterior — um sinal claro de mudança na matriz energética.
Recorde-se que o contrato entre o Estado e a Tejo Energia para produção de eletricidade a partir do carvão terminou a 30 de novembro de 2021, libertando a capacidade de injeção no Pego. Após o fecho o governo abriu consulta pública para atribuir essa capacidade a projetos exclusivamente renováveis, incluindo armazenamento, produção de gases renováveis ou biocombustíveis sintéticos
O prazo de candidaturas terminou no início de 2022 e apresentaram-se seis projetos: EDPR, Endesa, GreenVolt, Tejo Energia, Voltalia, Brookfield/Bondalti.
Em março de 2022, o relatório preliminar da DGEG posicionou o projeto da Endesa em primeiro lugar e o da Tejo Energia na segunda posição.
Em 25 de março foi confirmado o projeto apresentado pela Endesa como vencedor do leilão.
A Endesa Portugal apresentou com um plano híbrido (solar, eólico, armazenamento e eletrolisador para hidrogénio). Assumiu a utilização de 224 MVA de capacidade de injeção. O investimento começou por rondar os 600 Milhões de Euros com conclusão estimada para 2025.
Em julho de 2024 a Endesa detalhou as infraestruturas com a construção de cinco parques solares, dois eólicos, baterias e eletrolisador. Redefiniu igualmente os prazos do projeto, prevendo o arranque da produção para 2027, assim como uma atualização do investimento para 700 Milhões de Euros.