Os javalis estão a assustar a comunidade em Praia do Ribatejo, no concelho de Vila Nova da Barquinha. A situação foi levada a reunião de Câmara do Executivo no dia 9 de julho, pela vereadora social-democrata, Paula Gomes da Silva. A vereadora alertou a Câmara e denunciou o sentimento de falta de segurança que se vive junto da população de Praia do Ribatejo.
Contou depois à Antena Livre que “neste momento, a Praia do Ribatejo está com uma enorme densidade populacional de javalis” e relatou que “num caminho perto da minha casa, passaram, pelo menos, 20. E andam acima e abaixo”.
Dias antes, “passaram cerca das 22 horas, junto do Parque Infantil onde havia crianças a brincar. O Parque é a 100 metros da minha casa e começámos a ouvir gritos e muita confusão na rua. Tinham sido os javalis a passar e isto é perigoso”.
Há ainda relatos de destruição de capoeiras, destruição de vedações mas, “neste caso, até acho que isso é secundário, no sentido de estar a haver uma ameaça física, direta, à população”.
Paula Gomes da Silva também já se confrontou com esta realidade, visto que “já invadiram a minha propriedade, rebentaram a cerca. Tinha lá dois dentro. Felizmente, saíram pelo mesmo sítio por onde entraram”.
A vereadora reconhece que a espécie está dada como “protegida” mas que, “quando afeta a população e a segurança, temos que pensar numa solução imediata. São uma praga e uma praga perigosa”.
Perante este alerta, o vice-presidente Manuel Mourato, assumiu que ”a situação já me tinha sido reportada, quer por munícipes da freguesia da Praia do Ribatejo, quer pelo senhor presidente da Junta, a dar conta de que já havia alguns problemas à conta dos javalis”.
Para Manuel Mourato, “a espécie não deveria estar protegida” e agora “é tentar junto de clubes e de associações de caçadores - nós temos um Clube de Caça no nosso concelho - que haja ações de desbaste da espécie, dentro da legalidade que é possível.
Ora, fazendo uma pesquisa, percebemos que, “no contexto de Portugal, o javali não é uma espécie protegida no sentido de ser proibido o seu abate. Embora seja uma espécie nativa, a sua população tem aumentado significativamente, causando danos em áreas agrícolas e representando riscos para a segurança e saúde pública. Por isso, a caça e o abate de javalis são permitidos e regulamentados, sendo mesmo considerados medidas de gestão e controle populacional”.
Contudo, os caçadores são os únicos que poderão levar a cabo qualquer intervenção. “Não poderá ser o Município a substituir-se numa ação dessas, até porque iríamos incorrer em ilegalidade se o fizéssemos”, afirmou o autarca.
Questionado se o ICNF ou a GNR não seriam entidades igualmente competentes, o vice-presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha afirmou que “não passa por aí. Do que eu tenho conhecimento, podemos sempre apresentar queixas ao ICNF e ao CEPNA da GNR, mas a resposta vem sempre no mesmo sentido, ou seja, as únicas entidades que o podem fazer são as associações de caçadores porque, mediante uma autorização especial, podem fazer ações de desbaste de espécies, quando está efetivamente em causa a segurança das populações”.
Certo é que algo terá que ser feito visto os javalis estarem a aproximar-se cada vez mais das populações e Praia do Ribatejo.